Os esforços da Casa Branca e do Departamento de Estado americano para refrear a campanha militar de Israel em Gaza estão sendo burlados pelo Pentágono, que enviou armas aos israelenses sem a autorização do governo, segundo publica o "Wall Street Journal" (WSJ) nesta quinta-feira. Os esforços diplomáticos dos EUA e as críticas ao primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, tiveram pouco efeito, uma vez que Israel usou caminhos pelo Pentágono e pelo Congresso americano para receber apoio na guerra em Gaza.
Poucos dias antes da ofensiva terrestre em Gaza e temendo uma guerra prolongada, Israel pediu recursos ao Departamento de Defesa americano para seu "domo de ferro", o sistema que intercepta mísseis sobre o território israelense. O secretário da Defesa, Chuck Hagel, consultou a Casa Branca e propôs ao Congresso uma ajuda de US$ 225 milhões. Como o pedido não era urgente - Israel só precisaria do dinheiro para repor os mísseis interceptores que seriam utilizados ao longo da ofensiva Margem Protetora -, o Congresso deveria aprovar o financiamento nos próximos meses.
Segundo apuração do "WSJ", porém, Israel também solicitou munição diretamente ao Pentágono no dia 20 de julho. Fontes disseram que o pedido foi aprovado por canais militares três dias depois, mas não foi tornado público e tampouco passou pela aprovação do governo americano. Com esse acordo, Israel usou US$ 3 milhões financiados pelos EUA para comprar tanques. O "WSJ" diz ainda que, além do pedido por tanques e munições, Israel pediu aos militares americanos um grande número de mísseis Hellfire.
Quando o Pentágono estava prestes a liberar uma parte dos mísseis, a Casa Branca pediu que o órgão de defesa e outras agências militares consultassem o Departamento de Estado antes de aprovar novos pedidos. Desde então, o governo Obama aumentou o controle no envio de armas a Israel, relata o "WSJ".
A guerra em Gaza levou as relações diplomáticas entre Israel e seu maior aliado ao nível mais baixo desde que Obama assumiu a Presidência em 2009. Os Estados Unidos condenaram duramente o ataque israelense a uma escola da ONU em Jabaliya, que abrigava cerca de três mil palestinos deslocados pelo conflito.
Israel e Hamas respeitam uma trégua nesta quinta-feira, depois que um novo cessar-fogo de cinco dias começou com lançamentos de foguetes palestinos e ataques aéreos israelenses durante a noite de quarta-feira (13).
A ofensiva Margem Protetora iniciada em 8 de julho deixou 1.945 palestinos e 67 israelenses mortos.
[No seu relato da mesma reportagem do WSJ, a revista Newsweek informa que em resposta ao que os EUA entendem como "táticas de batalha cruéis e opressivas" usadas por Israel, incluindo o uso de artilharia em vez de armas guiadas com precisão, a Agência de Cooperação de Segurança de Defesa, do Pentágono (DSCA, em inglês), suspendeu abruptamente o iminente fornecimento de mísseis Hellfire solicitados por Israel. A Casa Branca instruiu o DSCA e outras agências, incluindo o Comando Militar Europeu dos EUA, para consultá-la antes de aprovar quaisquer outras solicitações de armas feitas por Israel. Autoridades israelenses e americanas dizem que Israel solicitou também munição para tanques e outros tipos de munição.
Embora os EUA tenham recentemente aumentado seu controle de suprimento de armas a Israel, planejando analisar individualmente cada pedido israelense de armas americanas em vez de manter o assunto estritamente numa base de entendimentos entre militares, as negociações feitas diretamente pelo Pentágono "mostram inequivocamente quão pequena é a influência que a Casa Branca e o Departamento de Estado têm sobre o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu -- e ambas as partes sabem disso", prossegue o WSJ.
As autoridades americanas ficaram particularmente aborrecidas com o bombardeio em 30 de julho de uma escola administrada pela ONU em Jabaliya, onde milhares de refugiados se abrigavam, resultando na morte de pelo menos 19 pessoas. Esse bombardeio foi descrito pelo WSJ como um "divisor de águas" nas relações entre os EUA e Israel durante o conflito, um fato que -- segundo um diplomata não identificado -- pegou o governo americano de surpresa.
Ao mesmo tempo em que a aprovação individualizada dos pedidos de armamento retardará seu processo de liberação, isso "mostrará a Israel que a assistência militar antes considerada como líquida e certa está agora sob escrutínio mais minucioso", diz o WSJ. Na pior das hipóteses, isso sinaliza que as autoridades americanas estão retomando algum controle dos negócios de armas entre os EUA e Israel, particularmente à luz de um comentário que se diz ter sido feito pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a Don Shapiro, embaixador americano em Israel, de que quando se trata de os EUA querer instruir Israel sobre como lidar com o Hamas a administração Obama "não deveria jamais criticar-me novamente". ]
Embora os EUA tenham recentemente aumentado seu controle de suprimento de armas a Israel, planejando analisar individualmente cada pedido israelense de armas americanas em vez de manter o assunto estritamente numa base de entendimentos entre militares, as negociações feitas diretamente pelo Pentágono "mostram inequivocamente quão pequena é a influência que a Casa Branca e o Departamento de Estado têm sobre o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu -- e ambas as partes sabem disso", prossegue o WSJ.
As autoridades americanas ficaram particularmente aborrecidas com o bombardeio em 30 de julho de uma escola administrada pela ONU em Jabaliya, onde milhares de refugiados se abrigavam, resultando na morte de pelo menos 19 pessoas. Esse bombardeio foi descrito pelo WSJ como um "divisor de águas" nas relações entre os EUA e Israel durante o conflito, um fato que -- segundo um diplomata não identificado -- pegou o governo americano de surpresa.
Ao mesmo tempo em que a aprovação individualizada dos pedidos de armamento retardará seu processo de liberação, isso "mostrará a Israel que a assistência militar antes considerada como líquida e certa está agora sob escrutínio mais minucioso", diz o WSJ. Na pior das hipóteses, isso sinaliza que as autoridades americanas estão retomando algum controle dos negócios de armas entre os EUA e Israel, particularmente à luz de um comentário que se diz ter sido feito pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a Don Shapiro, embaixador americano em Israel, de que quando se trata de os EUA querer instruir Israel sobre como lidar com o Hamas a administração Obama "não deveria jamais criticar-me novamente". ]
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