O mau momento da Bolsa e a perda de valor do real levaram as empresas brasileiras a liderar as perdas entre as maiores companhias do mundo, perdendo espaço entre as gigantes globais.
Das 10 empresas (entre as 500 maiores do mundo) que mais perderam valor de mercado nos últimos 12 meses, 4 são brasileiras. Valor de mercado é calculado de acordo com o preço da ação da empresa multiplicado pelo total de papéis dela que são negociados e é um indicador que aponta a confiança do investidor sobre a companhia.
O pior resultado é o da Petrobras, que perdeu 34% do seu valor em Bolsa, queda que só não é maior que a da banco espanhol Bankia (51%), um símbolo da crise espanhola, salvo da falência pelo governo local em 2012. A companhia brasileira, que cinco anos atrás figurava entre as dez maiores do mundo, hoje está na 121ª posição, avaliada em US$ 74 bilhões, um terço da rival PetroChina. [A Petrobras é o exemplo mais evidente e expressivo do jeito petista de administrar nossas estatais e o país. É fundamental não perder de vista que desde 2003 Dilma Rousseff NPS (Nosso Pinóquio de Saias) manda e desmanda na Petrobras e no setor energético do país. A responsabilidade da Dama de Ferrugem no inferno astral da petrolífera é descomunal, pois de 2003 a 2010 ela presidiu o Conselho de Administração da empresa -- e quem conhece o jeitão paquidérmico da madame de gerir a coisa pública entende facilmente o que significa a passagem dela por esse cargo.]
O crescente endividamento, a imposição do governo de segurar os preços dos combustíveis no mercado interno e o risco de seus títulos perderem a nota de "grau de investimento" são motivos que levam os investidores a acreditar que a estatal valha quase US$ 100 bilhões menos que a americana Amazon, que lucrou US$ 274 milhões no ano passado – enquanto a Petrobras lucrou US$ 11 bilhões.
Elas não estão mais lá - Empresas brasileiras encolhem na Bolsa e saem da lista de gigantes globais (clique na imagem para ampliá-la) -- (Ilustração: Editoria de Arte/Folhapress - Fonte: Folha de S. Paulo).
A estatal não é, porém, a única que sofre na Bolsa: Vale, Banco do Brasil e Bradesco figuram entre as dez com maior perda de valor, com quedas entre 25% em 30%. A consequência é que atualmente há apenas seis empresas do país entre as 500 maiores do mundo, quatro a menos que nessa mesma época em 2013 (Souza Cruz, Itaúsa, Santander e Telefônica deixaram o ranking ao longo do ano passado) e seis em relação a 2012 (OGX e Cielo também estavam na lista).
Para Andrew Campbell, estrategista de Equity Research para a América Latina do Credit Suisse, a queda das empresas brasileiras reflete o desempenho do mercado acionário local. "O último ano foi especialmente ruim para mercados emergentes. Enquanto o Brasil caiu 26% [pelo IBr X 100, índice que mede cem ações brasileiras], os emergentes caíram 8%. Nesse mesmo período, a Bolsa americana ganhou mais de 22%".
Para ele, os maus resultados são reflexo o baixo crescimento da economia brasileira (o Credit Suisse estima alta de 1,8% do PIB neste ano, após o avanço de 2,3% em 2013) e da política do banco central americano (Fed) de retirada de parte dos estímulos adotados em 2012, o que tem pressionado as moedas dos países emergentes.
Com perda de 16% do seu valor ante o dólar, o real é a quarta moeda que mais se desvalorizou nos últimos 12 meses (entre 31 divisas). Como o ranking é medido em dólar, as flutuações do câmbio também têm impacto na lista. "Sem considerar qualquer outro fator, as empresas de cara perderam 16%", afirmou Campbell.
[O Globo de hoje traz também uma reportagem preocupante sobre a perda de valor de mercado de nossas duas principais estatais, a Petrobras e a Eletrobras. Desde o fim de 2010 o valor de mercado da Petrobras encolheu US$ 137 bilhões, ou 60%. Em reais, a empresa valia R$ 380,24 bilhões e passou a valer R$ 214,68, um tombo de 43%. Quanto à Eletrobras, do quarto trimestre de 2010 até o último balanço publicado, no terceiro trimestre de 2013, a empresa viu seu valor de mercado cair em 63%, passando de R$ 26,2 bilhões para R$ 9,6 bilhões, segundo cálculos da consultora Economatica. As duas estatais juntas perderam R$ 182,16 bilhões.
Essa perda de valor das estatais federais ao longo dos últimos anos, segundo especialistas, resulta principalmente da interferência política na gestão das companhias, o que contribui para o enfraquecimento do mercado de ações brasileiro, onde as duas sempre tiveram boa parte dos negócios.]
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