Hoje na imprensa duas notícias ruins, uma na realidade péssima. A péssima é que o TSE deu sobrevida eleitoral a Garotinho, mantendo seu direito a candidatar-se até que o TRE se pronuncie a respeito. A ruim é que vereadores pilantras querem permitir que igrejas e templos se espalhem pelo Rio afora, sem qualquer restrição.
A decisão do TSE certamente deve ser tecnicamente correta, o problema é que o tecnicismo engessante de nossos juízes e tribunais só tem ferrado a população indefesa e favorecido a marginália. Fica muito difícil acreditar e confiar na nossa Justiça, em qualquer esfera de sua atuação! A este respeito mandei hoje p'ro Globo a carta abaixo, que evidentemente não sei se será publicada:
"Me engana que eu gosto" parece ser o lema da nossa Justiça Eleitoral. Essa decisão do TSE no caso Garotinho é um escárnio em relação à população do Estado do Rio! Esses tecnicismos jurídicos só fazem cimentar as falcatruas, as malandragens e as safadezas que imperam no nosso meio, especialmente na política, como no caso presente. Essa é uma praga, um vírus que contamina toda a nossa sociedade e permeia praticamente todos os setores da nossa vida. Se o Conselho Regional de Medicina não condena e interdita um médico charlatão, seus pacientes continuam entregues à própria sorte, se o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura não pune e elimina da profissão o engenheiro irresponsável e incapaz tecnicamente ele continuará livre por aí a fazer barbaridades. Garotinho é inequivocamente um político que se vale dos piores recursos comprovadamente ilícitos para chegar ao poder e nele se manter. Em que país utópico vive a nossa Justiça Eleitoral, ancorada no TSE?!
Na outra estação do nosso calvário está a ridícula e esdrúxula decisão de permitir a instalação de igrejas e templos no Rio, onde quer que seja, sob a alegação de bares e restaurantes não sofrem restrição para se instalarem. Mandei hoje, também para o Globo, o desabafo abaixo:
A Câmara de Vereadores continua nos surpreender com sua infinita capacidade de aprovar medidas que só fazem infernizar a vida de todo mundo! Agora, certamente cedendo ao lobby dos católicos e evangélicos, eles querem permitir que seja liberada a instalação de templos em qualquer local da cidade sob a ridícula e esdrúxula alegação de que a Constituição garante o livre exercício da religião, e onde há bar e restaurante não há porque restringir uma igreja ou templo. Ou seja, essas sumidades chamadas vereadores comparam algodão doce com amendoim, e em vez de cobrar a aplicação rigorosa da legislação que regula a instalação e a operação de bares e restaurantes (useiros e vezeiros em burlar a lei) resolvem nivelar por baixo e generalizar a baderna. Como essas igrejas e templos viraram caça-níqueis fantásticos para seus proprietários, é facílimo entender o empenho dos vereadores evangélicos que patrocinam essa aberração.
Esses dois casos acima são emblemáticos de como nossos direitos e interesses são tratados. Se ficarmos reclamando só nas rodas de amigos ou no seio de nossas famílias nada disso vai mudar. É preciso botar a boca no trombone e lembrar dessa gentalha na hora de votar!
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