O governo brasileiro quer rever o tratado automotivo firmado com o México. A possibilidade de mudanças no acordo foi acertada na tarde
desta sexta-feira (3) em conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o
presidente do México, Felipe Calderón.
"No momento atual o acordo é desequilibrado contra o Brasil. O
presidente Calderón entendeu as razões que a presidenta expôs. Esse
processo começa já na semana que vem. Acreditamos que num prazo curto,
dentro de fevereiro, a gente possa produzir uma revisão que seja aceita
pelos dois países", afirmou o ministro Fernando Pimentel (Indústria e
Comércio), em coletiva de imprensa.
O ministro afirmou que não houve ruptura do acordo em vigor. "Sugerimos
como uma possibilidade a utilização da cláusula de saída caso não se
chegue a um bom termo nesse processo de negociação. Mas tanto o ministro
Patriota quanto eu estamos certos de que vai haver", completou
Pimentel.
Pimentel citou alguns pontos que o Brasil gostaria de ver revistos no
acordo: "Queremos aumentar o conteúdo regional na produção dos veículos,
tanto no México como no Brasil e ampliar o escopo do acordo, de forma
que não seja apenas para automóveis de passeio, como é hoje. E inclua
também caminhões, ônibus, utilitários, o que poderia melhorar o saldo,
que hoje é totalmente negativo contra o Brasil". Em 2011, o resultado foi negativo em US$ 1,55 bilhão --alta de 196% ante 2010.
Entre as causas de insatisfação do Brasil estão o aumento das
importações de veículos do país e a baixa exigência de conteúdo nacional
pelos mexicanos em 30%. O acordo garante isenção da taxa de importação
de 35% que é cobrada de veículos vindos da Europa, da Ásia e dos EUA.
Segundo ele, há "enorme interesse" do México em rever as condições.
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