Agora, a psicologia quer entender aquilo que Martins não consegue explicar: o que leva algumas pessoas a terem comportamento científico?
A atitude questionadora de quem quer entender o que está ao seu redor, independentemente de a pessoa ser mesmo cientista, é alvo de uma disciplina recém-criada, a "psicologia da ciência". Idealizada pelo psicólogo norte-americano Gregory Feist, da Universidade San Jose, na Califórnia, a área reúne pesquisas sobre os aspectos que envolvem o interesse pela ciência -- tudo isso sob o guarda-chuva da psicologia.
Esses trabalhos já têm até periódico próprio: o jornal do ISPST (sigla de Sociedade Internacional de Psicologia da Ciência da Tecnologia). "Entendendo os aspectos da personalidade, da cognição e do desenvolvimento do talento científico, teremos mais condições para incentivar jovens com essas qualidades para uma carreira em ciência", disse Feist à Folha.
De fato, conversas com cientistas deixam claro que o incentivo, especialmente na escola, contam muito na escolha pela carreira científica. "Sou cientista por uma razão muito simples: tive um professor de ciências na escola cujas aulas eram fascinantes", conta o fisioterapeuta Nivaldo Parizotto. Ele é professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e está nos EUA hoje para estudar a ação do laser no envelhecimento.
Outro relato comum entre os cientistas é uma vontade de "explicar o mundo". "Por que abriria mão de escrever um pouco mais sobre como as coisas funcionam?", questiona o físico Pierre Louis de Assis, que faz pós-doutorado na Universidade Joseph Fourrier, na França.
O que move os cientistas? - (Clique na imagem para ampliá-la) -- (Desenho: Editoria de Arte/Folha Press).
A psicologia da ciência pode ajudar a estimular talentos para ciência
--o que é propício em um país como os EUA, que tem perdido cientistas.
Mas, para Feist, não há evidências de que a nova disciplina possa ser
usada para tornar qualquer pessoa mais interessada em ciência.
Os estudos podem também esclarecer aspectos psicológicos dos
pesquisadores. De acordo com Feist, cientistas tendem a sofrer mais
transtornos psicológicos do que não cientistas -- mas menos que artistas
ou músicos.
Amigo VASCO:
ResponderExcluirEsse artigo não fala tudo sobre o que está acontecendo no mundo da Física, ou da Ciência em geral.
Acabei de ler um excelente livro do LEE SMOLIN, um dos pioneiros da Teoria da Cordas/Supercordas,que mostra como as grandes universidades/institutos de pesquisa, em nível mundial, manipulam e orientam os trabalhos que querem ver estudados. A razão é, sempre, financeira. Não há espaço para que aqueles que se dedicam aos estudos na fronteira da Física tenham algum tipo de remuneração compatível com suas necessidades. O problema é complexo, pois as novas teorias, ainda não provadas, exigem tempo e recursos. SMOLIN fala na existência de um ramo para estudar o tema, que ele chama de SOCIOLOGIA da FÍSICA. Acho que isso pode star acontecendo aqui no nosso país, talvez em escala menor.
Depois falamos mais sobre o assunto.
Abraços - LEVY