Na montagem do ministério de Dilma têm sido usadas técnicas de atacado e varejo, talvez por força da formação de economista da presidenta eleita. O lado do atacado foi entregue a Lula, que com a mais inédita sem-cerimônia da história da República tem imposto inúmeros ministros e ministeriáveis à sua sucessora, algo impressionante. O varejo foi o que sobrou para Dilma, que tem passado um perrengue para acomodar a ganância dos assaltantes políticos dos partidos da coligação que a elegeu, com destaque disparado para o PT e o PMDB.
No lote da sua quota pessoal Dilma escolheu hoje o Secretário de Saúde do Estado do Rio, Sérgio Côrtes, para ser seu ministro da Saúde. Como a saúde pública do nosso Estado só apareceu nas manchetes, e com muita frequência, com fatos extremamente negativos -- hospitais sem leitos, pacientes mortos por mau atendimento ou por falta dele, pacientes em filas de espera por horas e mesmo dias, atendimento criminoso por estudantes travestidos de médicos, com vítimas fatais, acobertados por médicos formados, etc, etc -- não dá p'ra entender qual foi o critério técnico (que ela disse que seria a base de suas escolhas) que Dilma utilizou para escolher o Sr. Sérgio Côrtes que, no mínimo, foi um péssimo gestor da saúde estadual. O que salta aos olhos é que essa indicação é nitidamente um afago compensatório no governador Sérgio Cabral, que teria ficado fulo da vida com a indicação de Moreira Franco, de seu partido (PMDB), para um ministério sem que ele Sérgio tivesse sido consultado. E com esses achegos, a fórceps e marteladas, vai se montando o governo que definirá nosso destino nos próximos quatro anos ...
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