Fármaco recém-aprovado pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla inglesa) contra o câncer de mama em fase inicial - (Foto: FDA/Fonte: El País). |
Perjeta é o primeiro fármaco aprovado para uso neoadjuvante -- pré-cirúrgico -- para esse tipo de tumor maligno. O comitê de especialistas considera "que seus benefícios são maiores que seus riscos". O medicamento já havia sido aprovado em 2012 para pacientes em estágio avançado ou com metástase de câncer de mama tipo HER2, nome de uma proteína produzida por um gene específico cuja alteração pode produzir a enfermidade. Aproximadamente, cerca de 25% dos tumores "salientam" o HER2 ou apresentam uma amplificação desse gene, o que normalmente acontece na fase inicial da evolução da enfermidade. Isso quer dizer que um(a) em cada quatro pacientes com câncer de mama é HER2 positivo.
O câncer de mama é a segunda causa de mortes por câncer entre as mulheres americanas. Estima-se que 232.340 serão diagnosticadas com essa doença e 39.620 morrerão por sua causa em 2013 [que precisão!...], segundo os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA [na realidade, essa estatística é do Instituto Nacional do Câncer dos EUA].
O Perjeta poderá ser usado na fase inicial da enfermidade. "Isto fará com que a intervenção cirúrgica seja menos invasiva -- até agora o passo prévio em muitos dos casos", e ajudará muito as pessoas que têm alto risco de sofrer recidiva, de metástase ou, inclusive, de morrer, explica o texto do comunicado da FDA. "Ele deverá ser usado em combinação com trastuzumab -- anticorpo monoclonal humanizado semelhante aos anticorpos que o organismo produz de forma natural -- e quimioterapia, previamente à cirurgia e, em alguns casos, será necessário prosseguir com a quimioterapia", continua o comunicado. Segundo os especialistas, em todos os casos os pacientes deverão continuar tomando o trastuzumab durante um ano.
"Nos últimos anos, estamos vivendo uma mudança substancial no paradigma do tratamento do câncer de mama, principalmente em seu estágio inicial", afirmou em um comunicado o Dr. Richard Pazdur, diretor de Hematologia e Oncologia da FDA. "Contar com medicamentos eficazes nessa etapa poderia prevenir e retardar possíveis recidivas", prosseguiu.
A aprovação do Perjeta como tratamento neoadjuvante está baseada em um estudo calcado em medições de polymerase chain reaction (PCR) ["reação em cadeia da polimérase" -- polimérase é uma enzima que catalisa a ligação de nucleotídeos e leva à formação de cadeia do ácido nucléico] -- técnica cujo objetivo é obter um grande número de cópias de um fragmento do DNA. Nesse estudo se analisaram 417 pacientes, tratadas de quatro maneiras distintas -- com tratuzumab mais docetaxel -- medicamento comum no tratamento desse tipo de tumor maligno --; com Perjeta mais trastuzumab e docetaxel; com Perjeta e trastuzumab; e com Perjeta e docetaxel.
"Cerca de 39% dos pacientes atingiram o objetivo com o tratamento com base no Perjeta mais trastuzumab e docetaxel, contra 21% daqueles tratados apenas com trastuzumab e docetaxel", explica o comunicado da FDA. Neste momento, 4.800 pessoas se encontram em tratamento, e a FDA espera ter os resultados em 2016.
Os efeitos colaterais mais comuns do Perjeta são perda de cabelo, diarreia, náuseas e baixa das defesas (no número de glóbulos brancos). Além disso, podem ocorrer problemas cardíacos e hipersensibilidade. O Perjeta é comercialializado por Genentech, uma empresa do grupo Roche, sediada no sul de São Francisco, na California (EUA).
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