sexta-feira, 15 de abril de 2011

Uma cidade, Omaezaki, simboliza o dilema japonês em relação à energia nuclear

Omaezaki é uma cidade de cerca de 37 mil habitantes, localizada a sudoeste de Tóquio na província de Shizuoka, região central do Japão, uma área suscetível a terremotos. A usina nuclear instalada na cidade, ao longo de sua costa, é um problema de difícil solução -- ela, ao mesmo tempo, sustenta a cidade e a coloca em risco; seus habitantes e autoridades se dizem inseguros, não sabendo se pressionam por usinas nucleares mais seguras ou se se colocam completamente contrários a elas.

As preocupações de Omaezaki servem como algo emblemático para o que é hoje um problema nacional. A usina nuclear de Hamaoka emprega 1.296 pessoas, quase 5% da população local, mas é ameaçada pela mais notória e ostensiva falha geológica do Japão. Terremotos aqui ocorrem a cada 100 a 150 anos, dizem os sismólogos -- o último ocorrido, o chamado terremoto de Tokai, se deu a 157 anos atrás. Nesta semana, um sismólogo baseado em Kobe, Katsuhiko Ishibassi, chamou essa usina  "a mais perigosa não só do Japão, mas do mundo".

No momento em que o governo japonês reconsidera sua política sobre a energia atômica, que demanda a construção de 14 novos reatores até 2030, os habitantes das cidades costeiras, que abrigam 17 usinas nucleares, estão também repensando os perigos dessa indústria, com pelo menos três prefeitos demandando revisões drásticas na segurança ou mesmo o congelamento de usinas quanto à sua expansão com novos reatores.

Em Omaezaki, um movimento de abandono da energia nuclear seria oneroso para a cidade, que recebe subsídios relacionados à usina nuclear que correspondem a 42% de seu orçamento anual. Toda vez que um reator é construído, a cidade recebe subsídios de Tóquio, usando-os para construir suas estradas, sua biblioteca, seu hospital, suas escolas e uma piscina. Leia mais.

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