sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Governo revê acordo automotivo com o México na próxima semana

O governo brasileiro quer rever o tratado automotivo firmado com o México. A possibilidade de mudanças no acordo foi acertada na tarde desta sexta-feira (3) em conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente do México, Felipe Calderón.

"No momento atual o acordo é desequilibrado contra o Brasil. O presidente Calderón entendeu as razões que a presidenta expôs. Esse processo começa já na semana que vem. Acreditamos que num prazo curto, dentro de fevereiro, a gente possa produzir uma revisão que seja aceita pelos dois países", afirmou o ministro Fernando Pimentel (Indústria e Comércio), em coletiva de imprensa. 

O ministro afirmou que não houve ruptura do acordo em vigor. "Sugerimos como uma possibilidade a utilização da cláusula de saída caso não se chegue a um bom termo nesse processo de negociação. Mas tanto o ministro Patriota quanto eu estamos certos de que vai haver", completou Pimentel. Pimentel citou alguns pontos que o Brasil gostaria de ver revistos no acordo: "Queremos aumentar o conteúdo regional na produção dos veículos, tanto no México como no Brasil e ampliar o escopo do acordo, de forma que não seja apenas para automóveis de passeio, como é hoje. E inclua também caminhões, ônibus, utilitários, o que poderia melhorar o saldo, que hoje é totalmente negativo contra o Brasil". Em 2011, o resultado foi negativo em US$ 1,55 bilhão --alta de 196% ante 2010.

Entre as causas de insatisfação do Brasil estão o aumento das importações de veículos do país e a baixa exigência de conteúdo nacional pelos mexicanos em 30%. O acordo garante isenção da taxa de importação de 35% que é cobrada de veículos vindos da Europa, da Ásia e dos EUA.  Segundo ele, há "enorme interesse" do México em rever as condições.

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