sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Os argumentos da S&P para colocar sob observação negativa 15 países da zona do euro

Na segunda-feira, 05/12, a agência de classificação de riscos Standard & Poor's (S&P) colocou sob observação negativa as notas de 15 dos 17 países da zona do euro. Entre eles, seis países detentores do "A triplo", incluindo a Alemanha e a França -- sob a ameaça de um rebaixamento de dois níveis.

Uma vigilância "exagerada e também injusta", se insurgiu o presidente do eurogrupo, Claude Juncker. Uma decisão "ligada mais a fatores políticos que aos fundamentos econômicos", fustigou Christian Noyer, diretor do Banco da França.  "Politicamente motivada", acrescentou Ewald Nowotny, membro do conselho de diretores do Banco Central Europeu (BCE), enquanto se aguardava uma reunião muito esperada dos dirigentes europeus para os dias 8 e 9 de dezembro [a reunião crucial que começou ontem e terminará hoje].

A S&P divulgou suas razões para a decisão que revoltou as autoridades financeiras da eurozona. Em seu comunicado, a S&P informa que a colocação em observação negativa foi provocada por considerar que as tensões sistêmicas na zona do euro aumentaram nas últimas semanas, ao ponto de pressionar negativamente o nível de crédito da eurozona como um todo. Em sua opinião, essas tensões sistêmicas derivam de 5 fatores inter-relacionados:

1) aperto nas condições de crédito em toda a eurozona;

2) prêmios de risco acentuadamente altos sobre um número crescente de dívidas soberanas, incluindo algumas que hoje são classificadas como "AAA";

3) prolongadas divergências entre os responsáveis pelas decisões políticas europeias sobre como atacar a imediata crise de confiança do mercado e, a mais longo prazo, como assegurar uma maior convergência econômica, financeira e fiscal entre os membros da zona do euro;

4) altos níveis de endividamentos de governos e famílias em uma grande área da eurozona, e

5) o risco crescente de recessão econômica em toda a zona do euro em 2012. Hoje, esperamos uma queda da produção no ano que vem de países como Espanha, Portugal e Grécia, mas atribuímos agora uma probabilidade de 40% de queda na produção na eurozona como um todo.

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