Reconhecer seus erros e fazer mea-culpa nunca fizeram parte da cartilha do PT e dos petralhas, mas depois que o país entrou em banguela ladeira abaixo, derrapando no lodaçal do petrolão e caminhando para o caos político e econômico (com arranhões no lado social), prejudicando tremendamente os planos do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) e do partido para 2018, a petralhada em geral -- da cúpula à base -- já está bastante irrequieta. O NPA já não faz a mínima questão de disfarçar suas divergências com a ex-guerrilheira, e dá ostensivamente pitacos para a composição de seu alto escalão. Nesse ambiente turvo e lamacento, não é de espantar a declaração do presidente do PT, Rui Falcão, publicada na Folha de S. Paulo de 25 de março e transcrita abaixo. O que estiver entrecolchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]
Presidente do PT cita queda de Allende para pedir apoio da sigla ao governo
Painel - Folha de S. Paulo, 25/3/2015
É coisa nossa O presidente do PT, Rui Falcão, citou a queda de Salvador Allende no Chile, em 1973, para pedir na noite de segunda-feira apoio do partido a Dilma Rousseff. “Como diziam os chilenos pré-queda do Allende: ‘É um governo de merda, mas é o meu governo'”, discursou. Em seguida, emendou: “[O governo] não é de merda, mas é o nosso governo, e temos de defendê-lo” [o "mas" da frase com que Falcão julgava corrigir o que dissera antes é uma preciosidade] . Na reunião, com cerca de 150 pessoas, o PT decidiu apoiar ato da CUT no dia 31 em defesa da democracia e da Petrobras.
Contexto Em 1973, meses antes do golpe do general Augusto Pinochet no Chile, um cartaz ficou famoso numa passeata pró-Allende com os dizeres: “Este é um governo de merda. Mas é o meu governo, merda!"
Saia-justa O prefeito de Bragança Paulista, Fernão Dias, fez o discurso mais duro da reunião. Disse que apoiou os condenados no mensalão, mas que “não dá mais para defender José Dirceu” depois que sua consultoria recebeu R$ 29,3 milhões em oito anos.
Catarse Outras 28 pessoas se inscreveram para falar e a sessão virou uma grande plenária. Muita gente não conseguiu entrar no auditório superlotado em São Paulo.
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