quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Protagonistas de 2011: smartphones

O texto abaixo é da autoria de Tatiana de Mello Dias e foi publicado hoje no blogue Link do jornal O Estado de S. Paulo.

Eles estão mais potentes, leves, funcionais e baratos. E, por tudo isso, também mais populares. É irreversível: a web está indo para a palma das mãos. O ano começou com um cronograma da telefonia à web portátil e terminou com um ritmo impressionante: a venda de smartphones disparou 165% em 2011.

Para ajudar quem quer trocar ou entrar de uma vez no mundo da conexão nas mãos, nós analisamos os 15 melhores smatphones do mercado em um especial de compras

Junto com os smartphones vêm os aplicativos. As vendas de aplicativos devem ter movimentado US$ 15 bilhões neste ano, segundo estimativa do Gartner. Hoje, os aplicativos são vistos como a internet há pouco mais de uma década. As startups mais promissoras, como o Foursquare, Instagram, Flipboard e Rovio (que faz o game Angry Birds), surgiram criando novas funcionalidades para o celular.

Nós apresentamos algumas startups brasileiras que atuam na área.

Tudo está mudando. Jenna Wortham, do The New York Times, apostou que a contagem por minutos, que hoje é a principal preocupação do usuário, será substituída pela contagem de megabytes. Sim, os serviços no celular passarão a ser feitos mais pelo plano de dados do que a própria telefonia. “A recente compra do Skype pela Microsoft pode acelerar esta mudança – que vai obrigar operadoras a se adaptar. Elas virão sua renda diminuir na medida em que chamadas telefônicas, videoconferência e SMS poderão ser trocados gratuitamente via web”, escreveu Jenna. “No fim, tudo vai migrar para um canal de dados”, disse Brian Higgins, executivo da operadora norte-americana Verizon.

O Brasil deve demorar mais para substituir mensagens tradiconais por alternativas que usam o plano de dados, como o WhatsApp. “Em mercados mais maduros é possível ver isso acontecendo em um tempo menor. Aqui, nem em longo prazo”, apostou o analista da IDC, João Paulo Bruder.

No Brasil, porém, falta transparência na maneira como as operadoras vendem e oferecem os serviços de dados. Um dos problemas: muitas operadoras restringem determinados aplicativos em celulares. Caso do Gtalk, restrito em celulares da operadora Claro. A prática, dizem as entidades de defesa do consumidor, é ilegal. 

O setor de telecomunicações e, em especial, o de telefonia móvel, está no topo das reclamações ao Procon. Esse fato evidencia outros dois: se há reclamações é porque o serviço não está funcionando como prometia e a comunicação entre consumidor e ofertante não é das melhores. “Isso mostra que o consumidor não sabe o que está contratando e, depois, não sabe como controlar os custos do serviço”, disse ao Link o advogado Guilherme Varella, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Nós fizemos uma análise comparativa dos planos das operadoras.

Esse é um dos motivos que podem atrasar o País na substituição do tradicional SMS, que ainda é o serviço de comunicação mais popular do mundo (79% dos donos de celular usam o serviço). Para a analista Marceli Passoni, da Informa, o contexto brasileiro ainda é muito particular. Por aqui, “a gente ainda está treinando usuários a mandar SMS”. Já há, porém, alternativas – e a tendência é que elas substituam o envio tradicional de SMS, mais caro. Há o exemplo do Blackberry: antes restrito ao público corporativo, o smartphone agora é a menina-dos-olhos dos estudantes. Motivo: Blackberry Messenger. “Antes, tudo era restrito a early adopters e ao público corporativo”, contou ao Link o analista da IDC, Bruno Freitas. “Agora, os smartphones estão chegando à classe C, que busca mobilidade: redes sociais, GPS, câmera, música; e o mercado percebeu isso”.

Nem tudo é boa notícia. O ano foi entermeado [sic] por notícias de que os celulares podem causar câncer. “Cinco bilhões de celulares no mundo é a maior experiência biológica já feita na humanidade”, diz o professor Leif Salford, presidente do departamento de neurocirurgia da Universidade de Lund, na Suécia.

Mais: o documentário “Blood In The Mobile ” mostrou a exploração por trás das etapas da linha de produção de celulares. “Esse lugar é o inferno na Terra. Pessoas trabalhando sob a mira de homens armados por toda parte. Meninos de 14, 15, 16 anos cavando nos buracos. Crianças com até quatro anos vendendo coisas e fazendo serviços para os soldados. Não há água potável.”, disse o cineasta dinamarquês Frank Poulsen.

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