quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Mãe Natureza continua nos alertando: derretimento do Ártico, aquecimento deixa o Alasca mais verde, degelo dobra em 5 anos na Groenlândia e na Antárdida...

[A revista Época publicou em agosto uma notícia -- escrita por Alexandre Mansur e transcrita a seguir -- dizendo que o aquecimento deixa o Alasca mais verde.]



Imagem de satélite de geleiras do Alasca em 1987 (Foto: Divulgação/Nasa)



Duas imagens de satélite divulgadas pela Nasa mostram mais uma evidência do aquecimento global acumulado nas últimas décadas. A geleira de East Novatak no Alasca vem perdendo extensão. A foto do alto é de 1987. A de baixo, de 2013. Em 25 anos, a língua de gelo perdeu mais de um quilômetro de extensão. Também dá para reparar que a área coberta por vegetação cresceu.

[No dia 06/3/2014 a mesma revista Época publicou a reportagem abaixo, também de Alexandre Mansur  no Blog do Planeta . Como as duas notícias estão intimamente interligadas, transcrevo abaixo a reportagem de março passado.]


A água do rio Mackenzie, no Canadá, em 14 de junho de 2012, começa a quebrar a geleira no litoral (Foto: Nasa)


No dia 5 de julho de 2012, a geleira já está transformada em bloquinhos flutuantes no Ártico (Foto: Nasa)


As cores alteradas mostram com a água do rio é mais quente do que a do oceano. O azul mais escuro são águas (ou gelo) a até 2 graus centígrados negativos. O mais claro indica água a até 15 graus centígrados. (Foto: Nasa)


A imagem de 5 de julho mostra como a água mais quente do rio (em azul mais claro) se espalha pelo oceano próximo (Foto: Nasa)


Um novo estudo feito pela Nasa, agência espacial americana, mostra como a água dos rios que desaguam no Oceano Ártico ajudam a derreter as geleiras flutuantes da região.

As duas primeiras fotos acimas exibem o delta do rio Mackenzie, no Canadá. A mais do alto é de 14 de junho de 2012. A de baixo, de 5 de julho. As imagens mostram como a descarga de água barrenta (mais marrom) ajuda a desintegrar a camada de gelo junto à costa. Naquele ano, o Ártico bateu o recorde de derretimento desde que as medições de satélite começaram, 35 anos antes.

O trabalho da água doce para quebrar o gelo fica mais claro nas duas fotos seguintes. Elas mostram o mesmo lugar nos mesmos dias. Só que suas cores foram alteradas para exibir as diferenças de temperatura. O azul mais escuro são águas (ou gelo) a até 2 graus centígrados negativos. O mais claro indica água a até 15 graus centígrados.

Pelas fotos de temperatura, é possível ver mais claramente como a descarga de água quentes do rio contribuem não só para quebrar o gelo flutuante como para mudar a temperatura da água do mar na região.

A perda de gelo flutuante do Ártico é parte dos efeitos das mudanças climáticas. Essa perda não contribui diretamente para a elevação do nível do mar no planeta. Mas a redução na área branca que reflete a luz do sol aumenta a absorção de calor do mar. Com o encolhimento do Ártico, o Hemisfério Norte virou um aquecedor da Terra. Além disso, a água do mar mais quente ajuda a desestabilizar geleiras ancoradas na rocha, como as da Groenlândia. E essas, sim, derretem e mudam o nível do mar.

Em 21/8, o site BBC Brasil publicou reportagem informando que em 5 anos dobrou o degelo na Groenlândia e na Antárdida.


Os mapas mostram os resultados dos modelos de elevação gerados pela equipe alemã - (Fonte: BBC Brasil)


A redução da área de gelo da Groenlândia e Antártida, as duas principais capas de gelo do planeta, dobrou desde 2009, de acordo com um estudo que analisou imagens de um satélite europeu.

O exame dos dados gerados pelo CryoSat indicam que só a Groenlândia vem perdendo cerca de 375 km cúbicos de gelo por ano, a maior parte nas costas oeste e sudeste da ilha.

Somado, o volume de gelo despejado todo ano pelas duas maiores capas chega a 500 km cúbicos, disse à BBC a pesquisadora Angelika Humbert, do Instituto Alfred Wegener (IAW), na Alemanha. "A contribuição das duas capas de gelo à elevação do nível dos oceanos dobrou desde 2009", afirmou Humbert. "Para nós, é um número inacreditável".

Antártida
Já na Antártida, a perda de volume anual foi calculada em cerca de 128 km cúbicos por ano.
Como outros estudos já haviam indicado, a maior parte do degelo se concentra no lado oeste do continente, na área conhecida como Baía do Mar de Amundsen. Grandes glaciares da região estão recuando e perdendo espessura a um ritmo acelerado.
Por outro lado, há ganhos de espessura na camada de gelo de algumas áreas, como em Dronning Maud Land, onde foram registradas nevascas colossais. No entanto, o acúmulo nessas áreas não compensa as perdas nas outras.






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