sexta-feira, 13 de junho de 2014

Paulo Roberto Costa, a raposa que cuidava do galinheiro da Petrobras

[Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, revela-se cada vez mais um tremendo especialista em mutretas, falcatruas e pilantragens e seu passe já começa a interessar às máfias italianas. Esse cidadão esteve 8 anos (de 2004 a 2012) controlando uma das mais importantes diretorias da Petrobras, por onde passaram contratos bilionários. Preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, foi inexplicavelmente libertado pelo ministro Teori Zavascki. Agora, foi preso novamente por risco de fuga após descoberta de várias contas suas no exterior. Esse cidadão é o exemplo perfeito do tipo de apadrinhado político que o PT e o PMDB volta e meia colocam em altos cargos de uma empresa estatal. O texto abaixo é um apanhado resumido do que o Globo e o Estadão publicaram sobre a prisão da raposa que cuidava do galinheiro da Petrobras.]

A prisão de Paulo Roberto Costa foi decretada a pedido do Ministério Público Federal, que apontou risco de fuga devido a supostas contas que o ex-diretor mantém na Suíça com depósitos de US$ 23 milhões. Paulo Roberto foi preso em sua casa, segundo a PF, que depois o encaminhou para a superintendência estadual.



O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em depoimento à CPI no Senado, nesta terça
(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)


Segundo o jornal Estadão de 12/6, a Suíça abriu ação penal contra Paulo Roberto Costa por lavagem de dinheiro. O governo suíço abriu processo penal contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso novamente ontem no Rio. Os investigadores suíços imputam formalmente a Costa "ofensa de lavagem de dinheiro". A Suíça bloqueou US$ 23 milhões em 12 contas atribuídas ao ex-diretor da estatal petrolífera em cinco instituições financeiras naquele País.

Outros US$ 5 milhões também embargados foram localizados em conta de João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, suposto "colaborador" do doleiro Alberto Youssef, alvo maior da Operação Lava Jato - investigação da Polícia Federal sobre lavagem de R$ 10 bilhões deflagrada em março de 2014. A informação sobre a instauração de processo penal contra Paulo Roberto Costa está no Pedido de Assistência Judiciária em Matéria Penal do Ministério Público da Confederação da Suíça enviado ao Brasil no dia 28 de maio. O documento é subscrito pelo procurador federal suíço Luc Leimgruber.

A ordem para Paulo Roberto Costa retornar à cadeia foi decretada pela Justiça Federal no Paraná após comunicação do Ministério Público da Suíça sobre a abertura de processo penal naquele País europeu. O juiz federal Sérgio Moro, que deflagrou a Operação Lava Jato, viu "risco de fuga" do executivo. 

Propina

Luc Leimgruber, o procurador federal suíço, informou que entre 2011 e 2012 Costa teria recebido "propinas para a adjudicação das obras no âmbito da construção das refinarias de Abreu e Lima, nos arredores de Recife (Pernambuco)". Segundo a Suíça, o dinheiro nas contas de Costa teria origem ainda em "desvio de fundos públicos no âmbito de outra investigação vinculada à compra pela Petrobras, em 2006, da refinaria americana Pasadena, sediada no Texas". Costa foi dirigente da estatal entre 2004 e 2012. A Polícia Federal sustenta que ele intermediou contratos entre fornecedores da Petrobras e empresas controladas por Youssef.

A Suíça solicitou ao Brasil  "quaisquer documentos e as informações úteis relativas à suposta atividade das pessoas acima mencionadas (Costa, seus familiares e Youssef), assim como quaisquer documentos e as informações que permitam estabelecer um liame entre as infrações penais supostamente prosseguidas no Brasil pelas pessoas acima mencionadas e os haveres controlados por estas últimas e que foram sequestrados na Suíça, ou seja nomeadamente cópias de quaisquer peças dos processos brasileiros pertinentes para o processo suíço (nomeadamente o que se refere aos julgamentos e decisões de tribunais, atos de acusação, relatórios de polícia, outros relatórios, oitivas, documentação bancária, financeira, contábil e social, explicações dadas pelas partes, correspondência".

Os investigadores suíços solicitam ao Brasil, "se for necessário, autorizar representantes do Ministério Público da Confederação Suíça a consultar os processos brasileiros e fazer cópias das peças pertinentes".

Eles pedem, ainda, que o Brasil comunique ao Ministério Público da Confederação "o montante dos supostos ganhos ilícitos cobrados pelas pessoas mencionadas e/ou as companhias no âmbito das atividades ilícitas das que são acusadas pelas autoridades brasileiras e, sendo o caso disso, o montante dos haveres que pertencem a essas pessoas ou as suas companhias e que foram sequestrados pelas autoridades brasileiras no âmbito deste caso". Os investigadores suíços pleitearam ao Brasil que transmita "quaisquer outras informações ou documentos susceptíveis de fazer progredir o processo penal instruído na Suíça no âmbito do presente contexto de fatos".

[A cooperação da Suíça para enquadrar judicialmente mais um pilantra brasileiro é mais do que bem-vinda, e felizmente contradiz a notícia de que os suíços haviam suspendido esse tipo de cooperação com o Brasil por conta dos vazamentos do caso Alstom.]




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