domingo, 30 de novembro de 2014

Frase genial, provada e comprovada nos últimos 12 anos

Atribuída ao jornalista Cláudio Tognolli temos a frase definitiva da era petista, provada e comprovada nos últimos 12 anos e com pelo menos mais 4 anos de garantia:



“É IMPOSSÍVEL ESCREVER CORRUPTO SEM
PT”.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Quem disse que o povo brasileiro é cordial?

[Vivemos nos enganando e nos iludindo com a falsa imagem de que somos um povo cordial, quando as estatísticas comprovam que somos um dos países mais violentos do mundo chamado de "civilizado". Em reportagem de 10/11, o Globo antecipou dados estarrecedores da 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública que foi divulgada divulgada em 12/11. Mesmo antes desse Anuário, as cifras sobre a violência no Brasil são simplesmente assustadoras e inacreditáveis. Até dezembro de 2011, a violência no país havia matado em 30 anos 1,1 milhão de pessoas! O que é mais assustador é que não há o menor indício de que alguém realmente se preocupe com isso no país, a começar pela própria população. Prova disso é que o assunto morreu na mídia e no governo logo após ser divulgado, mesmo com seus números chocantes. Enquanto a violência rola solta no país e também no Rio, a 19ª Parada do Orgulho LGBT reuniu meio milhão de pessoas (isso mesmo, 500.000) no Rio no domingo 16/11/2014. Enquanto prevalecer essa mentalidade idiota de privilegiar passeatas e manifestações na base da gandaia, continuaremos a ser carne de açougue da bandidagem.]

Um estudo sobre assassinatos no mundo, divulgado em 10/4/2014 pelo Escritório da Nações Unidas sobre Drogas e Crime, em Londres, apontava que o Brasil registrava 11,4% do total de mortes do planeta. Segundo o estudo da ONU , 437 mil pessoas foram mortas em 2012 no mundo; desses, 50.108 foram no Brasil. As maiores taxas de homicídios no planeta estão na América Latina e África.



A ilustração acima não mostra, mas os dados correspondentes relativos a algumas zonas conturbadas no mundo são: Iraque - 8 (homicídios por 100 mil habitantes em 2012 ou no último ano disponível) -- Palestina: 7,4 -- Afeganistão: 6,5 (ver: Homicide counts and rates, time series 2000-2012). Reproduzo a seguir a reportagem citada do Globo.]

Policiais brasileiros matam mais em 5 anos do que americanos em 30

O Globo -- 10/11/2014

Dados da 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado na terça-feira, mostram que, no período de cinco anos, os policiais brasileiros mataram mais do que os agentes americanos em 30 anos. Nos últimos cinco anos, os policiais brasileiros mataram, em serviço e fora, 11.197 pessoas, uma média de seis por dia. Enquanto nos Estados Unidos, nos últimos 30 anos, foram 11.090 mortos, média de uma pessoa por dia. Na comparação com o ano anterior, houve uma queda no total de mortos por policiais brasileiros, de 2.332 em 2012 para 2.212 em 2013.

"
Os dados demonstram que esse problema da letalidade não é uma questão individual do policial, como as autoridades costumam justificar, mas institucional. O Estado precisa dar uma resposta para esse fenômeno", analisa o sociólogo Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entidade responsável pela elaboração do Anuário.

Na avaliação do especialista, o grande número de vítimas dos policiais é consequência da cultura organizacional das polícias brasileiras e da forma como a violência está sendo enfrentada no Brasil. Lima destaca que os dados de 2012 sobre violência policial foram revisados depois da divulgação do Anuário do ano passado, num sinal de que os governos têm se preocupado com a transparência.

A pesquisa revela ainda que houve um aumento no número de policiais mortos. O total chegou a 490 no ano passado, 43 a mais do que em 2012. Nos últimos cinco anos, desde 2009, foram mortos 1.170 policiais, uma média de 1,34 por dia. O anuário também informa que 75,3% dos policiais foram mortos fora de serviço. O estado onde mais policiais foram mortos, assim como em 2012, foi o Rio de Janeiro (104), seguido por São Paulo (90) e Pará (51).


A 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública será lançada nesta terça-feira. Na edição desta segunda-feira, O GLOBO mostrou que a violência custa ao país o equivalente a R$ 258 bilhões ou 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB).





Mortes policiais em cinco anos -- Evolução da letalidade das corporações e o número de agentes mortos - (Ilustração: Editoriade arte/Folhapress - Fonte: Folha de S. Paulo)


Custo da violência 

Folha de S. Paulo - Rogério Pagnan/Reynaldo Turollo Jr. - 10/11/2014

O custo da violência no Brasil no ano passado foi de R$ 258 bilhões, o que equivale a 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto). Com isso, o investimento em segurança pública cresceu 8,65% em relação ao ano anterior. Os dados também fazem parte do levantamento do fórum de segurança pública. Esta é a primeira vez que o anuário inclui dados sobre os custos da violência.

De acordo com os dados divulgados pelo jornal "O Globo", a maior parte do valor gasto em 2013 refere-se à perda de capital humano: R$ 114 bilhões. Também entram na conta dos custos da violência os gastos com contratação de serviços de segurança privada, com seguros contra roubos e furtos, além de custos com o sistema público de saúde.

A soma destas despesas, que chegou a R$ 192 bilhões em 2013 é classificada como "custo social da violência". O valor ainda pode ser maior já que os gastos com pessoas que ficaram inválidas em razão da violência, por exemplo, não entraram no cálculo.

Para completar os dados, ainda há o gasto de R$ 4,9 bilhões para manter as prisões e unidades de cumprimento de medidas socioeducativas e os investimentos governamentais de R$ 61,1 bilhões em segurança pública.

Uma pessoa é morta a cada 10 minutos no Brasil

Sérgio Roxo -- O Globo, 11/11/2014

Uma pessoa é morta a cada 10 minutos no Brasil. Essa é a principal conclusão da oitava edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado ontem. O país teve 53.646 assassinatos em 2013, o que corresponde a uma média de 6,11 pessoas mortas por hora.

Em comparação com o ano anterior, o estudo revela que houve um aumento de 1,1 % no total de mortes violentas, que inclui homicídios, latrocínios (roubo seguido de morte) e lesões corporais seguidas de morte. Em 2012, tinham sido 53.054 ocorrências.


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Os dados são dramáticos porque se somarmos os números de homicídios que ocorreram desde a nos engajamos no processo de democratização, com a constituição de 1988, temos mais de 1 milhão de homicídios no Brasil em 26 anos. Isso é quatro vezes o que ocorreu no conflito do Vietnã que também durou cerca de duas décadas", afirma Oscar Vilhena, professor da Faculdade de Direito da FGV.


Para Vilhena, os problemas decorrentes da violência foram colocados em segundo plano no país. "
A segurança pública talvez seja a área que menos atenção recebeu nestes 25 anos de democracia".

O estudo também constata que 68% das vítimas de homicídios no país em 2013 eram negras ou pardas. O Anuário, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que o pais teve 25,2 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes no ano passado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera epidemia quando a taxa ultrapassa 10. Em 2012, o número havia sido de 25,9 mortes por 100 mil habitantes, o que indica redução de 2,6% causada pelo aumento da população.

Proporcionalmente ao número de habitantes, Alagoas foi o estado com mais assassinatos registrados no ano passado, com taxa de 67,5 por grupo de 100 mil habitantes (no ano anterior era 67,8). O Rio teve aumento de mortes violentas em 2013. O total de assassinatos passou de 4.241 para 4.928. Se considerada a taxa por grupo de 100 mil habitantes, o índice de assassinatos do Rio passou de 26,1 para 30,1, o que colocou o estado na 11ª posição no ranking nacional.

Ao todo, 15 das 27 unidades da federação conseguiram reduzir o índice em 2013 na comparação com o ano anterior. São Paulo é o estado com a menor taxa proporcional de assassinatos: 11,7. O estado teve queda de 12% no índice.


O Rio Grande do Norte foi o estado com o maior crescimento de assassinatos, com uma elevação de 102,4%. A taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes passou de 12 para 24,3. Já o Paraná foi o estado que mais reduziu as ocorrências em 2013, com o índice por 100 mil habitantes passando de 31,1 para 24,5.


Durante a apresentação do Anuário, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública apresentou uma meta de redução dos homicídios no país de 65,5% até 2030. A expectativa é que a queda anual dos índices seja de 5,7% ao ano, o dobro do esperado como média mundial. A projeção apresentada tem como base as quedas de assassinatos registradas nos últimos anos nos estados de São Paulo, Pernambuco, Rio e Minas.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O capitalismo mundo afora

No momento em que certas alas da petralhada manifestam sua repulsa à nomeação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para, respectivamente, os ministérios da Fazenda e da Agricultura e entre os que os protestam está o incrível João Pedro Stédile, líder do MST (o movimento líder em invasões e depredações de bens públicos e privados, além de arruaças através do país), é bom botar as barbas de molho, pela milionésima vez nesses últimos 12 anos. Enquanto isso, nos ilustremos com essa divertida aula sobre capitalismo com o sempre bom Jô Soares.




terça-feira, 25 de novembro de 2014

Algo cheira muito mal nas relações entre os Correios e seu fundo de pensão, o Postalis

[Engana-se redondamente quem pensa que as lambanças nos governos petistas resumem-se apenas ao oceano de corrupção da Petrobras -- há muito mais malfeitos e pilantragens no reino dos petralhas do que podem imaginar nossas inocentes cabecinhas. É inesgotável a capacidade do PT para gerar, estimular, promover e acobertar mutretas, pilantragens e malfeitos com os cupinchas seus colocados em estatais e cargos públicos Brasil afora -- tudo isso temperado com altas doses de cinismo, hipocrisia e mentiras. Vejam abaixo a denúncia da revista Época sobre transações pouco ou nada ortodoxas entre os Correios e seu fundo de pensão, o Postalis publicada em 14/11.  Ao se examinar imbróglios de empresas, estatais ou não, é sempre útil dar uma olhada em seus altos dirigentes, isso em 101% das vezes rende umas informações interessantes.

No caso presente, o presidente dos Correios é Wagner Pinheiro de Oliveira. Filiado ao PT -- que surpresa!... -- é ligado ao ex-ministro e mensaleiro José Dirceu, e antes de presidir os Correios foi presidente da Petros (2003-2010), o fundo de pensão dos empregados da Petrobras. Nomeado no início do governo Dilma Rousseff com a missão de “sanear” a estatal após o escândalo de tráfico de influência que derrubou a ex-ministra Erenice Guerra (Casa Civil), Oliveira recebeu elogios de Dirceu em seu blog. Em janeiro de 2011, o ex-ministro se referiu a ele como exemplo de gestor público “testado e aprovado”. Elogio de Zé Dirceu tem um peso danado no mundo petista. Como se vê, esse Sr. Wagner é tido em alta conta no universo petista. Os Correios se meteram em uma história mal cheirosa de serem usados como instrumento político na campanha de reeleição da madame ex-guerrilheira. Detalhe adicional: com Wagner, os Correios deixam pela primeira vez de ser feudo do PMDB para passar às mãos do PT -- é o velho e safado loteamento político do país.

O presidente do Postalis é Antonio Carlos Conquista que, não por coincidência,  foi Chefe de Gabinete de Wagner Pinheiro na Petros de 2003 a 2007 -- tudo em família.]



A JATO
O terreno alugado pelos Correios em Cajamar, São Paulo. Os documentos do negócio mostram que ele foi feito rapidamente. Em janeiro, uma empresa de fachada foi criada na Nova Zelândia; em maio, ela vendeu um imóvel de R$ 194 milhões ao Postalis (Foto: Rogério Cassimiro/Época) - clique na imagem para ampliá-la.

Nova Zelândia, a 12.000 quilômetros do Brasil, é um dos países mais transparentes do mundo, um exemplo de excelência em serviços públicos e prestação de contas à população. De Wellington, capital do país, saiu um empreendimento comercial obscuro, que desafia o entendimento no Brasil. No dia 10 de janeiro de 2012, uma empresa de fachada chamada Latam Real Estate New Zealand foi aberta em Wellington, fixada por seus criadores no mesmo prédio ocupado pela Embaixada do Brasil na Nova Zelândia. No dia 5 de março, com menos de dois meses de vida, a Latam abriu em São Paulo uma filial e, 15 dias depois, comprou um terreno de 220.000 metros quadrados em Cajamar, a 45 quilômetros de São Paulo. Em 25 de maio, vendeu o imóvel ao Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, por R$ 194 milhões. A Latam atravessou o mundo para dar uma ágil jogada imobiliária no Brasil.

O Postalis, um dos maiores fundos pensão do país, aplica recursos para bancar as aposentadorias de funcionários dos Correios. Seu histórico não é dos melhores. No ano passado, apresentou um rombo de quase R$ 1 bilhão nas economias dos carteiros, resultado de investimentos furados e sob investigação em instituições financeiras que foram à lona, como os bancos BVA, Cruzeiro do Sul e Oboé, e até em títulos da dívida argentina. Quem decidia suas aplicações eram diretores indicados pelo PMDB. Sob o comando de um presidente petista desde 2012, o Postalis continua fazendo negócios obscuros.

No início de 2012, o Postalis aceitou dar uma força aos Correios. A estatal precisava comprar o terreno em Cajamar para fazer seu novo centro de logística, mas seu caixa não comportava a aventura. Na ocasião, o então deputado federal, hoje mensaleiro preso, João Paulo Cunha (PT-SP) conversou com o presidente do Postalis, o sindicalista petista Antônio Carlos Conquista. João Paulo foi à sede do Postalis em Brasília tratar do negócio. Conquista também foi procurado por um empresário chamado João Camargo, com negócios em rádios e empreendimentos imobiliários. O Postalis topou comprar o imóvel e alugá-lo aos Correios durante dez anos, por R$ 210 milhões – e se deu mal. O local, que deveria estar pronto no ano passado, só deverá começar a funcionar em 2015. Até lá, o Postalis não receberá um real.

No início, o Postalis negociava a compra de um terreno de propriedade do empresário Luiz Fernando Pires, proprietário da Piazzano Empreendimentos. A área, com galpões já construídos, sairia por R$ 193 milhões. No meio do caminho apareceu a neozelandesa Latam e fez Pires mudar de ideia. Ele vendeu a área à Latam, com os galpões construídos, por R$ 150 milhões – menos que o Postalis havia se disposto a pagar. Pires afirma que o negócio direto com o Postalis, que seria mais lucrativo, “não prosperou”. Menos de três meses depois, a Latam fez um negócio da China, ou melhor, da Nova Zelândia. Vendeu o terreno ao Postalis por R$ 194 milhões.

Formalmente, João Camargo não está vinculado à Latam Brasil. Na Junta Comercial de São Paulo aparecem como sócios a Latam Real Estate New Zealand, com 99,99% das ações, e Marcelo Bicudo, com 0,01%, advogado de Camargo e especialista em criar e representar empresas estrangeiras interessadas em investir no Brasil. Os donos da empresa que fez negócios com o Postalis são brasileiros? “Alguns sim, outros não. São e não são. Veja bem, tudo o que posso falar, falo porque não há nada a esconder”, diz Bicudo. “Agora, os donos desta empresa não querem que o público saiba quem eles são. As autoridades sabem, não há nada de oculto.” Por meio de sua assessoria de imprensa, Pires disse que não responderia a “perguntas especulativas” sobre o negócio em que está envolvido.

Não é necessário ir à Nova Zelândia para fazer bons negócios imobiliários com os Correios ou com o Postalis. No final de 2012, os Correios compraram por R$ 123 milhões um terreno de 73.000 metros quadrados para erguer seu futuro Centro de Cartas e Encomendas de Brasília. O dono da área, o governo do Distrito Federal, recebeu o pagamento à vista. Passados quase dois anos da compra, o mato cresce no local, junto com entulho de obras vizinhas. O terreno não conta sequer com uma placa de identificação. Os Correios dizem esperar um projeto executivo da obra para realizar a licitação que levantará os prédios. A razão é outra: pelas normas urbanísticas, a área comprada pelos Correios não pode abrigar empreendimentos comerciais.

Documentos obtidos por Época (acima) mostram que os Correios sabiam disso antes da compra. No dia 7 de dezembro, dois advogados da estatal registraram que a diretoria deveria avaliar o risco do investimento, pois àquela altura o terreno não poderia abrigar as atividades pretendidas pela empresa. Os advogados alertaram também que a avaliação do terreno feita pelos Correios apontava para o valor de R$ 104 milhões, quase R$ 20 milhões a menos que os Correios pagaram. Três dias depois, em 10 de dezembro, a diretoria executiva dos Correios ratificou a compra. “Até acontece. Mas é raro a diretoria não levar em conta uma opinião do departamento jurídico”, diz o ex-chefe do departamento e um dos autores do parecer, Roger dos Santos. Os R$ 123 milhões foram parar nos cofres da Terracap, empresa do governo de Brasília que cuida dos terrenos públicos da capital. Naquele momento, a Terracap estava com dificuldades de caixa, em virtude da construção do estádio Mané Garrincha, para a Copa do Mundo.


“GATO POR LEBRE”
Área comprada pelos Correios em Brasília. Um parecer jurídico dos Correios (no destaque, acima) diz que a lei não permitia usar o local para um empreendimento comercial. Mesmo assim, os Correios decidiram comprar o terreno, pagando R$ 123 milhões à vista (no destaque, abaixo) (Foto: Bruno Spada/Tripé Fotografia/Época) -- clique na imagem para ampliá-la.

Apavorada com a demora na aprovação da mudança da destinação do terreno, a diretoria dos Correios, comandada pelo PT, pressionou o governo do Distrito Federal, também petista, para mudar a lei e permitir a construção na área. O alívio chegou em setembro de 2013, mas durou pouco. O Ministério Público do Distrito Federal contestou as decisões do governo do Distrito Federal, e os Correios poderão ser impedidos de construir na área comprada. O assunto é discutido por um órgão que regula o uso dos terrenos de Brasília, uma cidade tombada pela Unesco. Não há previsão sobre quando a discussão sobre o uso do local terminará. Durante uma reunião que discutia o assunto, o representante da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF, Paulo Muniz, disse que os Correios “compraram gato por lebre”.

Os Correios afirmam, por meio de sua assessoria, que a compra do terreno em Brasília foi regular. Sobre a decisão de comprar o imóvel em Brasília, dizem que “o parecer jurídico” é “opinativo e, portanto, não é uma decisão”. A nota também afirma que os Correios não sofreram prejuízos em razão de os centros de Brasília e Cajamar ainda não estarem em funcionamento. “Está tudo dentro do cronograma de investimentos”, diz a nota. Por meio da assessoria de imprensa, o presidente do Postalis, Conquista, afirma que a operação de Cajamar foi aprovada com base em estudos técnicos. Diz que as conversas mantidas com João Paulo e Camargo não tiveram relação com o imóvel de Cajamar. Disse, ainda, que o fato de o Postalis não receber o aluguel do imóvel não deve ser associado a prejuízo, pois se trata de um investimento de longo prazo. O ex-deputado João Paulo cumpre pena em Brasília, condenado pelo envolvimento no mensalão. Por meio de seu advogado, ele informou que não se pronunciaria sobre o assunto. Camargo não atendeu aos pedidos de entrevista da reportagem de Época. Vender terrenos para os Correios ou para o Postalis pode ser um bom negócio. Basta ter as conexões corretas no Brasil e na Nova Zelândia.

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[PS -- Como os casos de corrupção da era petista nunca se restringem a uma mesma diretoria e a um mesmo local, o diretor regional dos Correios no Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira, foi afastado do cargo na última sexta-feira, 14, devido a uma investigação que está sendo feita pelo Ministério Público Federal sobre supostas irregularidades na gestão do plano de saúde da empresa no Rio de Janeiro.

Para formular sua denúncia, o procurador Sérgio Luiz Pinel Dias se baseou em inquérito da Polícia Federal que investiga fraudes que ultrapassam R$ 15 milhões no plano de saúde dos Correios. O esquema, denunciado pelo Extra em agosto do ano passado, envolve funcionários da estatal, como o ex-gerente de Saúde Marcos Esteves, médicos, hospitais e empresas de material cirúrgico.

Uma operação de coluna de uma idosa de 80 anos, que custou quase R$ 1 milhão só em material, é uma das cirurgias investigadas pela PF, como o Extra revelou em agosto do ano passado. A autorização foi assinada pelo então gerente de Saúde Marcos Esteves. Um único parafuso usado na operação saiu por mais de R$ 25 mil, valor equivalente ao de um carro popular.

A lista com 15 itens pedidos para a operação, como parafusos e porcas, foi comprada por R$ 65.208 pela AC Consultoria, que tem como sócios Carlos Alberto Alonso Filho e Aline Gomes de Oliveira. Alonso, que se apresentava em nome de Marcos Esteves, também é dono do Centro de Clínica Médica e Fisiatria Dr. Carlos Alonso, em Petrópolis, no qual é sócio de Gilberto Silva Cabral. Esse último aparece como sócio da O2 Surgical, que vendeu o material cirúrgico para o Correios por R$ 961.886,56.

Em fevereiro de 2013, os Correios pagaram R$ 336.044,95 por uma cirurgia odontológica que não teria acontecido. O preço cobrado por uma única broca: R$ 19.978.


Bandalhas como essas nos Correios e as da Petrobras são marcas registradas dos governos petistas. As da Petrobras foram divididas entre os governos do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) e de Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia), mas as dos Correios descritas acima são frutas do pomar de pilantragens do governo da madame ex-guerillheira, reeleita por 54 milhões de masoquistas.]









domingo, 23 de novembro de 2014

Fisicamente a Suíça é um país lindo, mas fora isso ...

[A Suíça é um país incrivelmente lindo e, na aparência, tem uma sociedade extremamente organizada, mas moralmente é um país com manchas deploráveis -- neste ponto, tem muito em comum com o Brasil. Já abordei vários exemplos do passado e do presente sujos dos suíços: sua atuação como paraíso fiscal de contas sujas (contas do "petrolão" da Petrobras, por exemplo), deixou de ser um país seguro com aumento significativo e constante da taxa de criminalidade desde 2004 (aproximando-a do conjunto da Europa), se apresenta como um país "neutro" mas é armado até os dentes, dá abrigo a um inacreditável "turismo do suicídio", durante a Segunda Grande Guerra apresentava-se como "neutra" mas foi importantíssima fornecedora do exército nazista com seus reputados e avançados canhões Oerlikon e, muito recentemente, veio à tona a história de que a Suíça se enriqueceu com o tráfico de escravos africanos. Para arrematar, a mulher suíça só ganhou o direito de votar em 1971, quando no Brasil isso ocorreu em 1932.

Agora, através da conceituada jornalista Dorrit Harazim, surge a tenebrosa história das "crianças arrendadas" (mais de 300 mil) distribuídas compulsoriamente pelo governo suíço a famílias de agricultores, como mão de obra barata. Reproduzo a seguir a coluna de Dorrit Harazim. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Uma infâmia no passado da Suíça

Dorrit Harazim -- O Globo, 16/11/2014

Entre meados do século XIX e 1981, mais de 300 mil crianças pobres, órfãs ou consideradas fardo econômico foram distribuídas compulsoriamente pelo Estado a famílias de agricultores, como mão-de-obra barata

Invejada pelo alto padrão de vida, baixíssimo índice de criminalidade, estabilidade política e carga tributária mais do que amigável, a Suíça tem um acerto de contas a fazer com o seu passado.

É um acerto tão urgente quanto indigesto, pois expõe ao mundo a prática de uma “engenharia social" que os atuais 8 milhões de suíços prefeririam esquecer ou desconhecer.

Trata-se da reparação devida às verdingkinder (algo como “crianças arrendadas”) [(sic) -- a grafia certa é com "v" maiúsculo]. A designação se refere às mais de 300 mil crianças pobres, órfãs ou consideradas fardo econômico, distribuídas compulsoriamente pelo Estado a famílias de agricultores, como mão-de-obra barata.


Essa prática começou em meados do século 19 e estendeu-se, pasme o leitor, até 1981. Historiadores estimam que ao longo desse período 5% de todas as crianças suíças foram assim retiradas de suas famílias. Dessas, cerca de 10 mil ainda são vivas -- adultos em sua maioria reclusos, envergonhados, estigmatizados, com cicatrizes psicológicas e físicas da infância roubada. 

Uma petição lançada em abril deste ano ultrapassou as 100 mil assinaturas necessárias para um referendo sobre reparação financeira aos sobreviventes. Falta agora a aprovação do Parlamento.

Ela é incerta. O Sindicato dos Agricultores e o majoritário Partido Democrata Liberal, por exemplo, sinalizaram que não vão contribuir para a instituição do fundo de 500 milhões de francos suíços (R$ 1,3 bilhão) recomendado por um comitê de sociólogos, historiadores e juristas.

Para os padrões suíços do século 19, quando uma criança nascia em família pobre ou desestruturada, ou se tornava órfã, a comunidade devia interferir. A solução encontrada para elas não onerarem os cofres públicos foi retirá-las de casa e repassá-las a agricultores necessitados de ajuda braçal.

Em tese, as crianças aprenderiam a trabalhar em horários fora da escola e quando adultos conseguiriam sobreviver sozinhos.

De início essas verdingkinder [sic] eram leiloadas em pregões públicos e arrematadas por quem cobrasse do governo local a menor compensação pela adicional boca a alimentar. Numa segunda fase, que perdurou até os anos 1930, a negociação passou a ser feita a portas fechadas.

O mapeamento completo desse capítulo da história exige o cruzamento de registros federais, cantonais e locais nem sempre existentes ou confiáveis.

"Enquanto aqui todo mundo sabe exatamente quantas vacas existem no país, já que cada uma está fichada, até hoje ninguém sabe ao certo quantas crianças foram retiradas à força de suas famílias", declarou à BBC o guia de uma impactante exposição itinerante sobre o tema.

A mostra inaugurada em 2009 e que rodou por 12 cidades da federação assombrou quem a viu. A contundência dos depoimentos registrados e do registro fotográfico de época acordou a Suíça.

Não foi um despertar alegre para um país que se considera e é considerado civilizadíssimo, que tem um Roger Federer e abriga, entre tantas outras agências internacionais, justamente a Organização Internacional do Trabalho.

Em artigo publicado esta semana no "New York Times" o historiador e escritor Tony Wild narra a saga de sua avó Ida, baseado em documentos aos quais teve acesso recentemente. Ida e seu irmão caçula ficaram órfãos. Ela tinha 9 anos, ele 7. Foram separados e alocados a famílias de vilarejos próximos. Ali trabalharam durante oito anos. 

Wild descobriu que a herança dos irmãos foi confiscada pelo Estado para pagar as famílias que os exploraram. Como diz o autor, ao colocar crianças vulneráveis à mercê de agricultores pobres e brutos, as autoridades criaram uma situação propícia ao abuso. Surras, desnutrição, abandono, doenças e abuso sexual foram corriqueiros.

Houve crianças puxando sacos de trigo de cem quilos; outras só conseguiram aprender a ler depois de adultas. Por socialmente isolados na infância e na adolescência, muitos sobreviventes se auto-isolaram para o resto da vida. Os registros de suicídio ainda são incompletos. Há mulheres casadas, com filhos e netos, que escondem até mesmo o passado dos familiares por medo de também eles se tornarem socialmente discriminados. Foram a paulatina mecanização da agricultura e a conquista feminina do direito ao voto em 1971 que fizeram definhar essa engenharia social perversa.

Talvez uma das últimas vítimas a ser arrebanhada foi o hoje artista plástico Christian M., de 42 anos. No ano não tão arcaico de 1979 a mãe de Chistian se divorciara, o Estado interveio e confiscou seus dois filhos para trabalhar na lavoura. Cinco anos depois, em 1985, ele foi internado numa instituição. Estava com 14 anos de idade, exaurido física e psicologicamente, e com poliartrite.

Ao pesquisar seu fichário de 700 páginas descobriu que também seus pais haviam pago 900 francos suíços mensais à família postiça para garantir sua educação e conforto. Uma década atrás o parlamento de Berna vetou a primeira tentativa de compensação para vítimas de esterilização adotada paralelamente. (O Estado também prendeu ou despachou para centros de reeducação mães solteiras e jovens considerados degenerados. Abortos forçados, esterilizações e castrações químicas fizeram parte da política social).

Mas o silêncio oficial sobre os verdinkinder [sic] só foi rompido em 2013, através do tão aguardado pedido de desculpas públicas. "Não poderíamos continuar a desviar o olhar, uma vez que foi exatamente isso que fizemos por tempo demais", discursou a ministra da Justiça, Simonetta Sommaruga. Proclamou aquela data de "o dia da confissão e um chamamento contra a supressão e o esquecimento". Uma lei que prevê a "reabilitação" de internados à força também foi aprovada.

Ainda falta muito, a começar pela compensação material. "Não foram apenas as autoridades e agricultores individuais que falharam. Foi uma atitude de toda a sociedade suíça, e ela precisa ser reexaminada". Palavras sábias da advogada Jacqueline Fehr, do Partido Social Democrata.




 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O petrolão e seus frutos

O escândalo da megacorrupção na Petrobras já garantiu ao PT o troféu da maior roubalheira já perpetrada na história da República sob os olhos, as asas, as barbas, o estímulo e o acobertamento de um partido governante. O mais limpinho nessa história toda está  mais sujo do que o primeiro pau do galinheiro, onde até os pintos defecam.

Ninguém acusa o PT de ser o inventor da corrupção no Brasil, o que seria absurdo. Os petralhas é que se preocupam com isso. A corrupção chancelada com o número 13 (exemplos emblemáticos: mensalão e petrolão) se distingue por pelo menos três características: - i) a dimensão gigantesca; - ii) sua enorme capilaridade; - iii) a despreocupação do PT com a corrupção em si, mas apenas com sua repercussão -- nem de mentirinha, nem p'ra inglês ver houve manifestação incisiva e categórica da alta cúpula (ou cópula?...) do partido [aí incluindo o NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, o Lula) e Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saia)] condenando a corrupção em si mesma.

Chega a ser tragicômico o esperneio dos petralhas para arranjar um jeito de dividir a culpa com terceiros, buscando inventar origens do petrolão anteriores aos 12 anos do PT no poder, tentando uma mudança na escala do tempo que deixaria Einstein roendo as unhas de inveja. Tendo como guru e paradigma o NPA, os petralhas têm feito cursos intensivos de acrobacia de política e verdade, e dizem que já há vários deles que fazem saltos mortais com esses assuntos sem rede protetora. Como Paulo Roberto Costa e seus asseclas nasceram, cresceram e caíram totalmente dentro dos governos petistas, os petralhas estão recorrendo a discípulos de Alan Kardec e Chico Xavier para identificar os membros dessa curriola como reencarnações de dirigentes da Petrobras da época de FHC ... Essa ideia fixa dos petistas ainda vai matar muitos companheiros do coração.

Na tentativa de "descarregar" esse peso do petrolão, os petralhas estão buscando de tudo. Ná area da psicanálise, estão analisando as técnicas de regressão, do grito primal, e outros que tais. Na área da história, dizem estar perto de comprovar que Pedro Álvares Cabral é, na realidade, o culpado de tudo. Na área religiosa eles já respiram mais aliviados há algum tempo, depois que receberam do Vaticano um atestado confirmando que o pecado, com suas posteriores variantes, foi inventado por Adão e Eva e não pelo PT.

Malfeito nenhum nesse país fica porém completo e definitivo se não receber a requintadamente idiota contribuição de Dilma NPS. Com seu cinismo hiperbólico, sua relação íntima e siamesa com a mentira, e sua pétrea convicção de que somos 200 milhões de iludidos e masoquistas e não apenas os 54 milhões que a reelegeram, a madame faz afirmações as mais absurdas e descabidas com caras e bocas de quem conta uma história da carochinha para o netinho. Seu olhar no entanto a trai -- percebe-se que ela está excitada ao extremo, mentir para ela é um afrodisíaco de primeira grandeza.

Além da paixão por mentir, a ex-guerrilheira é uma inveterada punguista de ideias, adora se apropriar das boas iniciativas de terceiros e o faz com a mesma hipocrisia com que afirma que está levando o país para o paraíso e não para o inferno. Ela não podia deixar de dar uma de estelionatária de ideias também no caso do petrolão, principalmente quando está fora do país -- seu lado gatuno de ideias se exacerba quando ela está em terras alheias. Na Austrália, para a reunião do G20, ela soltou mais uma pérola: no seu primeiro pronunciamento desde a prisão espetacular de chefes de empreiteiras no escândalo de corrupção da Petrobras, a Dilma NPS exaltou o mérito do governo de estar investigando a corrupção “pela primeira vez na História do Brasil” (o grifo é meu). E ainda culpou governos passados pela corrupção que está acontecendo hoje na empresa, afirmando que ninguém fez nada antes dela para combater.

Mente demais a nossa Dama de Ferrugem. Quem, p'ra variar, dissecou mais essa impudência da madame foi a jornalista Dora Kramer em coluna recente no Estadão ("Dilma, indevidamente"). Diz ela: "Partindo do pressuposto de que não lhe falha a memória e de que o Brasil não sofre epidemia de amnésia, a presidente Dilma Rousseff incorre em ato de deliberada apropriação indébita ao atribuir ao seu governo o marco histórico no combate à corrupção, devido ao desmonte do esquema de ilícitos em funcionamento na Petrobrás entre 2003 e 2012. (...) Avocou para si o mérito, quando ele se deve a instituições que funcionaram com independência: Congresso, Polícia Federal, Ministério Público e Supremo Tribuna Federal. (...) não se pode aceitar como verossímil a versão de que foi a presidente quem "mandou" investigar. Inclusive porque o trabalho foi feito em conjunto pela Polícia Federal, Ministério Público e Justiça do Paraná, instâncias cuja autonomia é assegurada pela Constituição". E a madame -- digo eu, não a Dora Kramer -- afirma isso depois de bloquear a todo custo a CPI da Petrobras criada em 2009, e que durou míseros seis meses. Parece que a manobra da madame e do PT deu certo -- quem sabe essa CPI, se levada avante p'ra valer, teria antecipado em quatro anos o escândalo do petrolão?

Como é uma apedeuta empedernida como seu criador e guru, o NPA, e sua leitura se resume aos encartes de lojas e farmácias nos jornais dominicais (vejam em postagem anterior sua resposta antológica, quando lhe perguntaram uma vez quais seus livros preferidos), é perda de tempo achar que a madame leu algo de nossa história. Mesmo porque, não lhe é agradável saber ou lembrar do que levou Getúlio ao suicídio e Collor ao impeachment.

Paralelamente à farsa da madame ex-guerrilheira, nasce a farsa das empreiteiras e demais corruptores do petrolão. A tática agora dessa corja -- certamente bolada por seus advogados -- é dizer que todos foram extorquidos pela gangue petista da Petrobras, foram obrigados a dar propinas mirabolantes para salvarem seus negócios. Eis o quadro que se nos apresenta: um bando enorme de empresários e executivos absolutamente puros e inocentes, extorquidos por pilantras absolutos a serviço do PT, do PMDB e do PP, e uma presidente absolutamente mentirosa e estelionatária de ideias e iniciativas de terceiros. Estamos ferrados!
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PS - Alguns dos executivos anjinhos das empresas que se dizem "extorquidas" no petrolão zeraram rapidinho suas contas bancárias no Brasil, para ludibriar seu bloqueio judicial, apesar de se dizerem inocentes.

Sete dos mensaleiros mais graúdos [35% do total de condenados (20)] já não vêem o sol nascer quadrado, apenas um ano depois das primeiras condenações -- cumprem suas "penas" no aconchego de seus lares. Seria útil e importante saber quantos outros presos pelo país afora têm direito a essa tal de "progressão de pena" mas não a usufruem, porque não têm advogados poderosos nem um partido governista a defendê-los. Por falar em advogados, quem além do PT teria bancado os altos honorários dos advogados caríssimos que defenderam os mensaleiros VIPs do partido? Teria havido dinheiro do petrolão nessa história, além das verbas do mensalão?

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Um terço dos pais erra ao aplicar protetor solar nos filhos

[O artigo abaixo foi publicado em 11/10 na seção Saúde da revista Veja. Com a aproximação do verão é bom que se todos  se protejam do sol, especialmente quem tem crianças na família.]


Estudo feito por dermatologistas mostra que familiares consideram que uso do produto é desnecessário em dias nublados ou fora do período do verão


Proteção solar: 32% dos pais dizem que só começam a passar o produto nos filhos após os três anos de idade (Thinkstock)

Cerca de um terço dos pais de crianças não aplica protetor solar de forma correta em seus filhos: essa parcela acredita que o uso produto é necessário apenas na praia ou em dias de verão. É o que mostra um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo com mais de 800 pais e 150 educadores de todo o país.

De acordo com o estudo, 38% dos entrevistados acham que o a proteção solar é desnecessária em dias nublados ou em outras estações do ano que não o verão. No entanto, dermatologistas afirmam que a criança deve se proteger do sol, usando bloqueadores solares, chapéus e ficando na sombra, por exemplo, durante o ano todo.

Uso correto — “O ideal é que, após os seis meses de vida, a criança utilize protetor solar com fator de proteção de raios UVB de no mínimo 30 e com bloqueadores dos raios UVA, que estão presentes mesmo em dias nublados”, diz Paulo Criado, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo e dermatologista do Hospital das Clínicas da USP.  Segundo ele, antes disso, o bebê não deve ser exposto ao sol porque sua pele ainda é muito sensível, havendo risco de queimaduras.

O médico explica que, ao adulto aplicar protetor solar em uma criança, ele deve usar uma quantidade que cubra a palma de sua mão para conseguir proteger todo o corpo da criança. Além disso, a aplicação do produto deve ser feita pelo menos meia hora antes da exposição solar e repetida no primeiro momento de contato com o sol, a cada duas horas e também caso a criança transpire ou entre na água.

Segundo a pesquisa, uma das principais afetadas pela desproteção solar são as crianças com menos de três anos, já que 32% dos pais afirmaram que só passam a aplicar protetor solar em seus filhos a partir dessa idade. Além disso, 15% consideram que crianças de até dois anos não precisam usar o produto. “O dado é preocupante porque quanto mais a criança se expõe, maior o risco de câncer de pele no futuro”, diz Paulo Criado.


Câncer de pele — De acordo com o dermatologista, não proteger crianças contra a exposição ao sol pode ser um fator desencadeador de câncer de pele na vida adulta. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) calcula que a doença representa 25% de todos os tumores malignos diagnosticados entre brasileiros. “O câncer de pele, principalmente o melanoma, é semeado na infância. O dano que a radiação solar faz às células é acumulativo ao longo do tempo. Por exemplo, uma queimadura solar com bolha em uma criança dobra o risco de ela ter melanoma na vida adulta”, diz Criado.

Desprotegidos — O estudo dos dermatologistas ainda mostrou que mais da metade dos pais (58%) de crianças sabe que a falta de proteção solar na infância aumenta o risco de câncer de pele. Mesmo assim, 11% não passam protetor solar nos filhos – principalmente porque se esquecem (42%), acham o produto caro (32%) ou então não consideram que isso seja importante (15%). Além disso, a maioria dos pais que passam o produto nas crianças não o reaplica quando necessário.


O estudo também mostrou que os erros dos pais na hora de proteger crianças contra o sol se repetem entre os educadores. Embora a maioria (57%) dos professores entrevistados saiba que a desproteção solar na infância eleva o risco de câncer, metade deles deixa os seus alunos expostas ao sol no horário em que a radiação é mais intensa, entre as 10 e 15 horas. 

Campanha — Segundo o dermatologista, é importante que pais e educadores ensinem a importância da proteção para as crianças. “É na infância que você consegue fixar mais esses ensinamentos. Por isso, a aprendizagem no colégio é fundamental. Mudando o hábito da criança, é provável que se mude, também, os hábitos de família”, diz.

A pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo foi publicada junto com a divulgação da nova campanha da entidade, “Sol, amigo da infância – pele protegida para toda a vida”. Em uma das ações, dermatologistas farão campanhas em escolas de todo país sobre o tema.
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Nove maneiras de proteger a pele no verão

1. Consuma vegetais alaranjados e verde-escuros




Alimentos como cenoura, abóbora, mamão, laranja, espinafre e brócolis são ricos em betacaroteno. Essa substância tem ação antioxidante, que previne contra o envelhecimento celular precoce, e estimula a produção de melanina, que, por sua vez, ajuda a manter o bronzeado e proteger a pele contra a incidência dos raios solares.


2. Passe o repelente antes do protetor


No verão, as pessoas costumam passar mais tempo em áreas abertas e gramadas, ficando mais suscetíveis a picadas de insetos. Se usar repelente, é preciso tomar cuidado: quando aplicado junto ao protetor solar, um produto prejudica a absorção e a eficácia do outro. A recomendação é passar o repelente cerca de meia hora antes do filtro solar, e reaplicá-lo a cada duas ou três horas para manter a proteção contra os insetos. 

3. Evite a umidade


Fungos causadores de micoses – infecções que provocam coceira e manchas brancas ou vermelhas na pele – encontram no verão as condições ideais para se reproduzir: calor e umidade. Manter o corpo seco evita o problema: procure enxugar-se bem após o banho (principalmente nas regiões das dobras, como axilas e entre os dedos dos pés), não permanecer muito tempo com roupas molhadas e vestir tecidos que favoreçam a transpiração, como o algodão.

4. Hidrate-se


A exposição solar pode queimar e ressecar a pele. Por isso, o uso de hidratantes é indispensável. "É melhor passar o creme depois de tomar sol, nunca antes, pois ele abre algumas células da pele, facilitando a entrada dos raios solares", explica o dermatologista Caio Castro. Tomar água — cerca de 1,5 litro por dia — também ajuda a hidratar a pele, assim como consumir alimentos com alta concentração do líquido, a exemplo de melancia, pepino e abobrinha.

5. Use filtro solar


Se o protetor precisa ser aplicado no ano inteiro, no verão o cuidado deve ser redobrado. O ideal é passar o produto meia hora antes da exposição solar, para o corpo absorvê-lo adequadamente, e reaplicar de uma em uma hora. "Suor e água do mar ou da piscina removem o protetor da pele rapidamente", explica o dermatologista Caio Castro. Para aqueles que não vão à praia ou outro lugar de exposição intensa, aplicar o filtro de manhã e após o almoço é o bastante.
Quem quer se bronzear deve ficar atentos aos sinais: quando a pele começa a ficar vermelha, é hora de procurar a sombra – nesse momento, o limite de proteção da pele está sendo ultrapassado. "Os danos provocados pelos raios solares são cumulativos e podem aparecer depois de muitos anos, quando a geração que hoje tem 20 anos chegar aos 40", diz Caio Castro.

6. Coloque óculos escuros


A pele fina da pálpebra é um dos alvos mais comuns do câncer de pele. A doença pode ser prevenida com o uso de óculos escuros, de preferência modelos de armações largas. Na compra, é recomendável checar se as lentes possuem proteção contra raios UVA e UVB.

7. Aposte em chapéus e bonés


Bonés e chapéus de abas largas ajudam a proteger o rosto contra a incidência de raios solares. Os acessórios são obrigatórios para pessoas calvas. "A incidência de lesões pré-cancerígenas no couro cabeludo dos calvos é muito maior do que nas pessoas que têm cabelo", afirma o dermatologista Caio Castro. Chapéus feitos com tecidos especiais, que protegem contra raios ultravioleta, também são boas opções.

8. Escolha os horários de exposição


Quem quer se bronzear deve seguir alguns cuidados. Os melhores horários para exposição são aqueles em que o sol ainda está fraco, antes das 10 horas de manhã e depois das 3 horas da tarde. O uso de filtro solar com fator de proteção 30 ou maior continua essencial – eles protegem contra a formação de manchas, rugas e câncer de pele. 
9. Tome cuidado com frutas cítricas


O contato entre a pele e o suco de algumas frutas cítricas, como limão e maracujá, somado à exposição solar, pode ocasionar queimaduras com manchas ou bolhas escuras que levam meses para desaparecer. Após tocar essas frutas, é necessário lavar bem a área antes de se expor ao sol.