quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Pintores estrangeiros (26): A arte pouco conhecida de Adelino Ângelo

[O blogue já apresentou as seguintes postagens sobre pintores estrangeiros, em ordem alfabética:

  1. Alta Renascença italiana
  2. Banho, o berço da intimidade (III) - ver também (II) e (I)
  3. Bosch
  4. Caravaggio
  5. Cézanne (e outros) - Exposição imperdível em Paris
  6. Corot
  7. Degas
  8. De Kooning
  9. Egon Schiele
  10. Gênios da pintura barroca
  11. Imagens da prostituição
  12. Impressionistas no CCBB do Rio
  13. Klimt
  14. Leonardo da Vinci
  15. Matisse
  16. Michelangelo
  17. Obras do  Louvre no MASP
  18. Picasso -- gravuras no Museu Britânico
  19. Picasso (e outros) - Exposição imperdível em Paris
  20. Picasso - nova obra encontrada
  21. Rafael Sanzio
  22. Rembrandt
  23. Renoir
  24. Toulouse Lautrec
  25. Van Gogh


Para esta postagem, usei como referências o livro "As emoções de Adelino Ângelo", da APM - Associação Paulista de Medicina, 2014, a Wikipédia e o Google. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade. Infelizmente, o site oficial do pintor é de péssima qualidade em termos de informação e conteúdo -- os quadros são mostrados por fotos, sem nenhuma informação: tipo de pintura, data, dimensões e de que acervo faz parte. Impressionante e lamentável!]


Adelino Ângelo (1931)  - O artista português Adelino Ângelo ao lado de um de seus autorretratos, por ocasião de exposição sua na Pinacoteca da APM em junho de 2008 - (Foto: APM)


Adelino Ângelo nasceu em 8 de Novembro de 1931, em Vieira do Minho, Portugal. Viveu com os seus avós, em Guimarães, pelo motivo do seu pai ser Juiz e Conservador do Registo, que não lhe permitia ter residência permanente. Estudou em Guimarães e, de seguida, frequentou a Escola Superior de Belas Artes em Lisboa. Aos 17 anos, já era considerado grande desenhador e com a execução de trabalhos de desenho conseguiu pagar os seus estudos e estadia em Lisboa. De 1961 a 1971, foi Professor na Escola Comercial e Industrial Francisco de Holanda, em Guimarães. Foi o único Professor em Portugal que enriqueceu o património de uma escola, com painéis dos Reis e personagens do Estado, para imbuir no espírito dos alunos o cultivo da cultura.

Toda a sua obra é vincada pela fusão de emoção, realização, originalidade e sentido de criação, tornando-se, desta forma, num ambiente amargo mas ao mesmo tempo terno para os olhos de quem a contempla. A sua pintura é a consciência sentida a seu modo, daí que se constitui como o protagonista de uma obra dramática por ser o criador. A sua obra é considerada didáctica, pedagógica e científica pois é a prova de como a realização através do desenho é a trave mestra da pintura porque, se assim não fosse, nunca poderia ser o pintor "Universal". Mediante esta pequena descrição sobre as obras, o que lhe é imposto é conduzir a sociedade à sua purificação onde existem enormes desigualdades. Se continua a pintar a dor do ser humano, a loucura e os nómadas, então a sua pintura encaixa em pleno no modernismo, não fossem estas as características mais vincadas da sociedade onde se insere. Segundo os seus críticos, está comprovado tratar-se de um pintor psicanalista universalista.

Sobre o mestre Adelino Ângelo, já teve quem dissesse ser a reencarnação de El Greco [Doménikos Theotokópoulos, mais conhecido como El Greco (O Grego), nasceu em Creta (que na época pertencia à República de Veneza e era um centro artístico pós-bizantino) em 7 de outubro de 1541 e morreu em Toledo em 7 de abril de 1614. Era um pintor, escultor e arquiteto grego que desenvolveu a maior parte da sua carreira na Espanha -- assinava suas obras com o nome original, ressaltando sua origem] na vida dos miseráveis; outros, da luz de Sorolla y Bastida, e há ainda aqueles que identificaram em seus quadros o psicólogo da loucura universal [Joaquín Sorolla y Bastida (27 de fevereiro de 1863, Valência - 10 de Agosto de 1923Cercedilla), na fase inicial da sua carreira, foi dos mais tradicionais. Ele cumpriu toda a trajetória considerada necessária na época para o pintor que se valorizasse como acadêmico. Entretanto, a partir de 1900, seu estilo se revelou de forma espetacular, manifestando-se em pinceladas rápidas e carregadas de tinta, que em poucos traços plasmavam a rica e vibrante gama de cores das praias e transeuntes que ocupavam suas telas] 

A grande paixão do mestre é pintar figuras da miséria, andrajosos, esmoleres e loucos. Seus rostos escavados pelas agruras cotidianas e seus corpos definhados pelas necessidade de todo gênero, ao serem transportados às telas, ganham importância ao pasmar os observadores.



Mãe cigana (1971), óleo sobre tela, 51 x 41 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: Pinacoteca)


Mãe cigana (19?), óleo sobe tela - (Foto: Google)



Óleo sobre tela. Nome? Data? Mais um show de desinformação de Adelino Ângelo. Pela temática e pela figura central da pintura, parece tratar-se da mesma mãe cigana dos quadros imediatamente acima deste - (Foto: Google)




Gesto de liberdade (1976), óleo sobre tela, 49 x 64 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: minha)



Fominha (1979), óleo sobre tela - (Foto: Google)



A vassoura também dá música (1979), óleo sobre tela - (Foto: Google)



Louco (1980), óleo sobre tela, 35 x 32 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: Google)



Riso de louco (1982), óleo sobre tela, 64 x 50 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: Google)



Desesperado (1982), óleo sobre tela - (Foto: Google)




Choro sem lágrimas (data desconhecida), óleo sobre tela - (Foto: Google)




Perturbado (data desconhecida), óleo sobre tela - (Foto: Google)




Sem título (data desconhecida), óleo sobre tela. Coleção do autor - (Foto: Google)



Mendigo (data desconhecida), óleo sobre tela - (Foto: Google)



Este é o  Teu Filho (data desconhecida), óleo sobre tela - (Foto: Google)




Avenida (data desconhecida), óleo sobre tela - (Foto: Google)



Mulher (data desconhecida), óleo sobre tela - (Foto: Google)



Depois do trabalho (1996), óleo sobre tela, 91 x 61 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: Google)



Único tesouro (1999), óleo sobre tela, 46 x 40 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: Google)




Autorretrato (data desconhecida), óleo sobre tela - (Foto: Google)



Pai, por que me abandonaste? (2004), óleo sobre tela, 190 x 114 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: Google)



Autorretrato em Paris (2005), óleo sobre tela, 95 x 74 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: Google)




Sem título (data desconhecida), óleo sobre tela. Coleção do autor - (Foto: Google)



Veneziano em Madrid (2007), óleo sobre tela, 63 x 48 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: minha)




Homenagem ao meu amigo Mick Jagger(2007), óleo sobre tela, 50 x 37 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: minha)



O homem do boné (2008), óleo sobre tela, 95 x 65 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: minha)





Doutor Guido Palomba (2008), óleo sobre tela, 60,5 x 50,5 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: minha)



Figura em Buenos Aires (2009), óleo sobre tela. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: Google)



A caminho de Apúlia (2009), óleo sobre tela - (Foto: Google)



Paisagem Apúlia (2009), óleo sobre tela, 50 x 69 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: Google)



A minha mulher no Brasil (2009), óleo sobre tela, 107 x 104 cm. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina - (Foto: minha)













2 comentários: