A propósito da carnificina ocorrida na penitenciária de Pedrinhas, no Maranhão, nas barbas (ou no buço) de uma figura anódina e absolutamente incompetente e irresponsável chamada Roseana Sarney, já me manifestei em postagem anterior.
Estamos assistindo a mais uma demonstração inequívoca de que a sociedade brasileira é burra, omissa, passiva, cordeira, covarde e irresponsável na defesa de seus direitos e na vigilância de órgãos e autoridades responsáveis pela plenitude desses direitos. Assim como no incêndio do circo de Niterói em 1961, na tragédia da boite Kiss em Santa Maria no início de 2013 e, agora, no horror de Pedrinhas, só após a ocorrência de algo muito trágico e traumático é que vêm à tona anos de infrações sistemáticas e recorrentes às leis e aos direitos humanos, e aí começa alguma agitação -- mas, a coisa acaba perdendo o embalo e dificilmente se sabe se e quem foi realmente punido. Mas, a regra tem sido a de ninguém sofrer qualquer punição. A tragédia que se abateu sobre a região serrana do Estado do Rio no final de 2010, início de 2011, e se repetiu em 2012, é um exemplo revoltante disso: vítimas da primeira tragédia estão até hoje sem as moradias que lhes foram prometidas. E o governador Sérgio Cabral e a presidente Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) continuam lépidos e fagueiros, rindo da desgraça alheia, pregando mentiras e acobertando mutretas e malfeitos, sem sentir o peso do punho da Justica -- nem das urnas.
O Presídio Central de Porto Alegre, que já ganhou em 2008 o título de pior penitenciária do Brasil, funciona há anos com 4.500 detentos embora sua capacidade seja para 2.069 presos e sua situação é considerada hoje tão calamitosa e explosiva como a de Pedrinhas, no Maranhão. Alguém viu Dilma NPS e a grande mídia abordarem esse problema? Detalhe fundamental para entender esse silêncio (pelo menos por parte do governo federal): Tarso Genro, o governador gaúcho, é do PT, no comando do Rio Grande do Sul desde 2011.
Ninguém policia, acompanha e cobra nada a priori: governo federal, governo estadual, governo municipal, judiciário dessas mesmas esferas, ONGs de direitos humanos, a sociedade civil como um todo -- nem mesmo os familiares daqueles que são reiterada e sistematicamente ofendidos em seus direitos fundamentais -- absolutamente ninguém se mexe preventivamente para evitar tragédias. E essa apatia e essa omissão ocorrem mesmo e principalmente em situações e circunstâncias em que os indícios e até mesmo as evidências de irregularidades e absurdos são evidentes e, via de regra, obscenamente flagrantes.
O sistema prisional brasileiro é uma calamidade e uma vergonha para o país, que frequentemente é advertido e/ou cobrado por isso pela Anistia Internacional e pela comissão de direitos humanos da OEA pelo tratamento criminoso dispensado aos nossos detentos. O Brasil é um dos cinco países com maior população carcerária no mundo -- os demais são EUA, China, Rússia e Índia. Nossas prisões abrigam quase 600.000 presos, e sua superpopulação carcerária está na raiz de praticamente todos os problemas de violência que as caracterizam. Ver tragédia de Carandiru e de outros presídios nacionais. No caso específico de Pedrinhas, de acordo com a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária do Estado do Maranhão atualmente há 2.196 presos no complexo penitenciário, que tem capacidade para 1.770 pessoas -- nessa prisão há, portanto, 24% a mais de detentos. Alguém vai querer nos convencer de que ninguém sabia disso e que a situação nessa panela de pressão era um mar de rosas, nada sinalizando que pudesse ocorrer a barbárie que lá se viu?!
Foi preciso ocorrer o banho de sangue em Pedrinhas para que a mídia e um monte de gente, como que de repente e do nada, descobrissem que o governo de Roseana Sarney é um estrume também nessa área. Por que ninguém fez nada preventivamente? Por que os Sarney dominam o Maranhão há quase 50 anos?!
E a tal da Dona Dilma NPS, o que fez nessa hora trágica do Maranhão e do Rio Grande do Sul? Diante da onda de violência nos presídios desses dois estados, a ex-guerrilheira preferiu se calar para evitar críticas aos aliados Roseana e Tarso. No caso do Maranhão, mandou seu ministro da Justiça a São Luiz para falar baboseiras e, praticamente, prestar "solidariedade" a Roseana Sarney -- depois, pressionada por ter se mantido silenciosa, foi para o Twitter fazer demagogia. Tudo isso para preservar o apoio de José Sarney à sua reeleição. Que merreca e droga de presidente é essa que, diante de uma tragédia como a de Pedrinhas, elege o Twitter como seu canal de comunicação com o país?!! O que, afinal, acha da vida e de nós essa cabeça de bagre?! E pensar que ainda há um bocado de gente pensando em reeleger essa irresponsável!!
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