terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O paradoxo das indústrias "verdes"

As chamadas indústrias "verdes" ou o chamado "crescimento verde", de alta tecnologia, criaram um paradoxo, porque na produção de novas tecnologias (computadores, telas planas, celulares, etc) há uma dependência cada vez maior das chamadas "terras raras" (17 elementos, dos quais a China produz 97%), cujo estoque na natureza é finito e cuja extração exige cada vez mais energia -- as jazidas são vada vez menos concentradas -- e se realiza em condições ecológicas e sociais desastrosas.

Eis alguns exemplos de elementos metálicos considerados como terras raras, indispensáveis ao desenvolvimento sustentável: o térbio é usado nas lâmpadas de baixo consumo, o gálio nos LED e nas células solares de alto rendimento, o índio nas células fotovoltáicas, o neodímio em certos motores de carros elétricos e em geradores eólicos.

Por isso as organizações ecológicas soam o alarme quanto à explosão do consumo de produtos de alta tecnologia e sua "obsolescência programada", por sua dependência desses metais. Vale a pena ler o artigo do Le Monde sobre esse assunto.

"É difícil dizer se as indústrias ditas verdes consomem mais terras raras por unidade de valor que as indústrias consideradas como clássicas. No entanto, não há dúvida que o crescimento das indústrias "limpas" será um dos principais fatores do aumento da demanda por terras raras nos anos vindouros", diz no artigo do Le Monde John Seaman, pesquisador do Instituto Francês de Relações Internacionais e especialista da política energética da China e em terras raras.

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