Vejamos alguns dados importantes sobre a migração em escala mundial, publicados pelo Banco Mundial em seu relatório de referência Migrants and Remittances Factbook 2016 (3rd edition) (Fatos sobre Migrantes e Remessas, 2016).
- Mais de 247 milhões de pessoas, ou 3,4% da população mundial, vivem fora de seus países de origem.
- O principal destino das migrações são os Estados Unidos, seguidos por Arábia Saudita, Alemanha, Federação Russa, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, França, Canadá, Espanha e Austrália.
- De acordo com os dados oficiais disponíveis, a via México-Estados Unidos é o maior corredor de migração no mundo com o registro de 13 milhões de migrantes em 2013. Os próximos maiores corredores são Rússia-Ucrânia, Bangladesh-Índia e Ucrânia-Rússia.
- Países menores tendem a ter as taxas mas alta de emigrações qualificadas. Perto de 93% das pessoas altamente qualificadas da Guiana viviam fora do país, vindo em seguida o Haiti (com 75,1%), Trindade e Tobago (68,2%) e Barbados (66,2%).
- Excluindo os refugiados da Margem Esquerda (Palestina) e da Faixa de Gaza, no Oriente Médio, o número de refugiados em 2014 era de 14,4 milhões. Cerca de 86% dos refugiados são acolhidos por países em desenvolvimento. Turquia, Paquistão, Líbano, Irã, Etiópia, Jordânia, Quênia, Chade e Uganda são os maiores países anfitriões desse universo de pessoas.
- Em 2015, estima-se que os fluxos de remessa financeira globais excederam os US$ 601 bilhões. Deste montante, calcula-se que os países em desenvolvimento receberam cerca de US$ 441 bilhões, quase três vezes o montante da assistência oficial para seu desenvolvimento. O valor real das remessas, incluindo fluxos não registrados através de canais formais e informais, é estimado ser significativamente maior.
- Em 2015, os principais países destinatários de remessas formais, registradas, foram Índia, China, Filipinas, México e França. Entretanto, como parcela de seu PIB, países menores foram os maiores destinatários: Tajiquistão (42%), Quirguistão (30%), Nepal (29%), Tonga (28%) e Moldávia (26%).
- Países de altas rendas são as principais fontes das remessas. Os Estados Unidos são, de longe, a maior delas, com a saída registrada de estimados US$ 56,3 bilhões em 2014. Em seguida vêm Arábia Saudita, Rússia, Suíça, Alemanha, Emirados Árabes Unidos e Kuwait. Os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait) foram responsáveis por US$ 98 bilhões de remessas para o exterior em 2014.
Os migrantes contribuem com cerca de 10% da riqueza mundial
Jean-Pierre Robin -- Le Figaro, 22/12/2016
As remessas financeiras de imigrantes para suas famílias totalizaram 580 bilhões de dólares em 2014. Na foto, serviço para transferências de dinheiro em Nova Iorque - (Foto: SIPANY/SIPA/SIPA)
Em comemoração pelo seu 25° aniversário, o Instituto Global McKinsey, cuja missão é analisar as questões de produtividade, publicou um relatório sobre os migrantes e seu impacto na economia mundial. Ao tempo em que compõem hoje um grupo de cerca de 247 milhões de pessoas (que têm uma profissão, assim como suas famílias), ou seja 3,4% da população mundial, os migrantes contribuem com o montante de 9,4% do PIB mundial (algo como 6.700 bilhões de dólares, o equivalente à soma dos PIBs do Japão e da França).
"A despeito das inquietudes e das controvérsias que as cercam, as migrações transfronteiriças são o resultado normal de um mundo mais interconectado e de um mercado de trabalho mundial", observa o estudo, que se apresenta como uma defesa e ilustração dos fenômenos migratórios. A McKinsey estabelece desde o início a distinção entre "migrantes voluntários" (fala-se às vezes de migrantes econômicos), que constituem 90% do total, e os outros (10% , cerca de 25 milhões de pessoas) refugiados ou solicitantes de asilo. O pessoal das empresas multinacionais e os expatriados são migrantes, mas não os trabalhadores que se deslocam diariamente de uma fronteira para outra. Isso porque, por definição, "o migrante vive em um país onde não nasceu", o que exclui igualmente os imigrados de segunda ou terceira geração.
Da campanha eleitoral de Donald Trump, que propunha levantar um muro entre o México e os Estados Unidos, à guerra na Síria e aos emigrados africanos clandestinos, que enfrentam os riscos e perigos da travessia do Mediterrâneo, a polêmica só faz crescer. Incontestavelmente, os Estados Unidos são o primeiro destino dos migrantes (47 milhões), ainda que a União Europeia (mais a Suíça e a Noruega) constituam o principal território de acolhimento (58 milhões), esta cifra incluindo as migrações intraeuropeias. Hoje, os imigrantes representam 15% da população total dos Estados Unidos, 13% na Europa Ocidental e 48% nos países do Golfe árabe.
De um ponto de vista estritamente econômico os migrantes, e não unicamente as pessoas altamente qualificadas, são mais produtivos quando fora de seus países. Eles aportam cerca de "3 .000 bilhões de dólares a mais do que se ficassem em seus países de origem". Somente para a economia americana o aporte dos imigrantes é essencial, da ordem de 2.500 bilhões de dólares, uma cifra considerável que equivale ao PIB da França e sobra a qual Donald Trump será levado a meditar.
Salários inferiores
Um estudo recente do Birô Nacional de Pesquisa Econômica [EUA] assinalava aliás que mais da metade dos PhD (os doutores em ciências) que trabalhavam nos setores dos Stem [acrônimo inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemáticas] eram imigrantes (trabalhando nos EUA sem ali terem nascido).
Da mesma forma, o aporte financeiro dos emigrantes para o desenvolvimento dos países onde nasceram é essencial. A McKinsey lembra que as remessas financeiras feitas pelo emigrantes às suas famílias totalizaram 580 bilhões em 2014. Tais remessas tornaram-se a principal forma de ajuda ao desenvolvimento, longe à frente da ajuda pública para esse fim. Esses fluxos financeiros são consideráveis para a Índia (70 bilhões de dólares em remessas), para a China (62 bilhões) e para as Filipinas (28 bilhões).
Outra questão muito debatida: "numerosos estudos acadêmicos têm demonstrado que a imigração não prejudica o emprego ou os salários dos autóctones", esclarece o estudo da McKinsey. Mesmo que ela possa ter efeitos negativos, que se observe um grande fluxo migratório numa região específica, que os imigrantes sejam substitutos diretos dos trabalhadores nacionais e que a economia do país de destino esteja em recessão. Por outro lado, os salários dos imigrantes são em compensação são de 20% a 30% inferiores às remunerações aos trabalhadores locais de mesma qualificação.
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DETALHES DO RELATÓRIO DO INSTITUTO GLOBAL MCKINSEY
Impacto e conveniência da migração global
Jonathan Woetzel, Anu Magdavkar, Khaled Rifai, Frank Mattern, Jacques Bughin, James Manyika, Tarek Elsmary, Amadeo Di Lodovico e Ashwin Hasyagar -- Novembro, 2016
Migração tornou-se um tema explosivo de debate em muitos países, mas a pesquisa do Instituto Global McKinsey (IGM) conclui que ela gera benefícios econômicos significativos --e uma integração mais efetiva dos imigrantes pode aumentar esses benefícios.
A migração é uma característica determinante do nosso mundo crescentemente interconectado. Tornou-se um tema explosivo de debate em muitos países, o que enfatiza a importância de se entender os padrões da migração global e o impacto econômico que é criado quando pessoas se deslocam através das fronteiras do mundo. Um relatório recente do Instituto Global McKinsey (IGM), People on the move: Global migration’s impact and opportunity (Pessoas em movimento: impacto e oportunidade da migração global, em tradução direta), objetiva satisfazer essa necessidade.
Os refugiados podem ser a face da migração na mídia, mas 90% dos 247 milhões de migrantes do mundo cruzaram fronteiras voluntariamente, usualmente por razões econômicas. Fluxos migratórios voluntários são tipicamente graduais, impondo menos estresse sobre a logística e sobre o tecido social sobre os países de destino do que os fluxos de refugiados. A maioria dos migrantes voluntários é de adultos em idade de trabalho, o que faz aumentar a parcela da população que é economicamente ativa nos países de destino.
Os 10% restantes restantes [dos 247 milhões de migrantes] são de refugiados e de pessoas que buscam asilo, que fugiram para outros países para escapar de conflitos e perseguições. Grosseiramente, metade dos 24 milhões de refugiados do mundo está no Oriente Médio e na África, repetindo o padrão dominante de fuga para um país vizinho. Mas, o recente surto de refugiados na Europa fez com que a atenção do mundo desenvolvido se voltasse para esse tema. Um relatório que acompanha este relatório, "Europe's new refugees: A road map for better integation outcomes" ("Os novos/recentes refugiados da Europa: um itinerário para resultados de integração melhores") examina os desafios e oportunidades que confrontam os países individualmente.
Enquanto alguns migrantes viajam longas distâncias a partir de seus países de origem, a maior parte da migração ainda envolve pessoas deslocando-se para países vizinhos ou para países da mesma parte do mundo (ver figura). Globalmente, cerca de metade de todos os migrantes se deslocou de países em desenvolvimento para países desenvolvidos -- na realidade, este é o tipo de movimento que cresce mais rapidamente. Quase dois terços dos migrantes do mundo residem em países desenvolvidos, onde frequentemente preenchem as carências de mão de obra desses países. De 2000 a 2014, os imigrantes contribuíram com 40% a 80% da força de trabalho nos principais países de destino.
Da campanha eleitoral de Donald Trump, que propunha levantar um muro entre o México e os Estados Unidos, à guerra na Síria e aos emigrados africanos clandestinos, que enfrentam os riscos e perigos da travessia do Mediterrâneo, a polêmica só faz crescer. Incontestavelmente, os Estados Unidos são o primeiro destino dos migrantes (47 milhões), ainda que a União Europeia (mais a Suíça e a Noruega) constituam o principal território de acolhimento (58 milhões), esta cifra incluindo as migrações intraeuropeias. Hoje, os imigrantes representam 15% da população total dos Estados Unidos, 13% na Europa Ocidental e 48% nos países do Golfe árabe.
De um ponto de vista estritamente econômico os migrantes, e não unicamente as pessoas altamente qualificadas, são mais produtivos quando fora de seus países. Eles aportam cerca de "3 .000 bilhões de dólares a mais do que se ficassem em seus países de origem". Somente para a economia americana o aporte dos imigrantes é essencial, da ordem de 2.500 bilhões de dólares, uma cifra considerável que equivale ao PIB da França e sobra a qual Donald Trump será levado a meditar.
Salários inferiores
Um estudo recente do Birô Nacional de Pesquisa Econômica [EUA] assinalava aliás que mais da metade dos PhD (os doutores em ciências) que trabalhavam nos setores dos Stem [acrônimo inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemáticas] eram imigrantes (trabalhando nos EUA sem ali terem nascido).
Da mesma forma, o aporte financeiro dos emigrantes para o desenvolvimento dos países onde nasceram é essencial. A McKinsey lembra que as remessas financeiras feitas pelo emigrantes às suas famílias totalizaram 580 bilhões em 2014. Tais remessas tornaram-se a principal forma de ajuda ao desenvolvimento, longe à frente da ajuda pública para esse fim. Esses fluxos financeiros são consideráveis para a Índia (70 bilhões de dólares em remessas), para a China (62 bilhões) e para as Filipinas (28 bilhões).
Outra questão muito debatida: "numerosos estudos acadêmicos têm demonstrado que a imigração não prejudica o emprego ou os salários dos autóctones", esclarece o estudo da McKinsey. Mesmo que ela possa ter efeitos negativos, que se observe um grande fluxo migratório numa região específica, que os imigrantes sejam substitutos diretos dos trabalhadores nacionais e que a economia do país de destino esteja em recessão. Por outro lado, os salários dos imigrantes são em compensação são de 20% a 30% inferiores às remunerações aos trabalhadores locais de mesma qualificação.
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DETALHES DO RELATÓRIO DO INSTITUTO GLOBAL MCKINSEY
Impacto e conveniência da migração global
Jonathan Woetzel, Anu Magdavkar, Khaled Rifai, Frank Mattern, Jacques Bughin, James Manyika, Tarek Elsmary, Amadeo Di Lodovico e Ashwin Hasyagar -- Novembro, 2016
Migração tornou-se um tema explosivo de debate em muitos países, mas a pesquisa do Instituto Global McKinsey (IGM) conclui que ela gera benefícios econômicos significativos --e uma integração mais efetiva dos imigrantes pode aumentar esses benefícios.
A migração é uma característica determinante do nosso mundo crescentemente interconectado. Tornou-se um tema explosivo de debate em muitos países, o que enfatiza a importância de se entender os padrões da migração global e o impacto econômico que é criado quando pessoas se deslocam através das fronteiras do mundo. Um relatório recente do Instituto Global McKinsey (IGM), People on the move: Global migration’s impact and opportunity (Pessoas em movimento: impacto e oportunidade da migração global, em tradução direta), objetiva satisfazer essa necessidade.
Os refugiados podem ser a face da migração na mídia, mas 90% dos 247 milhões de migrantes do mundo cruzaram fronteiras voluntariamente, usualmente por razões econômicas. Fluxos migratórios voluntários são tipicamente graduais, impondo menos estresse sobre a logística e sobre o tecido social sobre os países de destino do que os fluxos de refugiados. A maioria dos migrantes voluntários é de adultos em idade de trabalho, o que faz aumentar a parcela da população que é economicamente ativa nos países de destino.
Os 10% restantes restantes [dos 247 milhões de migrantes] são de refugiados e de pessoas que buscam asilo, que fugiram para outros países para escapar de conflitos e perseguições. Grosseiramente, metade dos 24 milhões de refugiados do mundo está no Oriente Médio e na África, repetindo o padrão dominante de fuga para um país vizinho. Mas, o recente surto de refugiados na Europa fez com que a atenção do mundo desenvolvido se voltasse para esse tema. Um relatório que acompanha este relatório, "Europe's new refugees: A road map for better integation outcomes" ("Os novos/recentes refugiados da Europa: um itinerário para resultados de integração melhores") examina os desafios e oportunidades que confrontam os países individualmente.
Enquanto alguns migrantes viajam longas distâncias a partir de seus países de origem, a maior parte da migração ainda envolve pessoas deslocando-se para países vizinhos ou para países da mesma parte do mundo (ver figura). Globalmente, cerca de metade de todos os migrantes se deslocou de países em desenvolvimento para países desenvolvidos -- na realidade, este é o tipo de movimento que cresce mais rapidamente. Quase dois terços dos migrantes do mundo residem em países desenvolvidos, onde frequentemente preenchem as carências de mão de obra desses países. De 2000 a 2014, os imigrantes contribuíram com 40% a 80% da força de trabalho nos principais países de destino.
A maior parte do fluxo migratório consiste de pessoas se deslocando para outro país na mesma parte do mundo - Os 1o principais movimentos (1), população migratória total em milhões, 2015 - Na coluna da esquerda:
- de países em desenvolvimento da Europa Oriental e da Ásia Central para países em desenvolvimento na Europa riental e Ásia Central: 22,9
- de países em desenvolvimento da América Latina para a América do Norte: 22,1
- da África Subsaariana para a África Subsaariana: 15,0
- da Europa Ocidental para a Europa Ocidental: 12,1
- do Oriente Médio e do Norte da África para o Oriente Médio e o Norte da África: 10,1
Na coluna da direita:
- de países em desenvolvimento na Europa Oriental e na Ásia Central para a Europa Ocidental: 10,0
- do Oriente Médio e do Norte da África para a Europa Ocidental: 9,7
- da Índia para o Conselho de Cooperação do Golfo: 8,2
- da Ásia Austral (excluindo Índia) para o Conselho de Cooperação do Golfo: 7,2
- de países desenvolvidos da Europa Oriental e da Ásia Central para a Europa Ocidental: 5,8
(1) Inclui movimento tanto entre como dentro de regiões
Fontes: Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU; Banco Mundial; análise do Instituto Global McKinsey
Deslocar mão de obra para locais de produtividade mais alta incrementa o PIB global. Migrantes de todos os níveis de aptidão contribuem para esse efeito, quer através de inovação e empreendedorismo quer liberando os nativos para trabalhos de valor mais elevado. De fato, os migrantes compõem apenas 3,4% da população mundial mas a pesquisa do IGM detecta que contribuem com cerca de 10% do PIB global. Contribuíram com aproximadamente US$ 6,7 trilhões para o PIB global em 2015 -- cerca de US$ 3 trilhões a mais do que teriam produzido em seus países de origem. As nações desenvolvidas absorveram mais de 90% desse resultado.
Taxas de emprego são ligeiramente menores para imigrantes do que para trabalhadores nativos nos principais países de destino, mas isso varia com o nível de aptidão e com a região de origem. Extensa evidência acadêmica mostra que a imigração não prejudica o emprego e os salários nativos, embora possam existir efeitos negativos de curto prazo se houver um grande fluxo de imigrantes em uma região pequena, se os imigrantes por suas aptidões competirem muito de perto com os trabalhadores nativos, ou se a economia de destino estiver passando por uma recessão.
A concretização e absorção dos benefícios da imigração dependem de como os recém-chegados são integrados no mercado de trabalho e na sociedade de seu país de destino. Hoje, os imigrantes tendem a ganhar de 20% a 30% menos que os trabalhadores nativos. Mas, se os países estreitarem para 5% a 10% essa defasagem salarial através da integração mais efetiva dos imigrantes através vários aspectos de educação, moradia, saúde e engajamento comunitário, os imigrantes podem gerar um impulso anual adicional de US$ 800 bilhões a US$ 1 trilhão para a produção mundial. Este é um objetivo relativamente conservador, mas pode entretanto produzir efeitos positivos mais amplos nas economias de destino como taxas de pobreza mais baixas e uma produtividade geral mais alta.
As dimensões econômicas, sociais e cívicas da integração precisam ser abordadas holisticamente [com uma visão conjunta]. O IGM analisou como os 18 principais países de destino se desempenharam em 18 indicadores e verificou que nenhum país havia logrado resultados expressivos através de todas aquelas dimensões, embora alguns se saiam melhores que outros. Mas em destinações ao redor do mundo, muitos investidores estão tentando uma nova abordagem. Identificamos mais de 180 intervenções promissoras que oferecem modelos úteis para melhorar a integração. O setor privado tem um papel central a desempenhar nesse esforço -- e tem incentivos para fazê-lo. Quando as empresas participam, elas se posicionam para ter acesso a novos mercados e a grupos de novos talentos.
As apostas são altas. O sucesso ou falha da integração pode reverberar por muitos anos, pesando sobre se a segunda geração de imigrantes se torna um grupo de cidadãos plenamente participativos que atingem todo o seu potencial produtivo ou que permanecem em uma armadilha de pobreza [um mecanismo autoalimentado, que faz a pobreza persistir e do qual é difícil escapar].
Ler também: "Mais pobres que seus pais? Uma perspectiva nova sobre a desigualdade de renda"
Taxas de emprego são ligeiramente menores para imigrantes do que para trabalhadores nativos nos principais países de destino, mas isso varia com o nível de aptidão e com a região de origem. Extensa evidência acadêmica mostra que a imigração não prejudica o emprego e os salários nativos, embora possam existir efeitos negativos de curto prazo se houver um grande fluxo de imigrantes em uma região pequena, se os imigrantes por suas aptidões competirem muito de perto com os trabalhadores nativos, ou se a economia de destino estiver passando por uma recessão.
A concretização e absorção dos benefícios da imigração dependem de como os recém-chegados são integrados no mercado de trabalho e na sociedade de seu país de destino. Hoje, os imigrantes tendem a ganhar de 20% a 30% menos que os trabalhadores nativos. Mas, se os países estreitarem para 5% a 10% essa defasagem salarial através da integração mais efetiva dos imigrantes através vários aspectos de educação, moradia, saúde e engajamento comunitário, os imigrantes podem gerar um impulso anual adicional de US$ 800 bilhões a US$ 1 trilhão para a produção mundial. Este é um objetivo relativamente conservador, mas pode entretanto produzir efeitos positivos mais amplos nas economias de destino como taxas de pobreza mais baixas e uma produtividade geral mais alta.
As dimensões econômicas, sociais e cívicas da integração precisam ser abordadas holisticamente [com uma visão conjunta]. O IGM analisou como os 18 principais países de destino se desempenharam em 18 indicadores e verificou que nenhum país havia logrado resultados expressivos através de todas aquelas dimensões, embora alguns se saiam melhores que outros. Mas em destinações ao redor do mundo, muitos investidores estão tentando uma nova abordagem. Identificamos mais de 180 intervenções promissoras que oferecem modelos úteis para melhorar a integração. O setor privado tem um papel central a desempenhar nesse esforço -- e tem incentivos para fazê-lo. Quando as empresas participam, elas se posicionam para ter acesso a novos mercados e a grupos de novos talentos.
As apostas são altas. O sucesso ou falha da integração pode reverberar por muitos anos, pesando sobre se a segunda geração de imigrantes se torna um grupo de cidadãos plenamente participativos que atingem todo o seu potencial produtivo ou que permanecem em uma armadilha de pobreza [um mecanismo autoalimentado, que faz a pobreza persistir e do qual é difícil escapar].
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