A sinalização a ser observada e ponderada em ambos os textos é que o que na realidade está ocorrendo é que os EUA estão perdendo a hegemonia isolada e absoluta no mundo, e caminhando para ser uma potência compatível com suas dimensões físicas e políticas (daí o título do artigo de Paul Kennedy) mas ainda vital para a decisão dos destinos do mundo. Que não se iludam os profetas apocalípticos, o predomínio americano em certas áreas (especialmente na militar e na de tecnologia) e a importância dos EUA nas mesas de negociações perdurarão ainda por muito tempo.
De uns tempos para cá, para se entender o que se passa com os EUA e a situação a que o país chegou, e para onde caminha em termos político-estratégicos, é fundamental entender-se o que vem ocorrendo paralelamente com a China. A bibliografia para isso é vastíssima, mas há pelo menos dois livros que recomendo fortemente para quem quiser enveredar por essa seara:
- About Face (James Mann, Ed. Alfred Knopf, NY 1999) -- O autor foi correspondente diplomático e de relações exteriores e colunista do Los Angeles Times por vinte anos, e foi chefe do escritório do jornal em Pequim de 1984 a 1987. O livro (cujo título significa meia-volta, uma completa mudança de opinião, planos, etc) traça um histórico do curioso (sic) relacionamento dos EUA com a China, de Nixon a Clinton. Considero este livro imperdível.
- O Mundo Pós-Americano (Fareed Zakaria, Companhia das Letras, 2008) -- Outro livro importante, bem mais recente que o anterior e focado exatamente no tema da reportagem e do artigo da Veja. Fareed Zakaria, nascido na Índia em 1946, é PhD pela Universidade de Harvard e, desde outubro deste ano, ocupa o cargo de editor-geral da Time Magazine, que comprou seu passe da Newsweek.
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