Inexperiente, medíocre, classificado como de baixo clero pelos colegas parlamentares, Waldir Maranhão se deixou levar como marionete de duas raposas -- o AGU José Eduardo Cardozo e Flavio Dino, governador de seu estado -- e fez essa besteira, essa palhaçada hiperbólica que o expôs definitivamente ao ridículo e fez do Brasil mais um motivo de chacota no cenário internacional. O marionete se ferrou, e as raposas mal foram
mencionadas.
O boneco Waldir Maranhão e seu ventríloquo José Eduardo Cardoso
Como desgraça pouca é bobagem, descobriu-se agora que o filho do deputado, Thiago Augusto Maranhão, que é médico residente em São Paulo, era funcionário-fantasma do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão com salário bruto de R$ 7.500,00 (R$ 6.529,85 após descontos). A pedalada parlamentar do pai custou a sinecura do filho, que foi exonerado do cargo no TCE-MA e poderá ter que devolver o que ali ganhou ilicitamente.
Mas, voltemos ao glorioso Estado do Maranhão. Ter gerado esse Waldir Maranhão não é a única desgraça dessa unidade da federação. Desde que José Sarney, nascido José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, ocupou o cargo de governador (1966-1971), o Estado do Maranhão tornou-se por décadas feudo absoluto do clã Sarney, quer através da filha de Sarney, Roseana, que governou o estado quatro vezes, quer através de políticos absolutamente sujeitos ao patriarca do clã. O atual governador, Flavio Dino, é seu opositor e sua eleição foi uma reação dos eleitores ao clã Sarney. Agora, é torcer que isso não seja o início de um novo ciclo de um novo clã no estado.
Os resultados desse domínio absoluto do clã Sarney são simplesmente pavorosos para o Estado do Maranhão:
☛ O estado tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) igual a 0,683, comparável ao do Brasil em 1980 e superior apenas ao de Alagoas na lista dos estados brasileiros por IDH. O estado possui a segunda pior expectativa de vida do Brasil, também superior apenas à de Alagoas.
☛ De acordo com um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas em 2007, o Maranhão é o estado com o maior déficit habitacional relativo do país. O Maranhão apresenta um índice de 38,1 por cento (que equivale ao número de imóveis existentes, dividido pelo de moradias necessárias para suprir a demanda da população). Em termos absolutos, o déficit no estado chega a 570 606 unidades, o quinto maior do país. O déficit maranhense representa 7,14 por cento do déficit absoluto total brasileiro, estimado em 7 984 057. A média maranhense é quase três vezes maior do que a nacional, de 14,6 por cento. Para a Fundação Getulio Vargas, as causas do déficit no estado estariam relacionadas à má distribuição de renda, à inadimplência do estado e Municípios e à política aplicada no setor. O então secretário-adjunto da Secretaria de Estado das Cidades, Desenvolvimento Regional Sustentável e Infraestrutura, Heraldo Marinelli, contestou parte dessas causas. Para ele, o déficit "não tem correlação com a falta de políticas ao setor e com a inadimplência de estado e municípios" e também influenciaria o "processo histórico de concentração de renda" no estado.
☛ De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2009, o Maranhão possui o maior número de crianças entre oito e nove anos de idade analfabetas no país. Quase quarenta por cento das crianças do estado nessa faixa etária não sabem ler e escrever, enquanto que a média nacional é de 11,5 por cento. Os dados do instituto, porém, não oferecem um diagnóstico completo da situação, pois se baseiam somente na informação de pais sobre se seus filhos sabem ler e escrever um bilhete simples. Em 2006, os alunos do Maranhão obtiveram a quarta pior nota na prova do Exame Nacional do Ensino Médio de língua portuguesa. Em 2007, obtiveram a sétima pior, que foi mantida na avaliação de 2008. Na redação, os alunos se saíram um pouco melhor, apresentando a sexta pior nota em 2006 e subindo seis posições em 2007.
Em 2013 o Maranhão obteve a segunda pior nota entre os estados brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês) em suas provas de matemática, leitura e ciências, ficando à frente apenas do estado de Alagoas.
☛ O Maranhão apresenta o segundo maior índice de mortalidade infantil do Brasil, inferior apenas ao de Alagoas. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de cada mil nascidos no Maranhão por ano, 39 não sobreviverão ao primeiro ano de vida. Vários fatores contribuem para o alto índice de mortalidade infantil no estado: dentre eles, o fato de que apenas metade da população tem acesso à rede de esgoto e o de que quase quarenta por cento da população não tem acesso a água tratada.
☛ A população de grande parte do estado ainda sofre com problemas de saneamento básico, desnutrição infantil e renda per capita. O Maranhão apresenta altos índices de desnutrição entre as crianças de zero a cinco anos desde 1999, de acordo com levantamento do Fundo da Nações Unidas para a Infância. Levantamento de 2013 mostra que 51,6% das crianças maranhenses apresentam anemia por deficiência de feto. Em São Luiz o número é ainda maior, 68%. O Maranhão é um dos estados com alto risco em relação à situação nutricional de crianças. A desnutrição infantil é uma condição em que as crianças não comem proteínas e calorias suficientes.
Pelo exposto acima, é revoltante ver o descaso e a indiferença de um clã político em relação ao seu estado natal, a ponto de levá-lo a índices sociais e econômicos simplesmente deploráveis. Observe-se que o Maranhão, em praticamente todos os índices mencionados, só não é pior que o estado de Alagoas, terra dos clãs de Collor e Renan Calheiros -- mas isto é matéria para outra postagem.
Segundo últimas noticias, Maranahão jantou com Dilma no palácio da Alvorada, junto com Cardoso e Dino e ele assinou ali na presença de todos,depois de varias taças de vinho o documento de cancelamento da reunião. Em troca Dilma deu-lhe 105 milhões em emendas parlamentares.
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