Continua o massacre: aposentadoria só ganha 2,9% até 2019 com regra aprovada pela Câmara

[Os aposentados brasileiros continuam sendo espezinhados pelos governos petistas e pelo Congresso Nacional -- em 2014 tiveram um reajuste 43% menor que o Bolsa Família. De 2013 para 2014, o Brasil caiu de 40° para 61° lugar no ranking de 150 países quanto ao tratamento dispensado aos aposentados. Ver ainda postagem de 26/3/2015. 

São frequentes e reiteradas as demonstrações do Executivo e do Legislativo de que consideram os aposentados o rebotalho da nossa sociedade. Em junho passado, o governo propôs aumento de 21,3% escalonado de 2016 a 2019 para os servidores do Executivo. Em fevereiro deste ano, os deputados reajustaram seus vencimentos em 26,2%, além de reajustarem também seus benefícios.   Em abril deste ano, Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia) triplicou o valor do Fundo Partidário, passando-o para R$ 868 milhões. No último dia de junho passado, o Senado aprovou um aumento de até 78% para os servidores do Judiciário. 

O governo Dilma NPS impõe cortes de gastos e de investimentos e aumenta impostos, mas não aplica o ajuste nas despesas da Presidência, que aumentaram 36% nos quatro primeiros meses do ano. 

Como se vê, a farra com o nosso dinheiro anda solta nos três poderes da República, mas os aposentados continuam se ferrando e sendo ferrados. Vejam a seguir a reportagem da Folha de S. Paulo.]

Aposentadoria só ganha 2,9% até 2019 com regra aprovada pela Câmara

Dinheiro Público & Cia -- Folha de S. Paulo, 28/6/2015

Ameaçadora para o futuro das contas públicas, a regra de reajuste das aposentadorias aprovada recentemente pela Câmara dos Deputados traz ganhos modestos para os aposentados nos próximos quatro anos.

Pelas projeções mais consensuais para a evolução da inflação e do crescimento da economia, a fórmula, se convertida em lei, resultaria em um ganho de apenas 2,9% até 2019.

Em uma simulação feita pelo blog [da Folha], o teto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) subirá dos atuais R$ 4.663,75 para R$ 5.895,34 mensais pela regra atual; com a regra da Câmara, para R$ 6.064,20.

Valores ano a ano

Ano	Pela regra atual (R$)	Pela regra da Câmara (R$)	Diferença (R$)
2015	4663,75	4663,75	0
2016	5095,15	5102,61	7,46
2017	5372,83	5380,70	7,87
2018	5641,47	5689,28	47,81
2019	5895,34	6064,20	168,86

Gráficos e tabela: Folha de S.Paulo - (Fonte: Focus/Banco Central

O ganho, de exatos R$ 168,86, é pouco expressivo porque as perspectivas de expansão do PIB (Produto Interno Bruto, medida da renda nacional) são igualmente acanhadas.

Atualmente, as aposentadorias superiores ao salário mínimo são corrigidas em janeiro conforme a inflação acumulada no ano anterior.

Os deputados acrescentaram ganhos acima da inflação, até 2019, correspondentes ao crescimento do PIB de dois anos antes, como já vem sendo feito com o salário mínimo. Para virar lei, o texto ainda precisa passar pelo Senado e pela improvável sanção presidencial.

A economia cresceu apenas 0,1% no ano passado e vai encolher neste ano. Para 2016, a projeção é uma alta de 0,7%; para 2017, de 2%.

Ainda que seja quase inócua nos próximos anos, a medida promoveria uma escalada do deficit nas contas da Previdência quando a economia voltasse a crescer a taxas mais elevadas.