[A tática é mais do que manjada, só engana quem é otário ou gosta de ser enganado, ou está se lixando para atos de corrupção petistas. O NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) só fala -- e fala pelos cotovelos! -- sobre o que lhe interessa e interessa à sua plateia. Sobre os malfeitos de seus governos -- e há uma lista interminável deles -- o falastrão se cala, ou mente descaradamente (um dos traços expressivos de sua personalidade) sobre eles, distorcendo-os propositada e conscientemente, como fez com o mensalão e os mensaleiros. Sobre as incontáveis lambanças, mutretas e atos de corrupção de seus governos assume, sem o mínimo constrangimento, o papel do executivo idiota, incompetente e irresponsável: não sabe, nunca viu, não tem a menor ideia.
O NPA negou o mensalão, calou-se sobre os 6 ministros corruptos que transferiu para Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) e que foram por ela demitidos, calou-se sobre Rosemary Noronha (que nomeou para chefiar o escritório da Presidência da República em S. Paulo, era sua companheira ocasional de cabine nas viagens internacionais de que Dª Marisa não participava e se revelou um arquipélago de corrupção no oceano de lama petista) e não dá um pio sobre a enxurrada de atos de corrupção na Petrobras, todos nascidos, arquitetados e consumados nos seus dois mandatos, na gestão de José Sergio Gabrielli na presidência da Petrobras (nomeado por ele) e com Dilma NPS no comando do setor energético do país desde 2003. Sobre seu silêncio petrolífero, vale a pena ler a coluna de José Casado no Globo de hoje, transcrita a seguir. Ele se cala sobre os escândalos da Petrobras, mas se reúne às escondidas com Dilma NPS em S. Paulo para tratar deles -- somente para blindar politicamente o PT e a Dama de Ferrugem, sem qualquer preocupação com a corrupção envolvida.]
Silêncio eloquente
José Casado -- O Globo, 08/4/2014
Lula emudeceu. Evita falar sobre os prejuízos e o tráfico de influência em alguns dos maiores negócios realizados pela Petrobras durante o seu governo. Há inquéritos, prisões e debates no Congresso, mas o ex-presidente da República se mantém calado para o público sobre os bilionários “malfeitos” na sua administração.
Estranhável, porque se trata de um político habituado a sair da cama no meio da madrugada, andar até a cozinha e abrir a geladeira apenas para ter o prazer de fazer um breve e secreto “comício” — cena que ele mesmo já descreveu inúmeras vezes em praças públicas. Esse silêncio, certamente, não é por recomendação médica: na sexta-feira Lula conversou por quase três horas com a presidente Dilma Rousseff, a sós, num hotel paulistano.
Ex-ministra de Minas e Energia, ex-chefe da Casa Civil e ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras, sob Lula, ela fez questão de escrever e divulgar no Palácio do Planalto seu testemunho sobre um dos negócios suspeitos da estatal — a aquisição de uma refinaria ferro-velho em Pasadena (Texas) ao custo de mais de US$ 1 bilhão, com base em documentos “técnica e juridicamente falhos”.
“Tiro no pé” foi o comentário mais frequente sobre o gesto de Dilma no plantel de porta-vozes de Lula. A nota foi interpretada como confirmação do “malfeito”. No Congresso houve quem fizesse leitura diferente: Dilma se preocupou em registrar publicamente os limites da sua atuação, estabelecidos nas ordens que possuía como ministra e representante de Lula no conselho da Petrobras.
A fronteira do seu poder estava bem delimitada. No Ministério de Minas e Energia, por exemplo, esboçou uma reforma na diretoria da Petrobras, com alavancagem de Maria das Graças Foster, a quem chama de “Graciosa”. Surpreendeu-se com a reação de José Dirceu, chefe da Casa Civil. Precisou esperar seis anos para conseguir nomeá-la comandante da empresa.
Lula foi o dono do tempo e da agenda de negócios da companhia, em transações com políticos aliados, em linha direta com José Sérgio Gabrielli, que fazia questão de exibir a estrela-símbolo do PT na lapela do paletó. São do período Lula-Gabrielli iniciativas como a bilionária conta da compra e projetos de reforma da refinaria no Texas, a construção da refinaria em Pernambuco a custo dez vezes acima do orçamento inicial, e, ainda, a porteira aberta em áreas-chave às traficâncias dos associados na “maior base aliada do Ocidente”, conforme a modesta definição de Dirceu.
Foi nessa etapa que a Petrobras desidratou a auditoria interna e repassou mais de 75% do serviço de fiscalização dos seus contratos às próprias empresas contratadas, como registrou o Tribunal de Contas da União. Recebiam de um lado do balcão. E, do outro, forneciam até “as secretárias do gerente e do fiscal” — constatou o TCU em documento apresentado na Comissão Parlamentar de Inquérito que desvendou o mensalão.
O relatório final dessa CPI é instrutivo e está na rede do Senado, com seus três volumes e 1.800 páginas. A capa destaca um versículo bíblico (Mateus, 10:26): “Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não venha a ser revelado, e nada há de escondido que não venha a ser conhecido".
Nenhum comentário:
Postar um comentário