sábado, 22 de maio de 2010

Mário Quintana, um senhor poeta

Gaúcho de Alegrete, Mário Quintana nasceu em 30/7/1906 e faleceu em Porto Alegre em 5/5/1994. Conhecido por seu humor e seu sarcasmo, foi poeta de primeira e tradutor respeitado, tendo traduzido para a Editora Globo obras de Proust, Voltaite, Maupassant e outros. Após a terceira frustrada tentativa de ingressar na Academia Brasileira de Letras compôs o conhecido


Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

(Prosa e Verso, 1978)


Uma de suas poesias:
O auto-retrato  
 
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

(Apontamentos de História Sobrenatural)
 
Quintana foi também um exímio frasista:
  • A amizade é um amor que nunca morre.
  • Há duas espécies de chatos: os chatos propriamente ditos, e ... os amigos, que são os nossos chatos prediletos.
  • Tão bom morrer de amor e continuar vivendo.
  • A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar não teria inventado a roda.
  • Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.
  • A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... Simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!
  • Ah, esses moralistas ... Não há nada que empeste mais que um desinfetante!
  • Autodidata é um ignorante por conta própria.


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