sábado, 20 de novembro de 2010

Hino considerado "machista" gera polêmica na Costa Rica

Oriette Zonta, de 49 anos, secretária-geral do sindicato do Banco Popular da Costa Rica entrou com recurso de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal do país contra o que considera exclusão das mulheres no hino nacional, tido por ela como excessivamente machista por versos tais como:

Na luta tenaz, de fecundo trabalho
que enrubesce do homem a face
..............................................
Quando alguém pretender tua glória manchar
verás teu povo, valente e viril

Argumenta ela que o povo costarriquenho é educado no sentido de que não pode haver discriminação, mas uma das primeiras coisas que se ensinam nas escolas é o hino nacional e, através deste, o Estado está estimulando a desigualdade, sobretudo quanto ao termo "viril".  "As meninas não podem ficar cantando um hino que nos discrimina", afirma Oriette.

A demanda gerou confusão e o país está na expectativa do que decidirá o Supremo Tribunal, exatamente no momento em que se verifica séria tensão entre a Costa Rica e a Nicarágua, por conta de uma disputa territorial. Leia mais.

Essa é uma discussão que pode ser considerada anacrônica e bizarra, mas não deixa de ter seu lado interessante. Lembro-me de que, há uns 2 anos mais ou menos, um jornal inglês considerou o hino brasileiro o mais bonito do mundo por sua letra nada belicista. Nesta linha de raciocínio o belíssimo e empolgante hino francês deve ser, talvez, o mais belicista de todos, mas é preciso entender que foi composto em plena guerra contra a Áustria (1792).

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