Já entramos no último trimestre do ano e, p'ra variar, o quadro político no lado da oposição continua um samba do crioulo doido. A adesão de Marina Silva ao PSB de Eduardo Campos provocou alvoroço nas hostes do governo e do PSDB. Mas, será que esse auê todo tem razão de ser? Que currículo tem Marina para ocupar esse destaque todo que lhe estão dando? O PSDB continua às voltas com seu João Teimoso, o José Serra, uma das inúmeras múmias ambulantes do cenário político nacional.
Em seus cinco anos como ministra do Meio Ambiente, Marina foi uma figura apagada que nunca se impôs. A imagem que ficou dela, além das olheiras profundas e da aparência de um doente eternamente convalescente, foi a de alguém que perdeu praticamente todas as disputas em que se meteu contra as decisões do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) na sua pasta -- e que vivia choramingando por isso. Saiu do governo do PT em maio de 2008. Foi candidata à Presidência da República em 2010 e conseguiu um total surpreendente de quase 20 milhões de votos (quase 17% dos votos válidos), o que a transformou num fenômeno político no país. Como explicar isso que ocorreu? Só perguntando aos eleitores dela. Mas acho que parte da explicação passa pelo vazio de novas lideranças que aflige nossa política há muito tempo, com visível agravamento na última década. E um outro pedaço da história passa pela inevitável atração que inúmeras pessoas têm por aqueles que têm cara e trejeitos de mártir.
Depois que saiu do governo, Dona Marina ficou cinco anos sem tomar nenhuma atitude ostensiva, explícita, contundente e inequívoca de oposição ao PT e de repúdio cristalino às suas práticas políticas e de gestão do país. Ficou muda e queda, fechou-se em copas. Só resolveu se mexer depois de nocauteada com golpes baixos do governo federal e do Congresso para inviabilizar a criação de seu partido, o Rede Sustentabilidade. Aí, o fígado falou mais alto e sua opção de demonstrar sua irritação contra esse estado de coisas foi aderir ao PSB. Desse episódio da adesão alguns aspectos ficaram evidentes -- i) Marina mostrou-se incompetente no processo de criação de seu partido, o que depõe contra sua pretensão de governar um país com a complexidade do Brasil; - ii) ela mostrou ser adepta da máxima de que o fim justifica os meios, dispondo-se a trair seus princípios e seus correligionários para tentar ir à forra contra Dilma NPS e o PT; - ii) seu discurso político é o mesmo blá-blá-blá de sempre.
O parceiro escolhido por Marina, Eduardo Campos, tem contradições a explicar. Ele apregoa a necessidade de um "novo" jeito de fazer política e de governar o país, mas governa politicamente seu estado, Pernambuco, do mesmíssimo jeito que o PT e Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) fazem. Sua base partidária abriga 14 partidos, e ele arranja penduricalhos e sinecuras para todos eles. Tem entre seus aliados premiados figuras de baixo coturno como Inocêncio de Oliveira -- cujo partido controla a Secretaria de Turismo e o porto do Recife --, o ex-presidente da Câmara de Deputados Severino Cavalcanti e o ex-governador Joaquim Francisco. Ou seja, Eduardo Campos pratica a mesmíssima política que agora diz condenar -- e levou um tempo enorme para saltar do barco cheio de malfeitos, corrupção e erros de gestão de Dilma NPS. Eduardo é mais um do time do "faça o que digo e não olhe o que faço".
O PSDB é mais um caso de divã de analista. O país está com a economia baleada, as ruas estão dominadas pelos boçais dos black blocs, a imagem do país no cenário internacional se degradou por conta das cambalhotas de Dilma NPS com as contas públicas, mas o partido continua paralisado e prostrado ante o altar do umbigo de José Serra -- ele, o partido, e o dono do umbigo. Enquanto isso, o pretenso-quase-talvez-quem sabe candidato Aécio Neves circula lépido, fagueiro e sorridente com sua nova esposa a tiracolo.
O DEM virou uma miragem de partido, é uma ilusão de ótica política. Com uma oposição com esse pedigree, Dilma NPS vai deitar e rolar na eleição de 2014, tripudiando sobre o país todo por conta dos milhões de cegos e parvos que fecham com sua reeleição.
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