Há uma semana atrás Henry Kissinger viu-se em maus lençóis com os judeus americanos e do resto do mundo, por causa da divulgação de opiniões suas sobre o apoio do governo de Nixon aos judeus soviéticos (ver postagem "Judeus indignados com Henry Kissinger, ele próprio um judeu", de 18/12/10). Ele agora tenta se justificar, em matéria publicada no The Washington Post de hoje.
Diz Kissinger que a matéria publicada usou comentários que ele fez em uma conversa de "um minuto" com Nixon para traçar o contraste entre a insensibilidade moral dos chamados realistas da política externa e a visão humanística mais ampla de seus críticos. Diz ele que o texto que o condena apresenta o tema da emigração judia da União Soviética nos anos 70 como se tivesse sido um debate abstrato entre aqueles que confiavam em um relaxamento das tensões e os que advogavam uma confrontação ideológica, em que os realistas queriam sacrificar a emigração judia no altar da distensão. Diz Kissinger que o oposto é que é a verdade. A emigração judia da União Soviética nunca foi apresentada por qualquer governo como uma posição formal americana, não por uma insensibilidade moral mas porque crises intensas impunham outras prioridades. Em 1969 eles a teriam introduzido como um tema humanitário no canal de relacionamento presidencial, porque consideraram que uma confrontação de política externa levaria a uma rejeição e a um aumento das tensões com os soviéticos. Como resultado, diz ainda Kissinger, a emigração judia aumentou de 700 por ano em 1960 para cerca de 40.000 em 1972, chegando a mais de 100.000 no final do primeiro mandato de Nixon.
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