É facílimo imaginar se ambos esses farsantes teriam esse espaço em suas agendas, não fosse 2014 um ano de eleições. Cabral poderia facilmente estar mais uma vez num regabofe em Paris, e mandaria Pezão, seu vice candidato a governador, para representá-lo. Nossa afável Dona Dilma talvez mandasse Fernando Pimentel, seu ministro denunciado por recebimento ilícito de dinheiro de consultoria, que ela acoberta, ou mandaria talvez, no máximo, Michel Temer em seu lugar -- ela se diria muito ocupada com a minirreforma ministerial e com a decifração das previsões de Guido Mantega para a economia nossa e do mundo.
No dia 20 deste mês de março a Folha de S. Paulo denunciava que o país havia gasto em 2012 apenas um terço das verbas destinadas a desastres. As omissões criminosas são várias e múltiplas, nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), envolvendo construção de barragens, sistemas de contenção de encostas, casas para as vítimas da tragédia de 2011, etc, etc.
Ilustração: Editoria de Arte/Folhapress.
Ilustração: Editoria de Arte/Folhapress.
Os fatos e números aí estão, contra eles não há argumentos. Para só ficarmos com os peixes grandes, vejamos o que (não) fez Sérgio Cabral. Em 24/8/2012 o Globo denunciava: "O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) admite que só fez intervenções
em 4 dos 27 quilômetros de rios previstos em contratos firmados em março
deste ano — 19 meses aós o desastre — com três empreiteiras, pelo valor
de R$ 104 milhões. Os prazos das intervenções (180 dias) expiram em 1º
de setembro. A presidente do Inea, Marilene Ramos, afirmou na quinta-feira que o
Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam) liberou R$ 37,5 milhões
para o alargamento de calhas de rios e drenagem. O valor representa 36%
do total previsto nos contratos do órgão com as empresas Dimensional
Engenharia Ltda, EIT Engenharia S/A e Carioca Engenharia S/A. A União
não repassou nem um centavo".
A desculpa esfarrapada é a burocracia emperrada para a implementação das obras e serviços. Isso é balela, conversa fiada para boi otário dormir. De Roma, do alto de sua megacomitiva que ocupou 52 quartos e 17 carros oficiais, nossa afável Dona Dilma bravateou que era preciso adotar medidas "drásticas" para retirar a população de áreas de risco. Por que ela não fez e faz, em vez de blá-blá-blá?! Que rigor é esse que ela apregoa contra os desamparados pelo poder público e flagelados pela natureza? O que ela usou contra o pilantra Carlos Lupi, que ela defenestrou do Ministério do Trabalho (MT) por corrupção mas manteve no conselho do BNDES e, agora, paparicou novamente colocando um lacaio seu no mesmo MT?! Tripudiar sobre miseráveis é fácil, é repugnante mas é moleza.
Na tragédia da boate de Santa Maria autoridades de diversos escalões foram indiciadas pela polícia. Ninguém foi responsabilizado legalmente na primeira grande tragédia de Petrópolis em 2011 -- na de agora, a Justiça vai novamente se omitir?!
O caso desse Sérgio Cabral deveria ser de CÒLERA generalizada. Esse verme, que vive em Paris ou em orgias com Cavendish e malta, é o grande culpado dos óbitos que vêm ocorrendo anualmente na região serrana e na sua destruição no geral. A sua atuação máxima foi a de mandar instalar alto-falantes nas regiões de risco para intimar a pópulação (que nem tem para onde ir) a abandonar os locais, assim que o índice pluviométrico atinge determinado valor. Em país um pouco mais civilizado, esse matador serial estaria atrás das grades, esperando pesada sentença. Volta o falso dilema: o que mais é preciso delatar?
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