A arte do século XVI em Roma é marcada profundamente pelos grandes ciclos pictóricos da Capela Sistina de Miguelângelo, dos aposentos pintados por Rafael, da Galeria de Mapas Geográficos do Vaticano e pelos grandes canteiros de obras do papa Sisto V, mas no século XVII ela expressa todo o seu esplendor através da escultura: capelas, altares, retábulos, grupos de mármore, estátuas de santos ou de alegorias, monumentos funerários, elementos decorativos proliferam e invadem os edifícios religiosos; as fontes e os obeliscos ornamentam praças e ruas; as estátuas, brasões e portais dão vida às fachadas de igrejas e palácios; os bustos retratando figuras humanas são abundantes nas galerias privadas dos fidalgos.
Não se pode analisar a escultura barroca em Roma sem evocar a arte de Gian Lorenzo Bernini. A proliferação de suas obras na cidade e a originalidade de suas criações inauguram uma fase nova da história da arte. Bernini não era somente escultor, mas também arquiteto, pintor, urbanista, designer, gravador, autor dramático e cenógrafo. Sua arte deixou uma marca indelével na paisagem urbana de Roma. Quem for a Roma, não pode deixar de ver alguma de suas obras pelo menos no Museu e Galeria Borghese.
Principais dados cronológicos de sua vida:
- 1598 -- Gian Lorenzo Bernini nasce em Nápoles em 7 de dezembro. Seu pai, Pietro Bernini, escultor florentino, havia se transferido para essa cidade para trabalhar no mosteiro de San Martino.
- 1606 - Bernini se estabelece em Roma com seu pai, que fora chamado por Paulo V para realizar a decoração da Capela Paulina da Basílica de Santa Maria Maior. O baixo-relevo representando a Assunção de Maria, que deveria originalmente ser exposta na fachada da capela, é considerada a obra-prima de Pietro Bernini.
- 1609-1618 -- O cardeal Maffeo Barberini e seu irmão Carlo mandam construir uma capela da família na igreja Sant'Andrea della Valle e encomendam quatro estátuas -- Santa Marta, São João Batista, São João Evangelista e Santa Maria Madalena -- respectivamente a Francesco Mochi, Pietro Bernini, Ambrogio Buonvicino e Cristoforo Stati. O jovem Bernini participa do ateliê do pai e esculpe os dois meninos do frontispício (1618).
- 1615 -- Uma das primeiras criações do jovem Bernini é o pequeno grupo em mármore da Cabra Amalthea, exposta na Galeria Borghese. Segundo alguns historiadores, a obra dataria de 1609.
- 1617 -- O cardeal Maffeo Barberini encomenda a Bernini um São Sebastião, hoje no Museu Thyssen Bornemisza de Madri.
- 1618-1625 -- O cardeal Scipione Borghese encomenda a Bernini três grupos em mármore: Eneias e Anquise, Rapto de Proserpina, Apolo e Dafne, hoje parte do acervo permanente da Galeria Borghese.
- 1623-1624 -- Além da estátua de São Bibiano (Igreja Santa Bibiana) e do Retrato do Cardeal Bellarmino (Igreja de Jesus), Bernini esculpe a estátua de Davi para o cardeal Alessandro Peretti Montalto. Com a morte súbita desse prelado, o cardeal Scipione Borghese doou a estátua à Galeria Borghese.
- 1627-1647 -- Bernini começa a executar o Monumento Funerário de Urbano VIII localizado na Basílica do Vaticano, que ele terminaria em 1647. Neste mesmo ano, Bernini é nomeado "Arquiteto de São Pedro".
- 1629 -- Bernini projeta e constrói, em colaboração com seu pai, a Fonte Barcaccia da Praça de Espanha.
- 1632 -- Bernini executa as duas versões do Retrato do Cardeal Scipione Borghese.
- 1628-1639 -- Bernini executa, entre outras obras, a estátua colossal de São Longuinho da Basílica do Vaticano a pedido do papa Urbano VIII.
- 1647-1653 -- Bernini realiza para a família Cornaro a decoração da sua capela na Igreja Santa Maria da Vitória, na qual ele uniu em um "belo conjunto" arquitetura, escultura e pintura para produzir um efeito altamente estético. O grupo em mármore O Êxtase de Santa Teresa pousado sobre o altar concretiza, por efeito de luzes e do uso de materiais diversos, a visão de êxtase da santa.
- 1648-1651 -- A pedido de Inocente X, Bernini executa com seus colaboradores a Fonte dos Quatro Rios da Praça Navona. O monumento é uma das obras emblemáticas de Roma.
- 1656-1673 -- Bernini projeta e constrói a Praça de São Pedro, a pedido do papa Alexandre VII. Situada diante da Basílica de S. Pedro no Vaticano, essa vasta esplanada é circundada por dois grandes conjuntos de colunas encimados por estátuas de santos de cerca de três metros de altura. Uma multidão de artistas colaborou nessa imensa empreitada, entre os quais Lazzaro Morelli, Andrea Baratta, Francesco e Domenico Mari, Giovan Maria Rossi e Nicola Artusi.
- 1657-1666 -- Bernini e seus colaboradores executam na abside da basílica a colossal estrutura da Cátedra de São Pedro.
- 1661 -- Bernini conclui a decoração da Capela Chigi da Igreja Santa Maria do Povo e executa os dois grupos em mármore representando Habacuc e o Anjo e Daniel no Fosso dos Leões.
- 1662 -- Bernini realiza as estátuas de São Jerônimo e da Madalena para a Capela Chigi do domo de Siena, e concebe a estátua equestre do Imperador Constantino.
- 1663-1666 -- Quando da construção da colunata da Praça de S. Pedro, Bernini empreende igualmente a reestruturação da entrada oficial do palácio pontifical (Scala Regia), realizando ali uma rica decoração em estuque e colocando ali estátua equestre de Constantino que começara em 1662.
- 1672 -- Bernini e seus colaboradores iniciam os trabalhos de construção do altar do Sacramento em São Pedro, concluído em 1674.
- 1679 -- Bernini executa sua última obra-prima (hoje perdida e conhecida através de cópias), o Busto do Sabor, um busto em mármore que esculpiu pouco antes de sua morte para oferecer à rainha Catarina, da Suécia.
- 1680 -- Bernini morre em Roma no dia 28 de novembro e é enterrado com todas as honras perto do altar-mor da Basílica de Santa Maria Maior.
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Autorretrato na idade madura (cerca de 1635). - (Galeria Borghese, Roma). |
O martírio de S. Lourenço (1613), feito por Bernini aos 15 anos de idade. |
Cabra Amalthea (escultura em mármore, datada de antes de 1615, possivelmente feita em 1609 quando Bernini tinha 11 anos. Hoje a escultura se encontra completamente limpa, no branco original). O conjunto representa a cabra com Júpiter criança e um fauno (atrás da cabra). - (Galeria Borghese, Roma).
Bacanal: um fauno provocado por crianças (1616-17). The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque.
Bacanal: um fauno provocado por crianças (1616-17). The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque.
Retrato de Paulo V (cerca de 1617). - (Galeria Borghese, Roma).
Filho de Afrodite (Vênus), Eneias (sob a proteção da mãe) deixa Troia (incendiada pelos gregos) levando seu filho Ascânio e seu velho pai Anquises, que carrega nas costas. A escultura foi executada entre 1618 e 1619. Galeria Borghese, Roma.
Netuno e Tritão 1 (1620). Victoria and Albert Museum, Londres.
Davi (1623-24). A resposta barroca de Bernini à versão renascentista de Miguelângelo. O rosto crispado é um autorretrato. Galeria Borghese, Roma.
Alma danada (1619). Embaixada da Espanha, Roma. Bernini retrata seu próprio rosto.
Papa Gregório XV (1621). Localização:?
O rapto de Proserpina (ou Plutão -- o Hades dos gregos, deus dos infernos -- e Proserpina) (1623-24). O musculoso Plutão inclina a cabeça para trás, gargalhando enquanto seus dedos fortes pressionam a carne macia da donzela, que luta para livrar-se de suas garras. Galeria Borghese, Roma.
Apolo e Dafne (1622-25). Atingido por uma flecha de Cupido, Apolo se apaixonou por Dafne ("loureiro", em grego) e passou a perseguí-la. Filha do rei Peneu, Dafne fora atingida por uma flecha de chumbo do mesmo Cupido, o que a fez rejeitar o amor de Apolo. Cansada de ser perseguida, pediu ao pai que a livrasse disso transformando-a em outra coisa e foi então por ele transformada em um loureiro. Apolo disse: "se não podes ser minha mulher, serás minha árvore sagrada", e a partir de então o deus levava consigo um ramo de louros. Galeria Borghese, Roma.
Baldaquino da Basílica de S. Pedro (1624-33). Cidade do Vaticano.
Santa Bibiana (1624-26). Igreja de Santa Bibiana, Roma.
São Longuinho (1628-38). Basílica de S. Pedro, cidade do Vaticano.
Constanza Bonarelli (cerca de 1630). Mulher de um de seus discípulos, tornou-se sua amante. Em 1636 Bernini insultou publicamente o marido traído, o que provocou a intervenção do papa Urbano VIII, que determinou que Bernini se casasse. Em 1639 o escultor casou-se com Caterina Tezio -- seu casamento durou 34 anos e tiveram 11 filhos.
Monumento fúnebre a Urbano VIII (1627-47). Basílica de S. Pedro, cidade do Vaticano.
Retrato de Monsenhor Pedro Foix de Montoya (1622). Igreja de Santa Maria de Montserrat, Roma.
Retrato do cardeal Scipione Borghese (1632), escultura célebre de Bernini. Galeria Borghese, Roma.
Retrato de Urbano VIII (1637-38), executado em mármore branco apesar da aparência da foto. Galeria Nacional de Arte Antiga do Palácio Barberini, Roma.
Retrato de Armand Jean du Plessis, cardeal de Richelieu (1640-41). Museu do Louvre, Paris.
Retrato de Francisco I d'Este (1650-51). Galeria Estense, Modena, Itália.
Fonte Barcaccia (1627-29), Praça de Espanha, Roma.
Fonte do Tritão (1642-43), Praça Barberini, Roma.
Figura que representa o rio Ganges na Fonte dos Quatro Rios.
Figura que representa o rio Nilo na Fonte dos Quatro Rios.
Figura representando o rio Danúbio na Fonte dos Quatro Rios.
Modelo do leão para a Fonte dos Quatro Rios, Accademia Nazionale di San Luca, Roma.
Fonte dos Quatro Rios (1648-51), Praça Navona, Roma. As estátuas que circundam o obelisco simbolizam quatro rios, representando os continentes: o Ganges (Ásia, relaxante), o Danúbio (Europa, virando para firmar o obelisco), da Prata (as Américas, atrevido e rodopiante) e o Nilo (África, cuja cabeça fica oculta já que na época a nascente do rio era desconhecida. O obelisco é uma cópia da era romana, tendo seu granito egípcio entalhado com os nomes hieroglíficos de Vespasiano, Tito e Domiciano. A fonte é um dos monumentos emblemáticos de Roma.
Êxtase de Santa Teresa d'Ávila (1649-50). Igreja de Santa Maria da Vitória, Capela Cornaro, Roma.
O profeta Habacuque e um anjo (terracota, 1655, 52 cm). Museu Sacro, Museus do Vaticano.
Cátedra de S. Pedro (1656-66), com destaque para a figura de Santo Agostinho (1662-63). Basílica de S. Pedro, cidade do Vaticano.
Esboço para a figura de Santo Ambrósio (1662-63). Museu Hermitage, S. Petersburgo, Rússia (foto do Museu).
Visão de Constantino (1662). Basílica de S. Pedro, cidade do Vaticano.
Pulcino della Minerva, monumento projetado por Bernini e executado por seu discípulo Ercole Ferrata em 1667. O elefante suporta um dos onze obeliscos de Roma e o menor deles. A inspiração para essa composição inusitada veio do também inusitado livro Hypnerotomachia Poliphili (em italiano "Amoroso Combattimento Onirico di Polifilo" - "A luta amorosa onírica de Poilifilo") do século XV, atribuído a diversos autores. O principal personagem do livro encontra um elefante feito de pedra carregando um obelisco -- a curiosa posição do obelisco no monumento, atravessando o corpo do elefante, é idêntica à da ilustração do livro. Praça da Minerva, Roma.
Anjo com coroa de espinhos (1667). Igreja de S. Andrea delle Fratte, Roma.
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Estátua representando a Fé.
Monumento funerário de Alexandre VII (1671-78). Basílica de S. Pedro, cidade do Vaticano.
Retrato de Gabriel Fonseca (1668-72). Igreja de S. Lourenço em Lucina, Roma.
A bem-aventurada Ludovica Albertoni (1674). Igreja de S. Francisco em Ripa, Roma.
Papa Clemente X (1676). Galeria Nacional de Arte Antiga, Roma.
A estátua de S. Pedro e algumas das estátuas de santos e santas sobre uma das colunatas da Praça de S. Pedro, no Vaticano.
A Praça de S. Pedro, no Vaticano, foi desenhada por Bernini no século XVII em estilo clássico, mas com adições do barroco. No seu centro ergue-se um obelisco do Egito Antigo. O estilo clássico pode ser apreciado na colunata dórica que enquadra a entrada trapezoidal para a Basílica e a grande área oval que a precede. A parte oval da praça reflecte o estilo barroco, próprio da época da Contrarreforma. O obelisco central tem 40 metros de altura, incluindo a base e a cruz no topo. Data do século I d.C. e foi trazido para Roma no reinado do imperador Calígula. Está no lugar actual desde1585 sob ordem do Papa Sisto V, que colocou no obelisco um dos pedaços originais da cruz de Jesus Cristo. Bernini complementou a colocação do obelisco com uma fonte em 1675. Foi preciso mais de novecentos homens para erguê-lo. Bernini desenhou sua obra-prima imaginando dois espaços abertos conjuntos. O primeiro, a Piazza Obliqua, tem forma de um elipse rodeada por colunatas (quatro enormes fileiras de altas colunas dóricas) que se abrem como num grande abraço maternal e simbolizam a Igreja Mãe. Há um corredor largo, entre elas, pelas quais passam automóveis, e duas aberturas mais estreitas para pedestres. O pavimento tem pedras brancas que marcam caminho até o obelisco central, montado sobre quatro leões de bronze. Tradicionalmente, o obelisco representa o elo entre a antiguidade e a cristandade, pois se diz que as cinzas de César descansam em sua base e uma relíquia da Santa Cruz está escondida no topo. Dos dois lados, há duas fontes em bronze, com bases de granito. O segundo espaço, a Piazza Retta, imediatamente a seguir e bem frontal à basílica de São Pedro, é um espaço trapezoidal que aumenta ao encostar na praça, diminuindo assim numa ilusão de ótica a amplidão da fachada. O edifício à direita abriga o Palácio Apostólico, que leva à "Scala Regia", a escadaria cerimonial desenhada por Bernini.
São Longuinho (1628-38). Basílica de S. Pedro, cidade do Vaticano.
Constanza Bonarelli (cerca de 1630). Mulher de um de seus discípulos, tornou-se sua amante. Em 1636 Bernini insultou publicamente o marido traído, o que provocou a intervenção do papa Urbano VIII, que determinou que Bernini se casasse. Em 1639 o escultor casou-se com Caterina Tezio -- seu casamento durou 34 anos e tiveram 11 filhos.
Monumento fúnebre a Urbano VIII (1627-47). Basílica de S. Pedro, cidade do Vaticano.
Retrato de Monsenhor Pedro Foix de Montoya (1622). Igreja de Santa Maria de Montserrat, Roma.
Retrato do cardeal Scipione Borghese (1632), escultura célebre de Bernini. Galeria Borghese, Roma.
Retrato de Urbano VIII (1637-38), executado em mármore branco apesar da aparência da foto. Galeria Nacional de Arte Antiga do Palácio Barberini, Roma.
Retrato de Armand Jean du Plessis, cardeal de Richelieu (1640-41). Museu do Louvre, Paris.
Retrato de Francisco I d'Este (1650-51). Galeria Estense, Modena, Itália.
Fonte Barcaccia (1627-29), Praça de Espanha, Roma.
Fonte do Tritão (1642-43), Praça Barberini, Roma.
Figura que representa o rio Ganges na Fonte dos Quatro Rios.
Figura que representa o rio Nilo na Fonte dos Quatro Rios.
Figura representando o rio Danúbio na Fonte dos Quatro Rios.
Modelo do leão para a Fonte dos Quatro Rios, Accademia Nazionale di San Luca, Roma.
Fonte dos Quatro Rios (1648-51), Praça Navona, Roma. As estátuas que circundam o obelisco simbolizam quatro rios, representando os continentes: o Ganges (Ásia, relaxante), o Danúbio (Europa, virando para firmar o obelisco), da Prata (as Américas, atrevido e rodopiante) e o Nilo (África, cuja cabeça fica oculta já que na época a nascente do rio era desconhecida. O obelisco é uma cópia da era romana, tendo seu granito egípcio entalhado com os nomes hieroglíficos de Vespasiano, Tito e Domiciano. A fonte é um dos monumentos emblemáticos de Roma.
Êxtase de Santa Teresa d'Ávila (1649-50). Igreja de Santa Maria da Vitória, Capela Cornaro, Roma.
O profeta Habacuque e um anjo (terracota, 1655, 52 cm). Museu Sacro, Museus do Vaticano.
Cátedra de S. Pedro (1656-66), com destaque para a figura de Santo Agostinho (1662-63). Basílica de S. Pedro, cidade do Vaticano.
Esboço para a figura de Santo Ambrósio (1662-63). Museu Hermitage, S. Petersburgo, Rússia (foto do Museu).
Visão de Constantino (1662). Basílica de S. Pedro, cidade do Vaticano.
Pulcino della Minerva, monumento projetado por Bernini e executado por seu discípulo Ercole Ferrata em 1667. O elefante suporta um dos onze obeliscos de Roma e o menor deles. A inspiração para essa composição inusitada veio do também inusitado livro Hypnerotomachia Poliphili (em italiano "Amoroso Combattimento Onirico di Polifilo" - "A luta amorosa onírica de Poilifilo") do século XV, atribuído a diversos autores. O principal personagem do livro encontra um elefante feito de pedra carregando um obelisco -- a curiosa posição do obelisco no monumento, atravessando o corpo do elefante, é idêntica à da ilustração do livro. Praça da Minerva, Roma.
Anjo com coroa de espinhos (1667). Igreja de S. Andrea delle Fratte, Roma.
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Estátua representando a Fé.
Monumento funerário de Alexandre VII (1671-78). Basílica de S. Pedro, cidade do Vaticano.
Retrato de Gabriel Fonseca (1668-72). Igreja de S. Lourenço em Lucina, Roma.
A bem-aventurada Ludovica Albertoni (1674). Igreja de S. Francisco em Ripa, Roma.
Papa Clemente X (1676). Galeria Nacional de Arte Antiga, Roma.
A estátua de S. Pedro e algumas das estátuas de santos e santas sobre uma das colunatas da Praça de S. Pedro, no Vaticano.
A Praça de S. Pedro, no Vaticano, foi desenhada por Bernini no século XVII em estilo clássico, mas com adições do barroco. No seu centro ergue-se um obelisco do Egito Antigo. O estilo clássico pode ser apreciado na colunata dórica que enquadra a entrada trapezoidal para a Basílica e a grande área oval que a precede. A parte oval da praça reflecte o estilo barroco, próprio da época da Contrarreforma. O obelisco central tem 40 metros de altura, incluindo a base e a cruz no topo. Data do século I d.C. e foi trazido para Roma no reinado do imperador Calígula. Está no lugar actual desde1585 sob ordem do Papa Sisto V, que colocou no obelisco um dos pedaços originais da cruz de Jesus Cristo. Bernini complementou a colocação do obelisco com uma fonte em 1675. Foi preciso mais de novecentos homens para erguê-lo. Bernini desenhou sua obra-prima imaginando dois espaços abertos conjuntos. O primeiro, a Piazza Obliqua, tem forma de um elipse rodeada por colunatas (quatro enormes fileiras de altas colunas dóricas) que se abrem como num grande abraço maternal e simbolizam a Igreja Mãe. Há um corredor largo, entre elas, pelas quais passam automóveis, e duas aberturas mais estreitas para pedestres. O pavimento tem pedras brancas que marcam caminho até o obelisco central, montado sobre quatro leões de bronze. Tradicionalmente, o obelisco representa o elo entre a antiguidade e a cristandade, pois se diz que as cinzas de César descansam em sua base e uma relíquia da Santa Cruz está escondida no topo. Dos dois lados, há duas fontes em bronze, com bases de granito. O segundo espaço, a Piazza Retta, imediatamente a seguir e bem frontal à basílica de São Pedro, é um espaço trapezoidal que aumenta ao encostar na praça, diminuindo assim numa ilusão de ótica a amplidão da fachada. O edifício à direita abriga o Palácio Apostólico, que leva à "Scala Regia", a escadaria cerimonial desenhada por Bernini.
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