Sob o título Cabide Sindical, a Folha de S. Paulo faz editorial hoje dando números e cifras ao que já se sabia qualitativamente: a maciça, abusiva e criminosa "sindicalização" da máquina governamental na era Lula (infelizmente o texto só está disponível na Internet para os assinantes do jornal). É mencionado estudo que aponta para a forte presença de representantes do sindicalismo nos cargos de confiança mais cobiçados do governo federal -- com salários que podem chegar a R$ 22 mil. -- Salvo onde indicado em contrário, o que segue é reprodução integral de trechos do editorial.
Segundo levantamento da cientista política Maria Celina D' Araújo, da PUC-RJ, autora de "A Elite Dirigente do Governo Lula", quase metade da nata desses postos, para os quais não se exige a realização de concurso público, é ocupada por sindicalistas. Exemplos: o ex-presidente do Sindicato dos Petroleiros de Campinas passou a gerente de comunicação da Petrobras e membro do Conselho Deliberativo do fundo de pensão da empresa; o tesoureiro do PT foi integrado ao conselho de administração da Itaipu Binacional. -- Acrescento aqui comentário pessoal meu, de que invariavelmente se trata de pessoas absoluta e inequivocamente ignorantes e incompetentes para tratar dos assuntos relevantes que são colocados sob sua responsabilidade.
O domínio "cutista" ampliou-se de maneira notável nos três principais fundos de pensão do país: Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Funcef (Caixa Econômica).
Nos últimos quatro anos, 66,6% dos indicados para chefias e conselhos dessas instituições foram pessoas egressas da estrutura sindical.
Ao que tudo indica, a presidente eleita sofrerá pressões das centrais para aumentar ou no mínimo manter manter a situação -- e é plausível que ceda.
Alimentado por contribuições compulsórias e transformado em braço oficialista de políticas estatais, o sindicalismo lulista constitui um retrocesso na própria história política do presidente da República. Suas mazelas, como expressão de um nefasto neopeleguismo, são conhecidas.
Todavia não reside nesse fato -- ou apenas nele -- o problema da ocupação de cargos de confiança. Questionável é a própria quantidade dessas funções, cerca de 22 mil, numa máquina governamental que em tese deveria ser regida pelos princípios da impessoalidade, moralidade e eficiência. [Ver também a postagem "A verdadeira cara do governo Lula", de 10/12/10.]
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