Em 30 anos, até dezembro de 2011, a violência havia matado 1,1 milhão de pessoas no Brasil!
Matou-se mais no Brasil do que nas doze maiores zonas de guerra do mundo. Os dados são da Anistia Internacional no Brasil e levam em conta o período entre 2004 e 2007, quando 192 mil brasileiros foram mortos, contra 170 mil espalhados em países como Iraque, Sudão e Afeganistão. Os números surpreendem e são um reflexo de uma "cultura de violência marcada pelo desejo de vingar a sociedade", conta Atila Roque, diretor-executivo da base brasileira da Anistia Internacional. De acordo com os últimos levantamentos feitos pelo grupo, 56 mil pessoas foram assassinadas em solo brasileiro em 2012, sendo 30 mil jovens e, entre eles, 77% negros -- uma média de 82 jovens assassinados por dia.
O Brasil é o 7° país onde mais se mata mulher no mundo.
Pois bem, com todas essas estatísticas assustadoras e altamente preocupantes existe um bando de deputados irresponsáveis na Câmara Federal, que formam a chamada Bancada da Bala (o nome diz tudo!), que quer derrubar o Estatuto do Desarmamento e ampliar e facilitar o porte de arma no país. É dela a iniciativa de "flexibilizar" o Estatuto do Desarmamento (PL 3722/12), liberando o porte de arma para várias categorias -- a proposta da bancada nesse sentido será votada na próxima quinta-feira (24/9). Opositores da proposta intensificam a mobilização para barrar essa iniciativa.
O relator Laudívio Carvalho (PMDB-MG) fez alterações em seu parecer e, a pedido de parlamentares, comprometeu-se a receber outras sugestões para finalizar um novo texto. De acordo com o relatório, é permitido o porte de armas para várias categorias trabalhistas, a exemplo de integrantes da Advocacia Geral da União (AGU), fiscais do trabalho, fiscais do Ibama e até caminhoneiros. Uma das mudanças que ele fez no texto foi a retirada dos taxistas da lista diante da ameaça de confrontos violentos entre a categoria e profissionais e usuários do aplicativo Uber. Ou seja, não se pensou na segurança dos passageiros expostos a motoristas armados, o que se quis evitar foi briga armada entre taxistas.
No dia 26/8/2015, A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou proposta que inclui os agentes de trânsito entre as categorias profissionais que podem portar arma de fogo em serviço.
O relator afirmou que vai manter no texto a redução de 25 para 21 anos como idade mínima para o cidadão poder adquirir arma de fogo ou ter o porte, e o limite de 50 munições por ano para cada arma. O texto original previa 50 munições por mês. Quanto ao registro, é definitivo, mas o porte passa a ter validade de dez anos (o grifo é meu).
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania tem 27 membros titulares, 15 dos quais pertencem à Frente Parlamentar da Segurança Pública, como os delegados Éder Mauro (PSD-PA), Laerte Bessa (PR-DF) e João Campos (PSDB-GO). Doze deputados pertencem à Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, como Juscelino Filho (PRP-MA) e oito pertencem às duas, como a deputada Keiko Ota (PSB-SP). A "bancada da bala", por sua vez, comporta ex-militares e delegados de polícia que defendem o endurecimento de penas e a revogação do Estatuto do Desarmamento.
Eis alguns dos membros de destaque da Bancada da Bala:
A presença de Jair Bolsonaro nessa curriola dá bem a dimensão do grau de irresponsabilidade dessa bancada -- trata-se de um bando de idiotas que quer ampliar ao extremo o nível de violência no país.
O aviso abaixo, divulgado pelo deputado Rogério Peninha Mendonça (também membro da bancada da bala) em seu site, é outra demonstração da sandice que impera nas mentes dessa gentalha.
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