Como diz o jornal inglês The Independent, a Irlanda se curvou ante o inevitável e confirmou que está solicitando dezenas de bilhões de euros de instituições internacionais, para salvar sua economia e seus bancos combalidos. Em suma, os irlandeses deixaram de bancar os pobres orgulhosos e resolveram parar de tergiversação e subterfúgios, para encarar a dura realidade do risco de uma iminente bancarrota. A especulação agora é se a hemorragia financeira se estancará com o auxílio à Irlanda, ou se Portugal, a Espanha e mesmo a Itália não engrossarão a lista dos necessitados de socorro imediato.
Vê-se que a crise financeira iniciada há dois anos nos EUA, comprovando a absoluta falta de controle em setores chaves da economia e a predominância da política do laisser-faire na economia, não era uma doença somente americana e se mostrou uma pandemia. Seus efeitos se prolongam e se desdobram, gerando insegurança e preocupação generalizadas. Por aqui, a crise foi inicialmente chamada de marola e depois se constatou que era onda p'ra surfista competente, mas mesmo assim reina no país um ufanismo como se fôssemos uma ilha de bem-estar no planeta, remotamente afastada de qualquer contaminação pelo que se passa no resto do mundo. Vozes competentes e responsáveis, aqui e lá fora, começam no entanto a alertar o governo e o país de que todo cuidado é pouco, e é bom deixar as barbas de molho e não relaxar a guarda.
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