Especialistas recomendam manter FGTS na Petrobras se perspectiva for de longo prazo
Quem investiu o valor na ação ordinária (menos negociada, com direito a voto) perdeu mais dinheiro: o saldo diminuiu para R$ 7.021,70.
As ações caíram no período pressionadas pela desconfiança dos investidores em relação à ingerência do governo na empresa, que impediu, por exemplo, reajustes mais elevados da gasolina por causa da inflação. Além disso, a companhia reduziu os dividendos (fatia do lucro distribuída aos acionistas) no ano passado.
Perdas e ganhos com Petrobras (clique na imagem para ampliá-la) - (Ilustração: Editoria de Arte/Folhapress).
Na avaliação de especialistas, para quem tem papéis da companhia ou
pensa em comprá-los com uma visão de retorno no curto prazo, a
perspectiva não é boa. "O fator político é preponderante e, se isso continuar no lugar de
maximização de valor, o resultado não tem por que ser diferente", diz
Rafael Paschoarelli, professor da USP e um dos responsáveis pelo
levantamento.
Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora Souza Barros, recomenda a migração para outros ativos. "Por exemplo, ações de setores relacionados ao consumo interno, como o de bebidas e o financeiro", afirma.
"A não ser que o investidor já tenha tido um prejuízo grande com
Petrobras e possa manter aplicação por um prazo longo na expectativa de
recuperar valor".
Os cálculos acima (ver ilustração) mostram que os investimentos feitos na estatal há
mais tempo geraram ganhos. Quem aplicou R$ 10 mil no papel preferencial
em 2000 tinha saldo de R$ 61.812,30 em 19 de março de 2013, também com
proventos. Na ação ordinária, o valor era de R$ 63.759,12.
Perspectivas
E, embora rentabilidade passada não garanta ganhos futuros, analistas
afirmam que, no longo prazo, a perspectiva para a Petrobras segue
positiva, considerando que, em 2017, a exploração do pré-sal estará mais
forte.
"O que ela tem de bom é o pré-sal, e, de ruim, a ingerência do governo", diz Pedro Galdi, da SLW Corretora.
Como exemplo dessa ingerência, os especialistas também destacam os casos
da refinaria Abreu e Lima (PE), que teve o orçamento aumentado.
"Se o investidor pode suportar esses fatores externos e quer ter uma
empresa do setor de petróleo na sua carteira, os papéis da companhia
estão baratos", afirma Galdi.
Já na avaliação da XP Investimentos, não há muita diferença de cenário
para o investimento de longo ou curto prazos. A corretora considera que
há opções "mais claras" na Bolsa, como nos setores de educação e
portuário.
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