O desenvolvimento e amadurecimento de uma democracia assemelha-se ao crescimento e desenvolvimento de um ser humano -- pode acontecer em tempo curto, precocemente, ou pode levar tempo. A democracia brasileira está neste segundo caso.
Analisando nossa vida política nos últimos 50 anos, temos o hiato dos 21 anos da ditadura militar (1964-1985) e, depois, Tancredo Neves (que morreu antes de tomar posse), José Sarney (fautor da politicalha, do fisiologismo emporcalhante, paradigma do coronelismo político de baixíssimo coturno), Fernando Collor de Mello (que em apenas dois anos de governo conseguiu a façanha de passar à História como o primeiro -- e único até hoje -- presidente brasileiro a ser afastado do cargo por impeachment), Itamar Franco ( de comportamento ético oscilante -- basta lembrar sua acompanhante sem calcinha em seu camarote num desfile de carnaval na Marquês de Sapucaí), Fernando Henrique Cardoso (que inegável e inequivocamente elevou o padrão ético da presidência da República), o NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula), que levou a presidência da República a níveis inéditos de corrupção na nossa história (mensalão, ministros corruptos, Rosemary, enxovalhamento extremo da ética, uso da mentira como norma de conduta, etc) e Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia), que instituiu no governo o padrão da incompetência e burrice arrogantes, a prepotência ditatorial, o acobertamento de escândalos (com a Petrobras como a jóia da coroa de lambanças) e o fisiologismo de baixíssimo nível e repugnante, configurado nas barganhas e conchavos com figuras repelentes como Anthony Garotinho e Carlos Lupi.
Eis que se avizinha nova eleição presidencial em outubro, e a madame ex-guerrilheira parte para a reeleição negociando o que for necessário na bacia das almas para se reeleger, confrontando-se inicialmente com Eduardo Campos e Aécio Neves, dois ex-governadores (de Pernambuco e Minas Gerais, respectivamente). Uma fatalidade tirou a vida do político aspernambucano, e assumiu seu lugar sua vice, Marina Silva, ex-senadora e ex-ministra (de Meio Ambiente) do NPA.
Repentinamente, a entrada de Marina na disputa subverteu completamente a campanha eleitoral e a ex-ministra aparece agora como franca favorita, deixando Dilma NPS desesperada e Aécio completamente perdido na paisagem. A ascensão meteórica de Marina é uma prova inconteste do perigo que é deixar-se um país sem rumo e sem perspectivas. Está se conseguindo transformar em salvadora da pátria uma senhora que é absolutamente vazia e deserta de competência, de experiência e de ideias.
A primeira coisa que Marina fez após a morte trágica de Eduardo foi dizer-se protegida pela providência divina, por não ter embarcado no mesmo avião que vitimou seu companheiro de chapa. Revelou-se ela assim, de imediato, uma chantagista emocional sem escrúpulos, apelando para o misticismo de fancaria que encanta seu eleitorado. Inquilina a contragosto do PSB -- contra o desejo dela própria, após seu fracasso em criar seu próprio partido, e de boa parte do PSB -- ela se mostra e comporta como um corpo estranho entre os socialistas, com os quais têm a mesmíssima afinidade que a água com o azeite.
Por mais que se tentasse escondê-las, as diferenças e divergências entre Marina e o PSB começaram a aflorar aos borbotões. A coisa começou e continua feia, e até hoje inexplicada, com a incapacidade dela e do PSB de esclarecer completa e decentemente quem é afinal o proprietário do avião sinistrado e como ele vinha sendo usado na campanha de Eduardo Campos. O assunto continua pendente e cheirando mal. A tal da moral ilibada de Marina já começa a mostrar defeitos e áreas cobertas e/ou cinzentas.
Como bem comentou Merval Pereira em sua coluna "Contradições", de 29/8, uma das empresas envolvidas na compra do jato é a Bandeirantes Companhia de Pneus Ltda, que importa pneus usados, negócio considerado como dos mais danosos ao meio-ambiente. A autorização de importação de pneus usados, por sinal, foi uma das muitas brigas que Marina travou à frente do ministério do Meio-Ambiente, e perdeu. Unindo-se a natureza do empreendimento ao fato de que o uso do avião não fora ainda declarado como doação de campanha eleitoral, com forte cheiro de caixa 2, têm-se que a candidata Marina Silva está em uma situação no mínimo delicada. A "nova política" que ela e Eduardo Campos pregavam era transportada para cima e para baixo por um jatinho todo irregular, financiado em última instância por uma atividade comercial que a ambientalista Marina Silva repudia. E que recebeu estímulos fiscais de seu companheiro de luta política anos antes de os dois se juntarem para tentar chegar ao Palácio do Planalto.
Marina não pode dizer que não fora informada de nada. Ao se juntar à campanha de Eduardo Campos, tinha a obrigação de se informar desses detalhes, justamente para não se ver em uma situação delicada como agora.
Depois, veio o jogo de tira-põe dos temas "homossexualidade e casamento gay" do programa de Marina. Um dia depois de divulgar o programa de governo da candidata, a campanha da presidenciável Marina Silva (PSB) decidiu retirar trecho que manifestava apoio a propostas para legalizar o casamento igualitário no Brasil, que permite a união entre pessoas do mesmo sexo. Além disso, foi eliminada defesa de um projeto em tramitação no Congresso que criminaliza a homofobia. As tentativas de explicação da equipe de campanha de Marina para essa indecisão foram esdrúxulas e ridículas. Se a candidata não consegue se definir sobre temas como esses ainda na fase de campanha, imagine-se os piripacos que terá -- se for eleita -- em temas mais complexos, na panela de pressão que é a presidência da República.
Na área energética, o ambientalismo surreal de Marina mostra que ela está evoluindo a jato de ecochata para ecoidiota. Suas posições e soluções para um país no limiar extremo de uma crise energética de proporções catastróficas são simplesmente ridículas, indicam uma ignorância abissal do assunto e beiram uma absoluta irresponsabilidade. Para quem jura de pés juntos que, se eleita, governará apenas quatro anos, ela se mostrou -- além de ignorante -- completamente inconsequente, negligente e insensata na abordagem de um tema de tanta seriedade e complexidade.
Caso seja eleita, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, planeja reduzir a importância da exploração do petróleo da camada do pré-sal na produção de combustíveis. Também pretende voltar a impulsionar o etanol no país e considera criar incentivos tributários para o setor. Para a energia elétrica, Marina prevê um sistema chamado “multimodal”, com a adoção de diferentes maneiras de obtenção de energia. Hidrelétricas em construção na Bacia Amazônica serão terminadas, mas novas obras passarão por análise criteriosa antes de serem aprovadas. O uso de termelétricas deverá ser reduzido gradativamente. Já as energias eólica e solar serão prioridade.
Da maneira como foram postas e com a simultaneidade com que ela as implantaria, esse conjunto do "programa energético" de Marina é um besteirol irresponsável e inconsequente de matar de inveja Dilma NPS, que faz questão de ser ela própria o carrasco derradeiro do setor energético nacional, arrematando um extermínio que ela mesma idealizou e iniciou. Ela, Marina, tornou mutuamente excludentes soluções que são interligadas e interdependentes, mostra querer manter a insensatez da desistência de usinas hidrelétricas sem reservatório de acumulação e regulação, e evidencia que, definitivamente, não sabe do que está falando. Mesmo com a providência divina, que ela alega estar do seu lado, ela não conseguiria desatar nosso nó energético com esse elenco de idiotices. É muito mais fácil e viável ela acabar de jogar a vaca no brejo, e aí os exorcistas de plantão vão dizer que ela ficou possuída pelo "sulfuroso".
Nesse tiroteio, dá pena ver Aécio Neves. Apesar do bom governo que fez em Minas, ele, o PSDB & Seus Blues Caps da oposição pagam caro pela covardia com que se portaram nesses 11 anos de governo petista, sem peito de botar nus em praça pública o NPA e suas safadezas e encagaçados de enfrentar Dilma NPS. Preferiram o silêncio da pusilanimidade, e agora vêem o que é bom para a tosse.
O triste e lamentável é que reina o sentimento, cada vez mais profundo e mais correto, de que para expulsar Dilma NPS do Planalto qualquer solução é melhor, até mesmo Marina.
A petralhada saindo do poder ja é alguma coisa, pois, chega de corrupção, lavagem de dinheiro, etc... Os aposentados e pensionistas estão sofrendo os diabos com este partido de corruptos.
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