Quem ler a edição especial da revista Carta Capital que está nas bancas encontrará 7 artigos de líderes de diversos setores da economia tecendo altas loas à administração de nossa afável presidente, como se ela fosse o suprassumo dos executivos deste país. Vendo a lista dessas autênticas vacas de presépio, não se pode esperar outra coisa -- todas comandam empresas/grupos que mamam nas tetas do governo e/ou dele dependem: Eike Batista, Abilio Diniz, Cledorvino Belini (presidente da Fiat/Chrysler para a América Latina), Roberto Setubal (presidente do Itaú Unibanco Holding), Luiz Carlos Trabuco Cappi (presidente do Bradesco), Maria das Graças Silva Foster (presidente da Petrobras) e Luiza Helena Trajano (presidente do Magazine Luiza). A balela da Dilma Rousseff como grande executiva e gestora já se desmilinguiu há muito tempo com o retumbante fracasso do PAC.
Mas o foco desta postagem é outro, é o da enorme esculhambação que nossa sempre sorridente ex-guerrilheira conseguiu imprimir ao nosso setor elétrico. Se fosse executiva de uma empresa privada de energia elétrica Dona Dilma já teria sido sumariamente demitida desde o período em que se apossou desse setor, quando foi ministra (2003-2005) de Minas e Energia do governo do NPA (o Nosso Pinóquio Acrobata, Lula). Como contra fatos não há argumentos, vamos aos fatos:
- Em 2003, como ministra de Minas e Energia, ela declarou que o país não estava sob ameaça de apagão.
- "Apagão nunca mais" declarou taxativamente (como sempre) Dona Dilma em 29/10/2009, então chefe da Casa Civil da Presidência mas já na gênese de sua candidatura a sucessora do NPA.
- Só de setembro a dezembro de 2012 foram seis (06) apagões, sendo que quatro deles ocorreram num espaço de apenas 35 dias. O apagão de 26/10 deixou todo o Nordeste sem energia e 77% dos estados de Tocantins e Pará. Em 03/10, uma falha num transformador de Furnas em Foz do Iguaçu derrubou 5 Estados.
- Em 22/9/2012, um apagão afetou 11 Estados do Norte e Nordeste e deixou pelo menos 6 milhões de pessoas sem energia por cerca de uma hora.
- Em 03/2/2011, um apagão desligou 7 Estados do Nordeste, com 53 milhões de habitantes.
- Em 10/11/2009, uma falha em três linhas de Itaipu desligou 4 Estados, afetou parcialmente 14 outros e deixou 90% do Paraguai sem energia.
- 32 dos 71 parques eólicos leiloados em 2009 estão parados por falta de linhas de transmissão. Só na Bahia, há 184 aerogeradores divididos em 14 parques eólicos prontos desde julho e inoperantes por falta de linhas de transmissão -- a um custo de construção de R$ 1,2 bilhão, são quase 300 MW parados, ociosos por falta de planejamento e gestão. Houve talvez uma falha de comunicação, aquilo não é para gerar nada, é só p'ra enfeite. Com a palavra os presidentes da Chesf e da Eletrobras (controlada e controladora, respectivamente), responsáveis diretos e indiretos por esse absurdo -- sem falar, obviamente, na responsabilidade inegável da própria Dona Dilma, da cúpula do MME, da Aneel, do ONS, etc, que deixaram isso passar batido.
- O programa de obras no setor elétrico é um show de atraso de cronogramas: na transmissão, apenas 24% dos 18,8 mil quilômetros de linhas programados estavam em dia em novembro passado, e entre usinas e subestações apenas 45% estavam em dia.
- A MP 579 não é ato de estadista e muito menos de gestor que se preze, é uma lamentável demonstração de autoritarismo e de mentalidade estatizante burra. Com um ato só, nossa cativante Dona Dilma conseguiu violentar contratos vigentes, transformar em conflito relações que deveriam ser civilizadas entre o governo federal e empresas estatais federais e estaduais, transmitir ao mundo que o setor elétrico brasileiro não tem segurança jurídica e só não é a casa da Mãe Joana porque o nome dela é Dilma, e ferir mortalmente a saúde econômico-financeira da Eletrobras e de suas controladas.
- Para ficar por aqui -- mas da missa de Dona Dilma no setor elétrico não foi mostrada nem a metade -- nossa cativante ex-guerrilheira mentiu ao país quando garantiu aos consumidores um desconto de até 16% (ou 20%, já não sei mais) em sua conta de luz. Mesmo sem o problema dos reservatórios secos -- coisa que a nossa ex-ministra tinha obrigação de saber -- o desconto real seria menor que isso, pois o Tesouro Nacional (= nós, contribuintes) injetaria no setor de R$ 3 a R$ 7 bilhões p'ra conseguir aquele desconto. Como nossa superssimpática presidente encasquetou com isso, e quando ela cisma com uma coisa não adianta apelar para o uso da razão (vide o esdrúxulo caso do trem-bala), a conta para o Tesouro vai ficar muito mais salgada por causa do uso mais intensivo da usinas térmicas e o desconto real na tarifa vai ser muito menor do que ela mentirosamente apregoa.
Meu caro amigo Vasco,
ResponderExcluirNão foram construídas as linhas de transmissão para transportar a energia eólica por que os "PeTralhas" achavam que a transmissão seria feita aérea e de forma natural .... Abs