A tragédia econômica grega desnudou as falhas do euro e pode ter ainda consequências imprevisiveis. Portugal e Espanha já tiveram que tomar medidas drásticas de corte de gastos e arrocho fiscal, com os sindicatos de trabalhadores anunciando forte oposição a elas, o que prenuncia sérios problemas sociais nesses países. Na Alemanha, o apoio à ajuda bilionária à Grécia custou à PM Angela Merkel a perda do controle político da Renânia, o mais populoso e um dos mais importantes estados alemães.
No programa Painel, do canal GNT, houve hoje um interessantíssimo debate sobre a crise do euro, com a participação dos economistas Luiz Gonzaga Belluzzo (Unicamp) e Simão Davi Silber (USP), e do diplomata Jório Dauster (ex- representante do Brasil na Comunidade Européia, ex-presidente da Vale do Rio Doce e hoje consultor de empresas). Os três coincidiram em sua análise da crise européia, apontando, entre outros problemas, a falta de um controle fiscal único e a enorme assimetria entre as economias participantes da União Européia como focos dos atuais problemas do euro. Foi enfatizada a gravidade da crise, com a menção de que a União Européia conta com cerca de 500 milhões de habitantes e concentra cerca de 23% do PIB mundial. Somando-se à crise dos EUA, tem-se hoje mais de 50% do PIB mundial em séria e prolongada crise econômica.
A mídia, como não podia deixar de ser, repercute esse cenário. Entre vários artigos sobre o assunto vale ler, na Newsweek desta semana, as considerações do Prof. Niall Ferguson sobre o que ele chama de O Fim do Euro, e as considerações do economista Joseph E. Stiglitz sobre a sobrevivência do euro no O Globo de hoje.
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