quinta-feira, 20 de maio de 2010

Um bom texto de George Carlin

George Carlin (1937-2008) foi um comediante, ator e autor americano focado no humor negro e de crítica social. Teve uma vida atribulada como alcoólatra e como viciado em cocaína e maconha, ficou 20 anos brigando com o Imposto de Renda americano e vivia às turras com a lei.

Um de seus monólogos mais famosos era (1973) o "Sete palavras que você nunca pode dizer na televisão" (Seven Words You Can Never Say on Television) -- as palavras eram Shit - Piss - Fuck - Cunt - Cocksucker - Motherfucker - Tits. Um cidadão chamado Jon Douglas ouviu de manhã pelo rádio esse monólogo, em companhia de seu filho, e reclamou junto à Comissão Federal de Comunicações, que lhe deu ganho de casa. Em 1983, num show especial no Carnegie Hall, Carlin ampliou para 200 palavras essa lista ...

Carlin era também capaz de gerar textos sérios, de bom conteúdo, como o transcrito abaixo.


O Paradoxo do Nosso Tempo

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.


Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.


Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.


Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.


Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.


Aprendemos a nos apressar, e não a esperar.


Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.


Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.


Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.


Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".


Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.


Uma era que leva essa carta a você, e uma era que lhe permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.


Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.

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