A chamada "guerra cambial", expressão cunhada pelo ministro Guido Mantega e encampada pelos demais países a partir da recente reunião do G20, continua nas manchetes e é objeto de dois interessantíssimos artigos na edição de hoje do jornal Valor Econômico: "Estratégias para a guerra cambial", de Sergio Leo, da equipe do jornal, e "Guerra cambial: qual é o inimigo?", de Gino Olivares, economista-chefe da Brookfield Gestão de Ativos (obs.: o acesso digital aos textos integrais desses artigos é restrito para quem não é assinante do jornal).
A primeira constatação é a de que os diagnósticos não são inteiramente coincidentes, o que faz com que as soluções propostas para resolver ou minimizar o problema também não o sejam. Mas em ambos os textos há identificações interessantes de origens da supervalorização do real, que merecem nossa atenção.
No artigo de Sergio Leo eu citaria, sem hierarquia, as razões "estruturais" domésticas como a carência de poupança, que provoca atração de poupança externa, ou a proporção de ativos estrangeiros em relaçãoa ativos domésticos no exterior. Também sem querer hierarquizar as razões, no artigo de Gino Olivares me atraiu a questão dos gastos internos que, mesmo sem o enfoque da guerra cambial, tem sido objeto de preocupação generalizada no país, por conta da gastança desenfreada do governo Lula principalmente neste ano eleitoral. O artigo cita que a despesa primária do governo central (em relação ao PIB) passou de 19,5% em 2002 para um valor estimado de 22,7% em 2010, resultado de um crescimento a uma taxa equivalente ao dobro da taxa de crescimento do PIB.
Sào dois artigos que merecem uma leitura atenta.
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