quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Mais uma baderna: petroleiros param 15 plataformas e ocupam Ministério de Minas e Energia

[Quem ler as manchetes dos jornais Valor Econômico e Estado de S. Paulo de hoje sobre o mesmo evento -- a greve dos petroleiros empregados da Petrobras -- iniciado na madrugada de hoje vai achar que se trata de duas situações distintas. O Valor diz que "leilão de Libra não justifica greve dos petroleiros", segundo o secretário de óleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Marco Antonio Almeida, enquanto o Estadão dá a manchete "petroleiros param 15 plataformas e ocupam Ministério de Minas e Energia". Nitidamente, o secretário do MME está querendo tapar o sol com uma peneira.]

Segundo o Estadão, trabalhadores da Petrobras iniciaram na madrugada desta quinta-feira, 17, greve geral que interrompe, segundo a Frente Única dos Petroleiros (FUP), a produção em plataformas, refinarias, terminais e sedes administrativas da estatal em todo o País. Segundo a FUP, cerca de 39 plataformas da Bacia de Campos, responsável por 80% da produção da Petrobrás, aderiram ao movimento. A produção está parada em 15 delas.


Integrantes de movimentos sociais e trabalhadores do setor de petróleo ocuparam nesta manhã a sede do Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília. Mais de 150 manifestantes, segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal, estão na entrada do prédio, impedindo a movimentação de servidores e visitantes. principal reivindicação dos grevistas é a suspensão do primeiro leilão do pré-sal, no campo de Libra. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão disse que o País entende protestos contra o leilão de Libra, mas que os funcionários do ministério precisam trabalhar.


O diretor de comunicação da FUP, Francisco José de Oliveira, explica que o movimento defende que o Campo de Libra seja destinado à exploração exclusiva da Petrobras, sem a participação de empresas estrangeiras. A FUP é filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O protesto também conta com a presença de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
O ministro disse que de nada servirá o pré-sal "em estado letárgico no fundo do mar". "Precisamos andar rápido para que essa riqueza possa ser aplicada na saúde e na educação", disse. Lobão afirmou que hoje o Brasil importa combustíveis e que deseja, em futuro próximo, exportar petróleo. "Essa riqueza a ser extraída dali servirá para atender aos estados, municípios e sobretudo à educação e saúde do país", concluiu.
Os grevistas também fazem bloqueios em rodovias, como a Washington Luis, no Rio de Janeiro, que dá acesso à Refinaria Duque de Caxias (Reduc). De acordo o diretor da FUP, Leopoldino José de Oliveira, a adesão ao movimento é de 100% na refinaria. Segundo o sindicato, as plataformas onde os trabalhadores estão em greve estão sendo operadas por equipes de contingência da estatal, formada por gerentes e supervisores sem experiência operacional, "o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades", diz um comunicado encaminhado à imprensa. Procurada, a Petrobras ainda não se manifestou sobre o assunto.
Mais protestos.  Estão previstas manifestações em todo o País ao longo do dia. No Rio, às 17h, os petroleiros fazem uma passeata pelo Centro. Os trabalhadores também reivindicam reajuste salarial de 12,5%, e a retirada da tramitação do Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização nas empresas.  "A Petrobrás apresentou uma proposta de reajuste que foi rejeitada em assembleia pelos trabalhadores. Se a empresa não apresentar nova proposta, o movimento pode continuar mesmo depois do dia 21", completou Oliveira.
Além da Reduc, o sindicato contabiliza paralisações em Manaus (Reman/AM), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos (Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), Abreu e Lima (PE), além da SIX (unidade de Xisto/PR), da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA), Termorio (Duque de Caxias), usinas de Biodiesel e termoelétricas e campos terrestres de produção de petróleo na Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte. Há mobilização também em terminais da Transpetro no Amazonas, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Na reportagem também de hoje do Valor Econômico, lê-se que "A principal motivação da paralisação dos petroleiros iniciada nesta quinta-feira se relaciona à obtenção do acordo coletivo salarial, avalia o secretário de óleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Marco Antonio Almeida, que não vê o leilão de Libra como justificativa para o movimento"Estamos em um momento de acordo coletivo. Então, não sei até que ponto [o leilão de Libra] seria motivo para uma greve dessa. A Petrobras vai participar de Libra", afirmou".

[É realmente especial e singular o funcionamento das cabecinhas desses petroleiros da Petrobras,de seus sindicatos e de seus cupinchas. Hoje de manhã no carro, pela CBN, ouvi repetidas inserções da FUP conclamando os trabalhadores e a população a se levantarem contra o leilão de Libra por se tratar de uma "privatização" que transferirá para estrangeiros os benefícios de algo que "pertence legitimamente ao povo brasileiro e tem que ser usado em seu benefício", e a manifestação terminava com a ladaínha purgativa do "petróleo é nosso". O gozado é que esses mesmos cidadãos ficam caladinhos, não mexem um dedo nem paralisam plataformas e refinarias para defender a Petrobras contra os desmandos da década petista, que estão sufocando a empresa econômica e financeiramente, obrigando-a inclusive a se desfazer de ativos para fazer caixa. Quem acessar o marcador "Petrobras" na aba direita do blogue verá uma enxurrada de textos sobre os estragos que o PT vem fazendo há 10 anos na empresa, com o silêncio conivente dessa mesma turma que está fazendo essa palhaçada contra o leilão de Libra. O PT tem carta branca dos petroleiros para fazer da Petrobras uma propriedade para seu próprio uso e benefício.

Outro detalhe interessante e sintomático é a mistureba desse grupo de protesto, que envolve petroleiros e gente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Estão a caminho do buchincho, para se juntar a essa galera, os gandulas do Maracanã e do Engenhão, os flanelinhas do centro do Rio e o pessoal de apoio dos inferninhos da Praça Mauá. Farão a geleia geral encarregada de manter a Petrobras como feudo do PT -- o petróleo e o país que se danem.


Quanto à ocupação do MME, como ponto de partida da greve, trata-se de outra violência absurda e idiota contra um bem público e a liberdade constitucional das pessoas de ir e vir para tratar de seus interesses. É uma prática abusiva, idiota e desordeira cujas raízes se aprofundaram e se fortaleceram nessa década de governos petistas no país.]


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