quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Custo PT + Dilma NPS: Brasil paga taxa de risco mais alta que outros países latino-americanos

[Assim como não há almoço de graça, ninguém fica impunemente 12 anos com governos petistas -- 4 dos quais com uma madame chamada Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia). Oficialmente o troféu "merreca" ainda não foi institucionalizado, mas já o monopolizamos há 12 anos. Somos merreca na economia, na educação, na saúde, na segurança pública, na infraestrutura, na mobilidade urbana, na política externa, e em ética na política e na gestão da coisa pública.  Nos transformamos numa gigantesca ilha de incompetência nas Américas do Sul e Latina, estamos levando surras seguidas de gestão econômica de vizinhos que há 12 anos ou mais eram muito piores que nós. As consequência são visíveis e inevitáveis. Como consequência natural da lambança econômica de Dilma NPS & Seus Blue Caps, estamos pagando taxa de risco maior que a de nossos vizinhos latino-americanos para conseguir recursos para nossa economia anêmica, como revela o jornal Valor Econômico na reportagem de Aline Oyamada reproduzida abaixo. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Reticentes com o cenário econômico do país, investidores têm cobrado retornos mais altos para aplicar seus recursos no Brasil. Até 2012, o país pagava um prêmio de risco - medido pelo CDS, uma espécie de seguro contra calote - mais próximo ao de seus pares na América Latina com economias comparáveis. Desde então, contudo, suas taxas descolaram da média da região. Neste ano, a diferença entre o prêmio de risco brasileiro e a média de seus principais vizinhos já é dez vezes maior do que era em 2010.

Economistas e analistas têm a percepção de que enquanto alguns países da América Latina reforçaram seus fundamentos por meio de reformas estruturais nos últimos anos, o Brasil trilhou o caminho oposto, apresentando piora nas contas públicas e no comprometimento com a meta de inflação. Ainda que o custo de algumas captações externas do Brasil tenha melhorado nos últimos anos, o país continua tendo que garantir taxas mais atrativas aos investidores do que muitas economias da região.

Essa diferença na percepção do mercado pode ser vista nos spreads dos contratos de seguro contra calote do Brasil, que são negociados em patamares bem mais altos que a média dos principais países da América Latina. O credit default swap (CDS) com vencimento em cinco anos do país era negociado ontem com spread de 166 pontos-base, bem acima dos prêmios de Chile (77), Colômbia (93), México (86) e Peru (94), de acordo com dados da consultoria Markit. Além disso, a diferença entre o prêmio do Brasil e a média desses quatro países só cresceu nos últimos anos. Em 2010 era de 7 pontos-base, subiu para 8 em 2011, 14 em 2012, 53 em 2013 e, neste ano, está em 72 pontos. No fim do ano passado, chegou a 99 pontos.

O valor do CDS, um derivativo de crédito, é definido pela percepção ao risco das dívidas e cada 100 pontos-base significa dizer que o credor vai pagar o equivalente a 1% da sua carteira pela proteção oferecida pelo vendedor do CDS.

Rodolfo Oliveira, economista da consultoria Tendências, afirma que o descolamento tem raízes na gestão macroeconômica. "Essa diferença abriu quando começaram a ficar evidentes as manobras contábeis do governo para ocultar o descumprimento das metas fiscais", diz. Para ele, há falta de comprometimento com a meta de inflação e com a geração de superávits primários capazes de sustentar a trajetória de queda gradual da dívida, o que prejudica a imagem e credibilidade do país no mercado. Essa situação ficou ainda mais evidente porque os outros países da região fortaleceram suas bases econômicas. Entre o início de 2010 e ontem, o prêmio de risco do Brasil medido pelo CDS subiu 44 pontos, enquanto o de México e Colômbia, por exemplo, caiu cerca de 50 pontos.

A dinâmica dos ratings de crédito também ilustra essa trajetória. Enquanto países como Colômbia, Chile e Peru subiram na escala de qualidade de risco de crédito neste ano, o Brasil foi rebaixado pela agência Standard & Poor's para "BBB-" em março. Atualmente, possui nota pior que Chile ("AA-"), Colômbia ("BBB"), Peru ("BBB+") e México ("BBB+"), sob as métricas da S&P [o destaque é meu, não do jornal].





"Temos países que fizeram sua lição de casa, principalmente Colômbia e Peru", afirma Ulisses de Oliveira, sócio diretor da Galloway Gestora de Recursos. "A Colômbia, por exemplo, segue uma trajetória de alta nas agências de qualificação de risco, enquanto o Brasil contempla a potencial perda do grau do investimento", afirma. Outro que aprimorou seus fundamentos e ganhou o reconhecimento do mercado é o México. "[O país] vem demonstrando uma ambiciosa agenda de reformas nas áreas de petróleo e gás, eletricidade e telefonia", diz Oliveira.

Os títulos de dívida externa do Brasil também têm spreads mais altos. A última emissão de bônus do Tesouro - em que recomprou dívidas mais caras e vendeu papéis com vencimento em 2045 - saiu a um spread de 187,5 pontos-base sobre os Treasuries, resultando em cupom de 5% ao ano. O governo celebrou o fato de ter sido o menor percentual para uma emissão de 30 anos do Brasil. Mas, considerando os dados do dia da captação (23 de julho), bônus de mesmo prazo do México eram negociados no mercado secundário com prêmio de 124 pontos-base, os do Peru a 150 e os da Colômbia a 144.

O mesmo movimento é visto nos bônus de dez anos. Na semana passada, os papéis brasileiros com esse prazo operavam com spread de aproximadamente 160 pontos-base sobre os Treasuries equivalentes. Enquanto isso, os da Colômbia pagavam prêmio de 109 pontos-base, os do México, 88 e do Peru, 116.

Os níveis atuais são bem mais baixos que os do início do ano, quando os prêmios de risco dos emergentes em geral deram um salto em função da aversão ao risco que pautava os mercados. Com a expectativa de que o juro nos Estados Unidos continuará próximo de zero por mais tempo que o esperado, investidores voltaram a aplicar nos emergentes. "A queda nos yields dos emergentes como um todo tem a ver com a liquidez internacional, pois o Federal Reserve deu sinais de que não tem pressa para subir os juros", explica Antonio Madeira, economista da MCM Consultores.

Atualmente, os spreads dos bônus soberanos de dez anos da maioria desses países, não apenas da América Latina, estão abaixo da média dos últimos 12 meses. A Indonésia, por exemplo, paga um prêmio de cerca de 170 pontos-base nesses títulos sobre os Treasuries, abaixo da média de 226 desse período. A Turquia tem prêmio de 187 pontos, inferior aos 233 dos últimos 12 meses.

No caso do Brasil, além do fator global, alguns analistas afirmam que há o peso das eleições. "O mercado está precificando uma mudança de regime econômico no Brasil", diz um operador do mercado de dívida externa. Para Rodolfo Oliveira, da Tendências, o nível atual dos ativos brasileiros já reflete a expectativa de mudança de governo e, com ela, a implementação dos ajustes necessários na política econômica. "É preciso promover algum tipo de choque, mostrar que estão reduzindo a contabilidade criativa, que as contas não têm maquiagem", afirma.

Independentemente de quem sair vitorioso nas urnas em outubro, analistas parecem concordar que a pressão será grande por reformas, principalmente no quadro fiscal, para melhorar a credibilidade do país com os investidores. "Talvez com o PT tenha mais volatilidade e com o PSDB menos, mas qualquer candidato terá que entregar mudanças relativamente rápido", afirma o diretor de um banco estrangeiro. "Haverá pressão do mercado de qualquer forma".











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