A balança comercial brasileira fechou janeiro com deficit de US$ 1,291 bilhão, o maior para o mês pelo menos há 21 anos - desde 1992,
data a partir da qual os dados estão disponíveis no Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Desde então, os
primeiros meses do ano que haviam registrado os saldos negativos mais
profundos foram em 1998 (US$ 724,411 milhões) e 1999 (US$ 718,158
milhões), quando houve mudança no regime cambial do País. O resultado
decorre de exportações de US$ 16,142 bilhões e importações de US$ 17,433
bilhões.
Também apresentaram saldos negativos em janeiro os anos de 1995 (-US$
303,682 milhões), 2000 (US$ 114,983 milhões), 2001 (US$ 480,582
milhões), 2009 (US$ 529,722 milhões) e 2010 (US$ 179,537 milhões). Nos
demais anos da série, os meses de janeiro registraram volume de
exportações superior ao de importações.
Levantamento realizado pelo AE Projeções com 23 instituições mostrou que
as previsões dos analistas eram de um resultado negativo de US$ 1,800
bilhão a um superávit modesto, de US$ 200 milhões. Com base na análise
descritiva do intervalo coletado, a mediana calculada atingiu déficit de
US$ 1,600 bilhão.
Na comparação com janeiro do ano passado, as exportações no mês
cresceram 1,3% pelo critério da média diária. Na mesma comparação, as
importações aumentaram 12,3%. Na quarta semana do mês, entre os dias 23 e 29, o saldo foi positivo em
US$ 146 milhões. No período, as exportações somaram US$ 4,037 bilhões e
as importações, US$ 3,891 bilhões. Já na quinta semana, dias 30 e 31,
houve déficit de US$ 164 milhões. Nos dois dias, os embarques
totalizaram US$ 1,565 bilhão e as compras somaram US$ 1,729 bilhão. Os
dados foram divulgados há pouco pelo Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
[Os dados acima são secos e crus, não fazem uma análise qualitativa do porquê desse desequilíbrio de praticamente 8% das importações sobre as exportações. Esse descompasso se deveu, entre outras razões, aos seguintes fatores: - a) desaceleração da economia mundial (ao contrário da nossa economia, que cresceu pouco, mas cresceu); - b) redução de preços de algumas commodities (caso do minério de ferro e da soja), com queda quantitativa também do volume exportado, caso por exemplo do minério de ferro (-31%), do milho (-7,6%) e do farelo de soja (-7%). As vendas de soja em grão, no entanto, cresceram significativamente (+311%) -- cabe aqui um comentário: também nas exportações de soja o Brasil deixa de acrescentar valor agregado, exportando o grão em vez de beneficiá-lo aqui.
Cabe frisar que, por outro lado, as exportações bateram recorde para meses de janeiro.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário