segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Deu Dilma na nossa cabeça

Agora só nos resta torcer para que tudo dê o mais certo possível, da melhor maneira possível. Sei que vão dizer que estou chorando o leite derramado, mas há um fato nessa eleição que precisa ser visto e analisado com o máximo de atenção: pelos dados oficiais do TSE Dilma teve 56,05% e Serra 43,95% dos votos válidos. Foram registrados 21,50% de abstenção, 4,40% de votos nulos e 2,30% de votos em branco -- estas cifras podem comportar várias interpretações, mas uma inegável é que representam incontestavelmente desencanto ou descaso com a política em geral e/ou com os dois candidatos e, portanto, falta de confiança nos dois candidatos. Assim sendo, é perfeitamente lícito concluir que contra Dilma houve a manifestação de 72,15% de eleitores (soma da votação de Serra com os brancos e nulos e mais as abstenções), o que deveria servir para colocar em perspectivas mais sóbrias e realistas as comemorações pela vitória de Dilma/Lula.

Dilma assumirá o governo coberta de incógnitas políticas, sem falar nas intrinsecamente técnicas:
  • uma coisa é gerir um gabinete (Casa Civil), um ministério (MME) ou um programa de governo (PAC), outra bem diferente é comandar um governo com cerca de 30 ministérios  e ter que lidar com a ganância desenfreada do PT, do PMDB e de centenas de parlamentares da "base" (jogo de cintura não foi até agora atributo visível de Dilma);
  • aceitará ela pacificamente a inevitável ingerência de Lula em seu governo durante os 4 anos de mandato?
  • aceitará ela, também pacificamente, a hipótese de exercer um mandato tampão para um eventual retorno de Lula em 2014?
Quem viver, verá.

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