domingo, 28 de dezembro de 2014

As perspectivas para o país em 2015 são péssimas e, obviamente, o PT e Dilma NPS têm tudo a ver com isso

A economia do país tem contornos bastante desagradáveis para 2015, e temo que nem o máximo de pensamento positivo será capaz de nos poupar de sérios problemas no ano que vem. A presença de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda dificilmente será suficiente para tirar nossa economia do brejo, porque para que isso aconteça seria indispensável uma mudança radical no comportamento de Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia) e isso é uma tarefa impossível até para uma junta composta de Deus, Alá, Odin, Thor, Buda e outras divindades menores. Esse pepino nasceu tortíssimo, e tortíssimo morrerá.

As perspectivas para 2015 são tão ruins, que até o Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos -- órgão do movimento sindical brasileiro -- não consegue fazer previsão favorável ao governo petista. Sua diretora executiva, Patrícia Pelatieri, em entrevista à Rádio Brasil Atual em 23/12  fez um balanço do andamento da economia no país em 2014 e descartou previsões otimistas para o próximo ano. “O que nós temos observado é que, neste cenário com que fechamos 2014, vendo o comportamento do investimento, vendo o comportamento do governo, mais ortodoxo, falando em um ajuste fiscal grande, não é possível visualizar um cenário mais otimista para 2015”, afirmou.

O Ministério que a madame montou até agora -- ver postagens de 25/12 e de 26/12 -- prova que nossa Dama de Ferrugem mentiu descaradamente (mais uma vez ...) no período eleitoral quando afirmou que faria um governo "novo" e o faria a fundo. As primeiras medidas na área econômicas -- que começarão a vigorar em 2015 -- já mostraram porque a ex-guerrilheira é um Pinóquio de Saia: mente demais. Quanto ao "novo"Ministério, o que se vê até agora é um amontoado de cidadãos com pelo menos três características básicas: - i) incompetência (predominou em suas indicações o fisiologismo político mesquinho, com mais valia para a compensação por derrotas eleitorais); - ii) alheamento e falta de familiaridade absolutos com as pastas que dirigirão; - e/ou - iii) gente com rabo preso, respondendo a processos na justiça os mais diversos.

Para ajudar os seguidores do blogue a entender o que nos espera -- especialmente se entre eles estiver alguém do grupo de 54 milhões de reeleitores de Dilma NPS -- reproduzo a seguir algumas previsões da seção Dinheiro Público & Cia, da Folha de S. Paulo.


Mais otimista que mercado, BC prevê IPCA de 6% em 2015 e 4,9% em 2016 

23/12/14

O Banco Central projeta que a inflação ficará abaixo do limite máximo de 6,5% no próximo ano e se aproximará da meta de 4,5% em 2016. Mais otimistas que as do mercado, as novas projeções oficiais divulgadas nesta terça-feira (23) apontam um IPCA -índice de referência da política de juros- de 6% em 2015 e 4,9% em 2016.


Essas previsões consideram uma alta dos juros dos atuais 11,75% anuais para os 12,5% esperados pelo mercado no próximo ano. Sem alteração dos juros, calcula-se, o IPCA ficaria 0,1 ponto percentual mais alto. Em tese, portanto, será necessário elevar os juros além do previsto para cumprir a meta até 2016.

Sob o comando de Alexandre Tombini, no governo Dilma Rousseff, as taxas de inflação têm sempre superado as estimativas iniciais.

Bancos e consultorias ainda são céticos quanto às perspectivas de cumprimento da meta, ultrapassada desde 2010. A expectativa central do mercado é de um IPCA pouco acima do teto em 2015 e de 5,7% em 2016.


Desta vez, no entanto, procura-se criar a expectativa de uma atuação mais enérgica para conter a alta dos preços, porque a prioridade imediata da nova equipe econômica da administração petista é recuperar a credibilidade das contas e compromissos do governo.

Para isso, os juros voltaram a subir após as eleições, e está em preparação um pacote de corte de gastos públicos e, possivelmente, elevação de impostos.

No relatório em que divulgou as projeções, o BC ainda acrescentou que “irá fazer o que for necessário para que no próximo ano a inflação entre em longo período de declínio, que a levará à meta de 4,5% em 2016″. Não aparece no documento a defesa de “parcimônia” na elevação dos juros, empregada em comunicações anteriores.

Com ajustes do gênero pela frente, não se pode prever recuperação da economia tão cedo.

Ainda assim, o BC calcula que, no período de 12 meses até setembro próximo, o PIB (Produto Interno Bruto, medida da renda nacional) terá expansão de 0,6% -uma melhora em relação ao 0,2% esperado para este ano.

Com prostração da economia, receita do governo cai 1% até novembro

22/12/14

Com a prostração da economia do país, a arrecadação do governo corre o risco de fechar o ano em queda, o que não acontece desde a recessão de 2009.

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (22), a receita com impostos, taxas e contribuições federais somou R$ 1,097 trilhão de janeiro a novembro, numa redução de 0,99% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando a inflação.


Para manter seus gastos em alta neste ano eleitoral, o governo Dilma Rousseff anunciou uma previsão inicial excessivamente otimista de aumento de arrecadação, entre 3% e 3,5%. Com a indústria em crise, comércio parado e lucros declinantes, porém, os resultados ficaram longe dos esperados pelo fisco, e as contas do Tesouro Nacional entraram no vermelho.

Agora, a Receita Federal prevê variação zero da arrecadação no ano -“ou um pouco abaixo”.

Tanto em 2013 como em 2014, a administração petista lançou, com o objetivo de reforçar o caixa, programas especiais de parcelamento de dívidas tributárias em atraso, conhecidos pelo nome genérico de Refis. O primeiro foi lançado em novembro do ano passado, quando a receita mensal foi inflada em R$ 20,4 bilhões. Por isso, a arrecadação de novembro deste ano, de R$ 104,5 bilhões, mostrou queda de 12,9%.

O Refis atual não está sendo tão bem-sucedido. Em vigor desde agosto, rendeu até agora R$ 17,5 bilhões.

Tributos consomem R$ 8.664 por habitante; veja o custo de cada um

21/12/14

Cada brasileiro pagou, em média, R$ 8.663,95 em impostos, taxas e contribuições sociais no ano passado, como se pode calcular a partir de dados recém-divulgados pela Receita Federal. Esse custo nem sempre é claro para todos, porque a maior parte da carga tributária nacional está escondida nos preços dos bens e serviços comprados por famílias e empresas.


O peso desses tributos indiretos na economia do país não encontra paralelo no mundo desenvolvido, o que ajuda a explicar porque os produtos brasileiros são tão caros na comparação com similares estrangeiros.

Entre eles estão o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), estadual; a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), federais; o municipal ISS (Imposto sobre Serviços) e outros.


Tributos consomem 35,95% da renda dos brasileiros, em 3º recorde seguido

19/12/14

A despeito das sucessivas desonerações promovidas pelo governo Dilma Rousseff, o peso dos tributos na economia nacional bateu o terceiro recorde consecutivo no ano passado.

Impostos, taxas e contribuições cobrados por União, Estados e municípios consumiram R$ 1,742 trilhão, ou 35,95% da renda dos brasileiros, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (19) pela Receita Federal.


O aumento em relação ao ano anterior - quando a arrecadação atingiu 35,86% do Produto Interno Bruto - não chega a ser expressivo. O resultado, porém, vai na contramão da política econômica, que buscava um alívio na carga tributária do país, muito elevada para os padrões do mundo emergente.

Uma das explicações para a elevação é a manobra promovida pela administração petista para fechar as contas do Tesouro Nacional em 2013: a reabertura do programa de parcelamento de dívidas com o fisco.

As desonerações em benefício de diversos setores tiraram o fôlego da receita, mas o governo manteve seus gastos em alta. Por isso, no final do ano, precisou do programa para obter mais R$ 21,8 bilhões.

O episódio ajuda a entender como intenções declaradas de reduzir os impostos pouco significam sem queda correspondente das despesas públicas.

Não por acaso, o Brasil apresenta uma carga tributária comparável à de países ricos da Europa e só superada, no mundo emergente, pela da Argentina.


Em comum, os líderes desse ranking são os que dispõem dos aparatos mais amplos de proteção social, por meio de previdência, assistência, seguro-desemprego e outros benefícios.

Segundo a Fazenda, programas públicos de transferência de renda somaram 16,14% do PIB no ano passado. Descontado esse montante, a carga tributária líquida ficou em 19,81% da renda nacional.

Bruta ou líquida, uma carga elevada tende a ser um empecilho ao crescimento econômico. A brasileira, por exemplo, é concentrada em tributos sobre a produção e o consumo, que encarecem as mercadorias e serviços, prejudicando as exportações e os investimentos.

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PS - 1) Sem qualquer dose de sadismo, acrescento que 2015 já começará com nossa conta de luz 8,3% mais cara (acima portanto da inflação), para alegria dos 54 milhões de reeleitores masoquistas de Dilma NPS.



Ilustração: Editoria de Arte/Folhapress - Fonte: Folha de S. Paulo


2) O petrolão, que está anos-luz distante de acabar, assumirá novos contornos com a revelação dos políticos nele envolvidos. É bom não esquecer que, até agora, foram reveladas com mais detalhes as negociatas e lambanças somente da diretoria do Paulo Roberto Costa na Petrobras, pouco ou praticamente nada foi escancarado da diretoria de Renato Duque, outro megaoperador da gigantesca corrupção reinante na estatal. A Veja que está nas bancas -- sempre amaldiçoada, mas sempre indiscutivelmente bem informada -- anuncia que a Camargo Corrêa, uma das empreiteiras do Clube do Bilhão do petrolão, negocia acordo de leniência com o MP. Se isso se confirmar e se efetivar, outro tsunami cairá sobre a Petrobras e a quadrilha que com ela se locupletava. A debacle da estatal atingirá profundamente a economia do país.

Para quem não se engana com as caras e bocas de Dilma NPS, e torce para que ela e o NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) paguem pelo mal que já fizeram e continuam fazendo ao país, resta a esperança de que a impunidade com que ambos têm sido absurdamente protegidos até agora por aqui seja desfeita nos processos que vêm sendo abertos contra a Petrobras e o governo nos EUA, na Holanda e na Suíça. A madame ex-guerrilheira já foi citada em ação nos EUA contra a Petrobras, o que é um excelente sinal nessa direção.

Está sobejamente demonstrado e comprovado que a Petrobras em termos empresariais é um queijo suíço, é um fracasso, um blefe, não tem controle interno de nada. Sua ineficiência fica cada vez mais evidenciada e abrem-se novos horizontes sobre a esculhambação reinante na empresa. A lambança mais recente refere-se a uma investigação do TCU sobre uma "ficção" de US$ 600 milhões pagos pela Petrobras à estatal boliviana YPFB na importação de gás boliviano feita pela empresa. A petralhada vai surgir com o argumento fajuto de que nos 12 anos de governo petista a empresa aumentou significativamente sua produção. Enquanto esse pessoal não reconhecer -- coisa que não fez até agora e duvido muito que venha a fazê-lo -- que: - a) o petismo é o grande responsável pela destruição da empresa, em termos éticos, econômicos e financeiros, e - b) o aumento de produção da empresa se fez a um custo criminosamente absurdo para o país, - não dá para perder tempo com essa gente.







sábado, 27 de dezembro de 2014

Robô blindado promete melhorar biópsias de câncer de próstata

[O artigo abaixo foi publicado no site Inovação Tecnológica em 26/12/14.]


O robô é pequeno o suficiente para caber no duto apertado da máquina de MRI e ainda deixar espaço para o paciente e para as mãos do médico. [Imagem: Worcester Polytechnic Institute]

Biópsias cegas

Uma equipe de engenheiros e médicos dos Estados Unidos começou a testar um novo robô-cirurgião capaz de operar dentro de um equipamento de ressonância magnética. O objetivo do robô é realizar biópsias de câncer da próstata de forma mais rápida, mais precisa e menos desconfortável para o paciente.

Se passar pelos testes, futuramente o robô também poderá ser usado na aplicação de terapias contra o câncer.

"O câncer da próstata é a última forma de câncer ainda diagnosticada com biópsias cegas, por isso estamos trabalhando para mudar isso com a tecnologia guiada por imagem," disse a Dra. Clare Tempany, do Instituto Politécnico Worcester. "O principal objetivo do nosso grupo é desenvolver tecnologias que permitam ampliar as capacidades dos médicos para tratar seus pacientes".

Atualmente, a maioria das biópsias da próstata é feita usando imageamento por ultrassom. Embora uma ecografia consiga localizar a próstata, essa técnica de imagem não tem precisão suficiente para determinar onde está o potencial tumor - é por isso que os médicos chamam o procedimento de biópsia cega, com a agulha sendo usada para perfurar vários pontos na expectativa de capturar o tecido doente para posterior análise.
Já a ressonância magnética produz imagens anatômicas e de caracterização de tecido detalhadas, podendo potencialmente identificar as lesões cancerosas.
Robô blindado
O desafio foi desenvolver um robô que funcionasse bem dentro de um aparelho de ressonância magnética, com seu fortíssimo ímã supercondutor. Para isso, todos os sensores e atuadores precisaram ser construídos com materiais não-ferrosos - o robô é quase todo de plástico e usa motores piezoelétricos cerâmicos.
O contrário também é verdadeiro, e o robô não pode interferir com o exame e estragar as imagens de ressonância magnética. Isto foi feito com sucessivas camadas de proteção de toda a parte eletroeletrônica do robô, de forma a reduzir ao máximo a indução de sinais eletromagnéticos.
E o robô também precisava ser pequeno o suficiente para caber no duto apertado da máquina de MRI e ainda deixar espaço para o paciente e para as mãos do médico.

O primeiro teste em humanos do sistema robótico, programado para 2015, será resultado de mais de seis anos de pesquisa e desenvolvimento, feitos em parceria com engenheiros e médicos da Universidade Johns Hopkins e do Hospital Brigham and Women.

Bibliografia:

Piezoelectrically Actuated Robotic System for MRI-Guided Prostate Percutaneous Therapy
H. Su, W. Shang, G. A. Cole, G. Li, K. Harrington, A. Camilo, J. Tokuda, Clare M. Tempany, N. Hata, G. S. Fischer
IEEE/ASME Transactions on Mechatronics
Vol.: PP Issue: 99 - Pages 1-13
DOI: 10.1109/TMECH.2014.2359413





sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O pastor esperto e paraquedista que Dilma NPS nomeou para o Ministério do Esporte

Ver postagem anterior sobre o "novo" Ministério de Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia).

O pastor licenciado da IURD - Igreja Universal do Reino de Deus que a madame ex-guerrilheira nomeou como novo ministro do Esporte tem um currículo assaz interessante, bem à feição do padrão ético da esmagadora maioria dos ministros de governos petistas. Vale a pena ler a reportagem do Correio Braziliense (de João Valadares, Eduardo Militão e Paulo de Tarso Lyra) sobre esse cidadão.



George Hilton, o pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus nomeado por Dilma NPS como novo ministro do Esporte, dobrou seu patrimônio desde que entrou na vida pública - (Foto: Correio Braziliense).  

O futuro ministro do Esporte, George Hilton, anunciado na terça-feira pela presidente Dilma Rousseff (PT), foi flagrado, em 2005, no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, com R$ 600 mil em espécie (R$ 976 mil em valores atualizados). O dinheiro estava distribuído em 11 caixas de papelão. Pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, ele era, na época, deputado estadual do PFL em Minas Gerais. Na ocasião, após ser surpreendido, a Polícia Federal o liberou. Levantamento do Correio aponta que George Hilton dobrou seu patrimônio desde que passou a informar à Justiça Eleitoral os valores de seus bens. Era de R$ 294 mil em 2006, quando obteve seu primeiro mandato de deputado federal. Em 2010, ele foi reeleito e afirmou ter R$ 472 mil. Este ano, quando também foi reeleito, o valor declarado foi de R$ 669 mil.

Na época em que foi abordado pela Polícia Federal, Hilton contou que os recursos, em notas de vários valores, eram provenientes de doações de fiéis do sul do estado. Acabou sendo expulso pela Executiva Nacional do partido. Na época, o senador Antônio Carlos Magalhães (ACM), morto em 2007, foi contra a expulsão, mas a maioria do comando partidário achou melhor tomar a atitude para se contrapor ao escândalo do mensalão petista, que ganhava força na imprensa e no Congresso.

No momento em que foi flagrado no aeroporto, Hilton estava acompanhado do vereador do PL em Belo Horizonte Carlos Henrique da Silva, também pastor da Universal. Os dois estavam numa aeronave particular e vinham de Poços de Caldas. O Departamento de Aviação Civil havia alertado a Polícia Federal de que o avião transportava dinheiro. Quando desembarcaram, os dois foram imediatamente abordados. A liberação das malas e dos políticos foi autorizada pelo delegado executivo da PF em Minas, Domingos Pereira dos Reis.

Em 2012, Hilton foi candidato a prefeito de Contagem (MG). Não obteve sucesso. Na época, declarou possuir R$ 626 mil, contra os R$ 669 mil informados este ano, que incluem uma residência e um automóvel VW Jetta. Em 1998, declarou apenas uma linha de telefone celular, sem informar os valores, quando disputou uma vaga de deputado estadual pelo PST. Em 2002, um apartamento, um Gol e um Vectra. Nas últimas eleições, ele teve R$ 496 mil em doações recebidas. A maior parte veio do comitê financeiro do PRB, mas com origem em empresas como JBS S.A., Bradesco, Construtora Queiroz Galvão e Cervejaria Petrópolis.

O texto daqui p'ra baixo não é mais do Correio Braziliense.

A única proposição feita pelo deputado recentemente envolvendo esporte é de 2013 e diz respeito a um requerimento para que uma sessão ordinária da câmara se transformasse em Comissão Geral, a fim de que se promovesse um debate pela modificação do destino dos recursos arrecadados pelo Timemania para "torná-la mais atraente para seus apostadores e aumentar a capacidade de pagamento das entidades desportivas".

A IURD tem no currículo um episódio famoso de chute, envolvendo um "bispo" seu e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no dia 12 de outubro de 1995, quando Sérgio von Helde, um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, chutou uma estátua retratando uma entidade religiosa católica.

Durante o programa matutino O Despertar da Fé, transmitido pela Rede Record, o bispo Sérgio von Helder proferiu insultos verbais e físicos contra uma imagem católica de Nossa Senhora de Aparecida, à qual se dedicava o feriado do dia. O bispo da Igreja Universal protestava contra o caráter do feriado nacional de 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida é considerada pelos católicos como "padroeira do Brasil" ), não aceitando a crença da Igreja Católica. Dilma NPS deve ter considerado esse episódio como uma prova de que pastor e bispo da IURD entendem de chute e, sendo assim, qualquer deles está plenamente capacitado a cuidar de esporte no país.

Em plenos preparativos para as Olimpíadas de 2016, Dilma NPS coloca no Ministério que cuida disso um Zé Mané sem eira nem beira, especialista em coletar doações de fiéis e de outras fontes. Isso cheira a vingança da madame pelas vaias que recebeu na abertura da Copa do Mundo de 2014 aqui no país. Essa nomeação esdrúxula -- mais uma na extensa lista de Dilma NPS -- mostra que a nossa Dama de Ferrugem se lixa para o esporte e para o que possa acontecer no país nos jogos olímpicos de 2016, e para o que daí resultar para a imagem do país. Palmadas para quem reelegeu essa cidadã.




quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A patota que Dilma NPS resolveu chamar de "novo ministério"

Fico cada dia mais curioso para ver a cara dos 54 milhões de masoquistas que reelegeram Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia) em outubro passado, à medida que a madame avança em suas negociatas e conchavos para montar seu "novo" governo -- que já nasce com certidão de 12 anos de idade, pelo menos. 

Esqueçamos -- por ora -- as lambanças na área econômica e nos concentremos na montagem de seu "novo" ministério. Dilma NPS, acuada pelo infindável e inesgotável escândalo do petrolão, veio com a pérola ridícula de consultar o MP (Ministério Público) para saber se alguém de sua escolha estava arrolado na lista de suspeitos das delações premiadas daquele escândalo. Mais uma palhaçada orquestrada da ex-guerrilheira.

A iniciativa da madame, que só engana os 54 milhões que nela votaram  e os que acreditam que Papai Noel tem carteira de identidade e título de eleitor, não resiste a qualquer análise de credibilidade e bom senso. Ela revela, entre outras coisas: - i) que ela não acredita na palavra de seus escolhidos -- num ambiente decente e honesto, basta perguntar ao cidadão se ele tem currículo efetivamente limpo, sem pendência com a Justiça; - ii) para ela, só é ilícito o que for do petrolão, pilantragens fora desse contexto não têm importância -- o que aliás ela confirmou inequivocamente ao nomear políticos que estão respondendo a processos alheios ao petrolão; - iii) ela e o capacho do seu ministro da Justiça quiseram passar a perna no MP solicitando a divulgação de informações que estão sob segredo de justiça, num misto de ignorância com malandragem capenga -- mais um surto de demagogia irresponsável da madame.

Vejamos agora algumas das figuraças que a madame garimpou para o seu "novo" ministério: 

Educação -- Cid Gomes (partido: Pros), governador do Ceará. Em termos de comportamento ético este cidadão é um paradigma de baixarias: -a) "professor deve trabalhar por amor", disse ele durante a greve de professores de universidades estaduais em 2011; "Isso é uma opinião minha que governador, prefeito, presidente, deputado, senador, vereador, médico, professor e policial devem entrar, ter como motivação para entrar na vida pública, amor e espírito público", afirmou (a versão cearense do "faça o que digo e não olhe o que faço"); - b) gastou R$ 3,1 milhões dos cofres públicos para o show de inauguração do Centro de Eventos do Ceará, na contratação do tenor Plácido Domingo e equipe, oito bufês, decoração, iluminação, mobiliário e cerimonial; - c) contratou por R$ 3,4 milhões um bufê para abastecer a cozinha do palácio, no episódio conhecido como a "farra do caviar"; - d) foi acionado pelo Ministério Público Federal do Ceará, que lhe pediu a devolução do cachê de R$ 650 mil pagos a Ivete Sangalo pelo show de inauguração do Hospital Regional do Norte, em Sobral, base política de sua família; em resposta, Cid disse que continuara gastando com lazer: "Doa a quem doer". -- Esse é o homem que passará a cuidar da educação dos brasileiros e da dinheirama nela envolvida.

Defesa -- Jaques Wagner (partido: PT) -- É indicação pessoal da ex-guerrilheira. Esse cidadão entende horrores de defesa nacional: já contratou um zagueiro do Bahia e outro do Vitória, ambos times de Salvador, para serem seus assessores especiais no ministério. Ele também é especialista em defesa da destruição de documentos históricos: deixou vários setores do Arquivo Público da Bahia sem luz durante três anos.  Mais um Zé Mané que se distingue e é premiado pela subserviência ao PT.

Minas e Energia -- Eduardo Braga (partido: PMDB) -- Pelo menos tem diploma de engenheiro eletricista, corre pouco risco de confundir focinho de porco com tomada de luz. Responde a processo por crime eleitoral desde 2008 -- a ação está no STF desde 2012, sob a relatoria do ministro Teori Zavascki. É inocente até haver sentença condenatória transitada em julgado, mas já demonstrou potencial para burlar a lei. Foi nomeado para compensar sua derrota na reeleição para o governo do Amazonas.

Agricultura -- Kátia Abreu (partido: PMDB) -- Foi a primeira mulher a presidir a bancada ruralista no Congresso. Sua presença no Ministério da Agricultura é considerada como a da raposa dentro do galinheiro. Em 2010, recebeu o prêmio-ironia "motosserra de ouro" concedido pela organização ambientalista Greenpeace "por sua defesa ferrenha de mudanças no Código Florestal, em prol de mais desmatamentos no Brasil".

Pesca -- Helder Barbalho (partido: PMDB) -- É filho do ex-senador Jader Barbalho (PMDB), que em 2000 renunciou ao mandato para evitar a cassação devido ao escândalo da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia. Em outubro, o STF abriu ação penal para investigar Jader por peculato e lavagem de dinheiro. Dilma NPS afirmou: "Tenho também um grande respeito pelo Jader Barbalho" -- respeitar alguém com esse currículo só pode ser por medo. 

Helder Barbalho responde por improbidade administrativa perante a 5a Vara Federal do Pará. Uma investigação iniciada no Departamento Nacional de Auditoria do SUS constatou a irregularidade na aplicação de recursos do Ministério da Saúde em Ananindeua entre janeiro de 2004 e junho de 2007. Barbalho foi prefeito do município a partir de 2005. No ano anterior, ocupava o cargo Clóvis Manoel de Melo Begot, que é investigado no mesmo processo. Helder Barbalho foi escolhido ministro da Pesca como compensação pela derrota sofrida para o governo do Pará — Simão Jatene (PSDB) foi reeleito — e por influência de seu pai. Deve ter pesado também a experiência da família em pescar em águas turvas.

De acordo com o processo, foram destinados ao município R$ 94,8 milhões para financiar programas de saúde. Não ficou comprovado o gasto de R$ 2,7 milhões nas duas gestões. Houve também fraudes e irregularidades em licitações. O Ministério Público chegou a pedir a indisponibilidade dos bens dos investigados, mas a Justiça a negou em junho de 2012. O fundamento foi o de que ainda não havia sido apurado o valor do dano causado por cada um dos suspeitos.

Ciência  e Tecnologia -- Aldo Rebelo (partido: PCdoB) -- Aldo é jornalista de cartucho e político de profissão, e ocupava o ministério do Transporte. Sua gestão nessa pasta teve a luminosidade de um eclipse total do Sol. Somente uma cabeça como a de Dilma NPS, subserviente a fisiologismos políticos de baixo coturno e de teimosia asinina é capaz de concluir que alguém que nada fez para o Esporte e capaz de fazer algo que preste num ministério como o de Ciência e Tecnologia. Isso significa que a mesma filosofia incompetente que escolheu Eike Batista como campeão nacional do empresariado de logística e tecnologia complexas será aplicada no ministério de Ciência e Tecnologia. Estamos ferrados, aqui também.

Secretaria de Aviação Civil -- Eliseu Padilha (partido: PMDB) -- Substituirá Moreira Franco, também do PMDB, uma substituição de seis por meia dúzia. Outro nomeado para compensar sua derrota nas urnas para reeleição, ou seja: mérito zero. Padilha é um caso raríssimo de um ex-ministro de FHC que não foi assado na fogueira, nem no PMDB nem no PT. Estranho, né?

Cidades -- Gilberto Kassab (partido: PSD) -- Foi por duas vezes prefeito de São Paulo. Kassab foi acusado de irregularidades sobre a origem de seu patrimônio, que aumentou 316% acima da inflação (de R$ 102 mil para R$ 985 mil), de 1994 a 1998, período em que exerceu os cargos de deputado estadual e secretário de planejamento do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta (cujo mandato foi marcado por atos de corrupção, denunciados por sua ex-mulher Nicéia Pitta). Já o patrimônio declarado no ano de 2008 era de R$ 5.107.628,31.

Em 2004, a juíza Maria Gabriella Sacchi, da 11ª Vara da Fazenda Pública, determinou a quebra dos sigilos bancários do então candidato a vice-prefeito na chapa de José Serra (PSDB), sob a acusação de enriquecimento ilícito. Kassab afirmava estar tranquilo sobre as investigações, pois tal fato era atribuído ao "sucesso de suas atividades empresariais". Dois dias depois, um desembargador derrubou a decisão da juíza, indeferindo a quebra de sigilo. Em 2005, o Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo confirmou arquivamento do inquérito de enriquecimento ilícito contra o vice-prefeito.

Em janeiro de 2014, a justiça absolveu Kassab pela contratação irregular da empresa Controlar, empresa responsável pela inspeção veicular da cidade de São Paulo. A decisão foi dada pelo juiz Luiz Raphael Nardy Lencioni Valdez, da 7ª Vara Criminal da Capital. A contratação da Controlar ocorreu em 2007 após uma licitação realizada na gestão do ex-prefeito Paulo Maluf, em 1996. Kassab era suspeito de ter reativado um contrato já caduco e provocado um prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos do Município.

Ganhando o cobiçado Ministério das Cidades, Kassab foi recompensado por ter criado um partido (PSD) para servir de apoio a Dilma NPS.

Turismo -- Vinícius Lages --  Técnico do Sebrae, foi substituto de Gastão Vieira no Ministério do Turismo em março deste ano, quando o titular da pasta exonerou-se para disputar eleição. Carrega o pesadíssimo fardo de ter sido apadrinhado por Renan Calheiros (PMDB-AL), um especialista em indicar afilhados que meteram os pés pelas mãos e se envolveram em casos de corrupção.

Esporte -- George Hilton (partido: PRB) --  Depois que Dilma NPS e seu vice Michel Temer compareceram à inauguração do megatemplo de Salomão da IURD - Igreja Universal do Reino de Deus [na companhia do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito Fernando Haddad (PT)] era de se esperar que houvesse algo mais entre a igreja de Edir Macedo e o governo da ex-guerrilheira. George Hilton é pastor da IURD. Sua ida para a pasta do Esporte é mais um parto que só a cabecinha da ex-guerrilheira pode explicar. A madame deve achar que a presença de um evangélico de uma igreja de massas como a IURD poderá evitar nas Olimpíadas de 2016 as vaias que levou na abertura da Copa do Mundo.

***
PS - Isso que aí está é apenas uma parte do ministério final de Dilma NPS. Rigorosamente, nessa lista não há ninguém que se possa considerar motivo de orgulho, sob qualquer ótica, por mais elástica que seja. Isso aí representa cerca de 26% do total de ministros da madame.




terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Como o país está sem problema nenhum, Dilma NPS criou o Dia do Macarrão

LEI Nº 13.050, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2014.


A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o  Fica instituído o Dia Nacional do Macarrão, a ser celebrado em todo território nacional, anualmente, no dia 25 de outubro. 
Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 8 de dezembro de 2014; 193o da Independência e 126o da República.  

DILMA ROUSSEFF

Isso que aí está é um dos vários resultados imbecis da junção de um Congresso política e moralmente obsceno com uma presidente hipócrita e prepotente, que se delicia em fazer jogo duplo com o país. Certamente para eles (a madame e o Congresso), essa orgia de corrupção na Petrobras e alhures não passa de uma tremenda macarronada, de fácil engolição para a madame desde que bem temperada. Para isso, eles contam com a equipe financeiro-gastronômica do PT -- à frente o chef NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula), com João Vaccari Neto a tiracolo -- especializada em receitas de transformar dinheiro sujo em doações "legais" e metamorfosear outras receitas tronchas, afogadas em corrupção, em pratos de aparência e gosto supostamente palatáveis. No PT, finanças e cozinha são siamesas porque os petralhas manipulam as finanças como se estivessem fazendo um mexido -- o "virado" dos paulistas. A fama dessa equipe petralha sofreu severo abalo, com as diarréias provocadas pelo mensalão, e agora, pelo petrolão, mas a equipe continua firmemente prestigiada pelo governo, por Dilma NPS, pelo guru NPA e, obviamente, pelo partido do 13. 

O esforço agora da petralhada é para provar ao país que o João Vaccari Neto do petrolão é apenas um sósia e um homônimo do João Vaccari Neto que é Secretário de Finanças e Planejamento do PT -- embora o dinheiro manipulado por ambos para encher as burras do partido fosse exatamente o mesmo, inclusive no número de série das notas (verdes e/ou amareladas).

Mas, voltemos à gastronomia de Dilma NPS. Com o andar da carruagem, pode-se esperar que ela e o Congresso criarão um dia para a salada russa, outro para o virado petista, outro para a (en)rabada (este último válido para o ano todo). Mas o trunfo mesmo será um prato cuja receita vem sendo elaborado a dezenas de mãos, todas com luvas vermelhas com o número 13, que terá o significativo e emblemático nome de "orgia petroleira".  É um prato forte, que já nas provas iniciais vem provocando indigestão em muita gente e já ronda os intestinos do Palácio do Planalto.


domingo, 21 de dezembro de 2014

Empresas americanas vão deitar e rolar com o porto de Mariel em Cuba, construído com financiamento sigiloso do Brasil

A notícia pegou todo mundo de surpresa: EUA e Cuba anunciaram o reatamento de suas relações diplomáticas. Por essa ninguém esperava. As implicações disso são enormes, política e economicamente falando, e as perspectivas para o Brasil não são cor-de-rosa.

Um ponto fundamental na análise dessa mudança de atitudes é o prazo em que se desenrolaram as negociações: americanos e cubanos negociaram durante 18 meses a normalização de suas relações. Ou seja, os dois lados conversam sobre isso desde junho do ano passado.

A partir de agora, Cuba deixa de ser território proibido para as empresas americanas e paraíso exclusivo para empresas espanholas, chinesas, brasileiras, etc. O estado americano da Flórida está a apenas cerca de 160 km de Cuba. Com um PIB de cerca de US$ 800 bilhões -- mais de um terço do PIB brasileiro -- a Flórida é uma potência econômica, maior que países como Turquia, Holanda, Arábia Saudita, Suécia, Irã e outros. Em 2014, o PIB da Flórida cresceu mais que o PIB americano

Cuba é para a Flórida um mercado mais próximo que a grossa maioria dos demais estados americanos. Os benefícios do moderníssimo porto de Mariel para os EUA em geral, e para a Flórida em particular, são incomensuráveis. Orçado em US$ 957 milhões, dos quais US$ 682 milhões (71%) financiados em termos sigilosos pelo BNDES, Mariel vem sendo construído pela Oderbrecht desde 2010 e teve sua primeira fase inaugurada em janeiro deste ano de 2014. Os americanos ficarão superagradecidos ao Brasil. As empresas americanas certamente serão imbatíveis em preços para o mercado cubano, e o porto de Mariel será importantíssimo para isso. Só no arroz por exemplo, cuja qualidade é semelhante à do nosso, o frete médio dos EUA para Cuba é 60% inferior ao do Brasil para a ilha.

Vejamos agora a cronologia dos fatos. Seis meses antes da inauguração da primeira fase do porto de Mariel os cubanos iniciaram sua negociações de reatamento com os americanos, sabendo portanto desde então do aumento enorme da importância estratégica do porto de Mariel nesse contexto. Como praticamente todo mundo, o Brasil foi deixado à margem desses entendimentos. 

A publicação Carta Capital, de Mino Carta,  divulga uma leitura peculiar do financiamento do porto de Mariel pelo Brasil feita pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Diz ela que "O polêmico projeto do Porto de Mariel, em Cuba, indica que o Brasil estava prevendo o fim do isolamento imposto pelos Estados Unidos à ilha comunista e o relaxamento do embargo econômico, afirmaram especialistas ouvidos pela DW Brasil no início deste ano". (...) "O Porto de Mariel é visto como uma maneira de se antecipar aos investidores americanos", disse Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV, na ocasião da inauguração do porto, em janeiro. O megaprojeto contou com financiamento do BNDES, e a presidente brasileira, Dilma Rousseff, foi à Cuba para a abertura da primeira parte do empreendimento".

Como as condições do financiamento do BNDES tornaram-se secretas, por determinação de Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia), ninguém fora dos governos cubano e brasileiro sabe em que condições isso foi feito e quais são efetivamente os compromissos assumidos pelo governo cubano e os direitos do lado brasileiro. O sigilo imposto ao contrato impede também que se saiba, fora dos círculos restritos citados, se Cuba estará honrando ou não tais compromissos.  

Ninguém tem, portanto, a mínima condição de afirmar que o financiamento e a construção de Mariel foram ou são vantajosos para o Brasil. Isso de "antecipar-se aos investimentos americanos" não vale nada, a menos que se divulguem abertamente as eventuais vantagens que o Brasil terá no uso do porto por tê-lo financiado com dinheiro público em nível tão elevado. O fato inconteste é que nossos concorrentes americanos, comprovadamente muitíssimo mais eficientes que nós, terão um porto moderníssimo "made by Brazil" à sua disposição, a 160 km de sua costa, para desovar tudo de bom de que os cubanos mais necessitam. Com a enorme presença cubana em solo americano, nem toda ela de inimigos do regime cubano, tudo conspira para que os americanos façam uma enorme "American Pie" no fogão verde-amarelo de Mariel. Se o Brasil conseguir algumas migalhas, poderá ser um milagre.

Vejam um quadro resumo do comércio Brasil - Cuba feito pelo jornal gaúcho Zero Hora [daí a inclusão do Rio Grande do Sul (RS) nas estatísticas] - clique na imagem se quiser ampliá-la. Vê-se que, mesmo com o embargo americano, a importação cubana dos EUA vale quase 81% da correspondente do Brasil. Observa-se também a grande importância da China e da Espanha para Cuba hoje. O fato de um país europeu em dificuldades como a Espanha exportar para Cuba 66% mais que o Brasil demonstra nossa incompetência também no mercado cubano. Em 50 anos de embargo americano não soubemos conquistar um mercado cativo em Cuba, e a nossa pauta de exportações para os cubanos resume-se a commodities.



Obama enfrentará sérias dificuldades em 2015 para ter esse reatamento de relações plenamente aprovado pelo Congresso americano, que terá as duas Casas amplamente dominada pelos republicanos. Mas, creio que prevalecerá o pragmatismo dos americanos. O reatamento, além dos enormes dividendos políticos na região, trará inequívocos benefícios econômicos para a indústria e a agricultura americanas.

O The New York Times, o respeitável e respeitado formador de opinião nos EUA, já em outubro passado (11/10) defendia em editorial o fim do embargo sobre Cuba e afirmava que, pela primeira vez em 50 anos mudanças políticas nos EUA e mudanças de atitudes em Cuba, se tornava politicamente viável restabelecer relações diplomáticas formais entre os dois países e o término do embargo desprovido de sentido. Após a histórica decisão de Obama, o mesmo jornal em 17 de dezembro voltou a defender enfaticamente a decisão democrata.

Ainda é cedo para se ter uma ideia da real dimensão e extensão do impacto do reatamento EUA-Cuba na América Latina, em termos geopolíticos e econômicos, mas seria prudente o Brasil pensar seriamente sobre isso porque nada será mais como antes em Cuba.





sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O naufrágio do Estado mexicano

[O texto abaixo, de Rafael Barajas e Pedro Miguel, foi publicado em 17/12 na edição brasileira do Le Monde Diplomatique. A violência reinante no México preocupa e revolta por si mesma, mas tem que ser observada de perto pelos países latino-americanos, pois representa uma escalada sem precedentes no domínio do tráfico sobre o país. O artigo abaixo nos traz ainda revelações não muito usuais sobre os bastidores da política mexicana e seu relacionamento com o tráfico. ]

O naufrágio do Estado mexicano

Rafael Barajas e Pedro Miguel (*) -- Le Monde Diplomatique Brasil, 17/12/2014

Tráfico de drogas, assassinatos, extorsão e, cada vez mais, administração pública. A participação de organizações criminosas no Estado mexicano parece não ter limites. O massacre de 43 estudantes em setembro catalisou a cólera da população.



Ilustração: Lollo

Quando, num país, um grupo de policiais detém 43 estudantes, desaparece com eles e os envia a um grupo criminoso organizado ligado às drogas para que este, à guisa de “lição”, os assassine, uma constatação se impõe: o Estado se transformou em narco-Estado, um sistema em que o crime organizado e o poder político são a partir de agora indissociáveis.

Quando essas mesmas forças da ordem metralham estudantes, matando seis e ferindo gravemente outros seis; quando elas se apoderam de um desses jovens, lhe arrancam a pele do rosto, tiram os olhos e o deixam estendido na rua para que seus colegas o vejam, outra evidência aparece: esse narco-Estado pratica uma forma de terrorismo.

Tudo isso aconteceu no sul do México, em Iguala, terceira cidade do estado de Guerrero. Ali, a polícia agrediu brutalmente um grupo de estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa e, a se acreditar nos testemunhos atualmente disponíveis, os conduziu para a morte. José Luis Abarca, prefeito de Iguala, e sua mulher, María de Los Ángeles (ligados a um cartel da região), suspeitos de serem os instigadores da operação, foram presos na terça-feira, 4 de novembro.

As escolas normais rurais, fundadas há oito décadas, têm por objetivo difundir um ensino de qualidade no campo oferecendo a jovens educadores, oriundos do meio camponês, a possibilidade de melhorar suas condições de vida. Esse duplo objetivo, herdado da Revolução Mexicana (1910-1917), enfrenta com força total o modelo econômico neoliberal, introduzido no país nos anos 1980. Segundo a lógica a ele subjacente, a educação pública freia o desenvolvimento do mercado do ensino, enquanto o campo abriga intoleráveis maus odores do passado (comunidades indígenas ou pequenos agricultores que entravam a expansão da agroindústria da exportação). Eis o motivo pelo qual as escolas normais rurais que sobrevivem no México, quinze ao todo, estão constantemente expostas à hostilidade, o que pode ser medido ao mesmo tempo pelos cortes orçamentários que sofrem e pela maneira como são mostradas pelos meios de comunicação e pelos dirigentes políticos: “viveiros de guerrilheiros”, segundo a ex-secretária-geral do Partido Revolucionário Institucional (PRI) Elba Esther Gordillo;1 refúgios “de gente delinquente e que não serve para nada”, em um debate na rede Televisa (1o dez. 2012); e, nos últimos tempos, “tocas do crime organizado”, para o jornalista Ricardo Alemán (El Universal, 7 out. 2014).

Tal como seus colegas das outras escolas normais rurais, os estudantes de Ayotzinapa lutam para assegurar a sobrevivência de sua instituição. Eles completam os magros subsídios do Estado – o equivalente a R$ 91 milhões anuais para cobrir os custos ligados a formação, alojamento e cobertura médica de pouco mais de quinhentos estudantes, quarenta formadores e seis empregados da administração – por meio de coletas de fundos. Em 28 de setembro de 2014, os estudantes de Ayotzinapa tinham ido a Iguala precisamente para realizar uma dessas coletas, quando foram sequestrados.

Eles teriam sido atacados com a fúria que os cartéis utilizam em relação a seus inimigos. Uma testemunha ocular – um policial – revelou que, apesar de feridos, os 43 estudantes teriam efetuado longos trajetos a pé, para, no final das contas, serem espancados, humilhados, regados com diesel e queimados vivos. Os corpos teriam se consumido durante 14 horas, até que só restassem cinzas, pequenas pontas de ossos e dentes.

Ainda que nós, mexicanos, estejamos habituados a informações chocantes (decapitações, execuções, torturas etc.), a indignação despertada por essa história não diminui. A certeza de que ela revela uma forma de terrorismo que emana de um poder no qual se misturam cartéis e líderes políticos coloca questões angustiantes: qual é a extensão do narco-Estado no México? Qual é a verdadeira amplitude da repressão política que ele coloca em ação?

O narco-Estado levanta um problema estrutural: o dinheiro da droga irriga a economia mexicana. Um estudo norte-americano e mexicano sobre os bens ilícitos, publicado em 2010, estima que a cada ano os cartéis transfiram entre US$ 19 bilhões e US$ 29 bilhões dos Estados Unidos para o México.2 Segundo a agência de segurança Kroll, essa cifra oscilaria entre US$ 25 bilhões e US$ 40 bilhões.3 O narcotráfico constituiria então a principal fonte de divisas do país, à frente das exportações de petróleo (US$ 25 bilhões) e das remessas de dinheiro de residentes no estrangeiro (também US$ 25 bilhões). Esse maná alimenta diretamente o sistema financeiro, coluna vertebral do modelo neoliberal. Secar a fonte conduziria ao colapso econômico do país. Em outras palavras, o México repousa sobre uma narcoeconomia, a qual não pode se manter sem a pilotagem adaptada de um narco-Estado.

Traficantes em campanha

Essa aliança entre o mundo político e o da droga se estende por todo o território. Em regiões inteiras – os estados de Sinaloa, Chihuahua, Michoacán (leia a reportagem na pág. 17), Guerrero, Tamaulipas, Veracruz e Oaxaca –, os cartéis fazem a lei. Eles impõem funcionários públicos, chefes de polícia, negociam com governadores. Pouco importa a filiação política dos representantes do Estado, a autoridade permanece nas mãos do crime organizado. Há algumas semanas, um vídeo divulgado pelo cartel dos Cavalheiros Templários mostrava Ricardo Vallejo Mora, filho do ex-governador de Michoacán, conversando tranquilamente com Servando Gómez Martínez, conhecido como “La Tuta”, o chefão da organização criminosa que grassa naquele estado.4 Nessas regiões, o crime reclama suas cotas, extorque, sequestra, estupra e mata em total impunidade. Os cidadãos vivem um inferno em comparação com o qual as alucinações de Hieronymus Bosch se parecem com desenhos para crianças. Em certos estados, surgiram milícias cidadãs de autodefesa.

Hoje existe uma grande quantidade de indicadores que demonstra que o narco-Estado gangrena as altas esferas da classe política. Nenhum partido nem região escapam a ele, sobretudo os mais importantes: o PRI, no poder, o Partido de Ação Nacionalista (PAN) e o Partido da Revolução Democrática (PRD). Os narcotraficantes não podem agir sem a cooperação dos homens políticos e dos funcionários públicos de todos os níveis. Durante as eleições, o dinheiro desempenha o papel de grande eleitor, além de as campanhas oferecerem um meio eficaz de lavar capital.

O caso do presidente Enrique Peña Nieto, do PRI (no poder desde 2012), preocupa particularmente. Nenhuma prova direta permite estabelecer seus laços com o crime organizado. No entanto, durante sua campanha, uma das mais onerosas da história mexicana, uma parte da imprensa revelou operações financeiras nebulosas, que se elevavam a milhões de dólares.5 O escândalo fez grande barulho no México, mas a “comunidade internacional” manteve o silêncio. Não se dispõe de instrumentos que permitam medir a totalidade dos custos gerados por Peña Nieto para ganhar a presidência em 2012. Em 5 de novembro de 2014, porém, uma comissão legislativa estabeleceu que o PRI tinha gasto mais de 4,5 bilhões de pesos (cerca de R$ 850 milhões, treze vezes o teto fixado por lei).6 A comissão não pôde investigar um bom número de operações ocultas, com as quais a soma com certeza teria sido superior. Oficialmente, ninguém sabe de onde provém esse dinheiro, o que preocupa num país gangrenado pelo narcotráfico. Especialmente porque, nos diversos territórios dominados pelo crime organizado, os cartéis locais apoiaram ativamente o PRI.7

Durante sua campanha, Peña Nieto prometeu lutar contra o narcotráfico, assegurando que os primeiros resultados se fariam sentir ao final de um ano. Isso foi há três anos. Muitos, entre os eleitores, esperavam que a política do PRI fosse mais eficaz que a de seu predecessor, mas o plano de segurança de Peña Nieto quase não difere do de Felipe Calderón: é Washington que impõe sua própria doutrina em termos de segurança. E os assassinatos continuam. Órgão do governo federal, o Sistema Nacional de Saúde Pública (SNSP) registrou, ao longo dos vinte primeiros meses do governo de Peña Nieto, 57.899 inquéritos preliminares sobre homicídio doloso.8

A violência perpetrada pelo crime organizado tende a relegar a segundo plano aquela exercida pelo Estado, que não é negligenciável. O governo afirma que Ayotzinapa é um caso isolado. Os mexicanos têm boas razões para pensar que não é, de forma alguma.

Quando era governador do estado do México, Peña Nieto ordenou, em 2006, a repressão dos habitantes de San Salvador Atenco, que havia anos se opunham à desapropriação de suas terras para a construção de um aeroporto. Durante essa operação, as forças da ordem cometeram inúmeras violações dos direitos humanos ainda impunes, notadamente múltiplas agressões sexuais contra as detentas.

Desde que Peña Nieto assumiu o poder, as prisões estão repletas de pessoas cujo único delito foi ter lutado por seus direitos, suas terras, seu patrimônio, e defendido sua família contra as agressões do crime organizado. Em agosto de 2014, o comitê Nestora Libre, uma associação de defesa de presos políticos, assinalou que desde dezembro de 2014 ao menos 350 pessoas tinham sido presas por motivos políticos.9 Em Michoacán, foi preso o doutor José Manuel Mireles, fundador de uma milícia de autodefesa contra o crime organizado, e 328 membros de seu grupo. No estado de Guerrero, a líder indigenista Nestora Salgado, treze policiais comunitários e quatro líderes populares que se opuseram à construção da barragem de La Parota foram colocados atrás das grades. Em Puebla, 33 pessoas apodrecem na prisão por terem feito oposição à construção de uma central termelétrica excessivamente poluidora. Na Cidade do México, em Quintana Roo, em Chiapas e em muitos outros estados, não se contam mais os prisioneiros políticos. No estado de Sonora e em Chiapas, cidadãos que se opunham à privatização da água foram encarcerados, tal como aqueles que pediam fertilizantes.

Um caso isolado?

Desde o início do mandato de Peña Nieto, as forças da ordem recorreram a práticas típicas da “guerra suja”, a repressão política na América Latina dos anos 1960 a 1980. Nepomuceno Moreno, membro do Movimento pela Paz com Justiça e Dignidade, foi torturado e assassinado no estado de Sonora quando participava de uma caravana pela paz. Em Chihuahua, sicários assassinaram Ismael Solorio e Manuelita Solis, que defendiam os recursos hidráulicos de sua região atormentada pelo apetite das companhias mineiras canadenses. No estado de Sinaloa, assassinaram Atilano Román, dirigente de um movimento de pessoas deslocadas pela construção da barragem Picachos. A lista é interminável...

As atrocidades cometidas em Iguala estimularam a cólera social. Esta se manifesta agora no seio de setores da população tradicionalmente apáticos e ameaça de maneira inédita a sobrevivência do regime. Nenhuma das armas tradicionais do arsenal do PRI –cooptação, midiatização, infiltração, provocação, difamação – conseguiu contê-la. Ao contrário, as tentativas de comprar o silêncio das famílias, os esboços de repressão, as incitações a atos de violência,10 a campanha realizada contra Andrés Manuel López Obrador, principal dirigente da oposição de esquerda, com o objetivo de lhe atribuir a responsabilidade pelas violências perpetradas contra os estudantes, e o coro dos meios de comunicação dominantes insistindo em defender a figura do presidente estimularam a cólera da população e exacerbaram seu desejo de mudança. 

Em 10 de novembro, o movimento criado em torno dos estudantes e de suas famílias levou a uma ação sem precedentes: o bloqueio, durante mais de três horas, do aeroporto internacional de Acapulco (no estado de Guerrero), destino turístico tradicional do país. Tudo leva a pensar que outras ações vão se suceder a essa, tendo como alvo outros aeroportos ou as autoestradas mais importantes da região.


O poder insiste em afirmar que Ayotzinapa é “um caso isolado”. O procurador-geral da República, Jesús Murillo Karam, repetiu isso no dia 7 de novembro, por ocasião de uma coletiva de imprensa, quando lhe perguntaram se ele considerava que os fatos significavam um crime de Estado. “Iguala não é o Estado”, respondeu. De fato, Iguala não é o Estado. Mas o que aconteceu na cidade de Guerrero revela aquilo que ele se tornou.

(*) Rafael Barajas e Pedro Miguel, jornalistas, são, respectivamente, caricaturista e escritor.

1  La Jornada, México, 6 ago. 2010.

2  John T. Morton, “Binational study of illicit goods” [Estudo binacional de mercadorias ilícitas], Departamento Americano de Segurança dos Sem-Teto, Washington, 3 jun. 2010.

3  Citado por Roberto González Amador em “Mueve el narco 40 mil mdd en México” [O narcotráfico movimenta US$ 40 bilhões no México], La Jornada, 1o out. 2009.

4  “La cumbre Vallejo-La Tuta” [A cúpula Vallejo-La Tuta]. Disponível em: www.youtube.com.

5  Roberto González Amador e Gustavo Castillo García, “Indicios de lavado de dinero con las tarjetas de Monex” [Indícios de lavagem de dinheiro com os cartões da Monex], La Jornada, 12 jul. 2012.

6  “Caso Monex: PRI gastó más de 4 mil 500 millones de pesos en campaña de 2012”, [Caso Monex: o PRI gastou mais de 4,5 milhões de pesos na campanha de 2012], Aristegui Noticias, México, 12 mar. 2012.

7  Cf., entre outros, “Denuncian amenazas del narco en Chihuahua para votar por el PRI” [Denúncias de ameaças do narcotráfico em Chihuahua para votar pelo PRI], Proceso, México, 4 jul. 2012.

8  “Los muertos con Peña llegan a 57 mil 899 en 20 meses; son 14 mil 205 más que en el mismo periodo de Calderón” [Os mortos com Peña chegam a 57.899 em vinte meses; são 14.205 a mais que no mesmo período de Calderón], 25 ago. 2014. Disponível em: www.sinembargo.mx.

9  Verónica Macías, “Denuncian más de 300 presos políticos en gobierno de Peña” [Denúncia sobre mais de trezentos presos políticos no governo Peña], El Economista, México, 20 ago. 2014.

10    Sábado, 8 de novembro, um grupo de supostos “manifestantes”, visivelmente protegidos pela polícia, tentou colocar fogo no Palácio Nacional, sede do poder executivo federal no México.