quinta-feira, 17 de abril de 2014

Afinal, para qual Petrobras a compra da refinaria de Pasadena foi um bom ou um mau negócio?

O imbróglio da compra da refinaria de Pasadena -- uma das ilhas do arquipélago de negócios para lá de estranhos na Petrobras -- tem gerado no governo federal e na própria empresa posições tão antagônicas, que já é lícito duvidar se em um ou em outro há realmente alguém suficientemente competente em termos técnicos e necessariamente honesto em termo de princípios para decidir inequivocamente se um negócio é efetivamente bom ou ruim para a empresa. Usando essa compra como referência, vejamos o que foi dito publicamente:

  • "Não foi um bom negócio. Isso é inquestionável do ponto de vista contábil". - Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras - 15/4/2014. 
  • "Não posso aceitar que seja utilizada, em repetidas vezes, essa expressão que foi uma malfadada operação. Essa operação não foi malfadada ou desastrosa". - Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, área responsável pela aquisição da refinaria no âmbito da empresa. Cerveró foi o responsável pelo resumo executivo sobre essa compra enviado ao Conselho de Administração da empresa para decisão - 16/4/2014.
  • "A compra da refinaria foi um 'bom negócio' e 'correto'"-- José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras à época da compra da refinaria de Pasadena - 8/4/2014. Gabrielli presidiu a Petrobras de 2005 a 2012, tendo portanto todo seu mandato sob o comando de Dilma NPS (como ministra de Minas e Energia, como presidente do CA da empresa e como presidente da República).
  • “A aquisição pela Petrobras de 50% das ações da Refinaria de Pasadena foi autorizada pelo Conselho de Administração, em 3 de fevereiro de 2006, com base em Resumo Executivo elaborado pelo diretor da Área Internacional. Posteriormente, soube-se que tal resumo era técnica e juridicamente falho, pois omitia qualquer referência às cláusulas Marlim e de Put Option que integravam o contrato e que, se conhecidas, seguramente não seriam aprovadas pelo Conselho”, diz a nota divulgada pelo Palácio do Planalto na manhã de hoje (19/3/2014). -- Por essa nota, Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) tenta se eximir de responsabilidade e deixa claro que a compra não era um bom negócio para a empresa.
É simplesmente inacreditável que a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República e presidente do Conselho de Administração (CA) da Petrobras, dois presidentes da empresa (a atual e seu antecessor) e um ex-diretor Internacional da empresa assumam posições defasadas de 180° em relação a um mesmíssimo negócio, pelo qual a Petrobras começou desembolsando US$ 360 milhões e acabou pagando US$ 1,18 bilhão. Independente de eventuais mutretas e safanagens envolvendo essa compra, é de se perguntar que grau de confiança se pode ter nas bilionárias decisões da Petrobras se a compra de uma simples refinaria passa de ouro a estrume da noite para o dia?!

Outro efeito colateral desse imbróglio é que a atual presidente da Petrobras, indicação pessoal de Dilma NPS para o cargo, disse com todas as letras e em alto e bom som que seu antecessor, José Sérgio Gabrielli, indicação pessoal do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) para o cargo, revelou-se incompetente ao fazer um bilionário mau negócio para a empresa. Ao assumir publicamente a defesa de Dilma NPS por seu apoio à compra da refinaria quando presidente do CA da empresa, Graça Foster consolidou o fato de que Dilma NPS e o NPA estão em lados opostos nessa mixórdia da refinaria de Pasadena. A única pessoa que se salva nessa lambança é a presidente da Petrobras Graça Foster -- no resto da tropa, ninguém escapa da fama de mau administrador (no mínimo). Dilma NPS ficou marcada como uma executiva incompetente e relapsa, ao aprovar uma compra milionária (que virou bilionária) sem estar devidamente fundamentada. Gabrielli e Cerveró ficaram com a pecha de também incompetentes, mas com nuances de algo escuso por baixo do tapete. 

Pasadena não é o único tropeço da Petrobras no quesito refinarias. A refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, lançada em 2005 pelo NPA quando Dilma NPS ainda era ministra de Minas e Energia e já ocupava a presidência do CA da Petrobras, e o complexo de refino do Comperj (RJ) são exemplos gritantes de erros gigantescos e bilionários de concepção e gerenciamento de obras que se pensava jamais passíveis de ocorrer numa empresa do porte e com a idade (60 anos) da Petrobras. O Comperj teve sua terraplenagem iniciada em 31/3/2008, quando Dilma NPS ainda presidia o CA da empresa.


Refinarias custam caro à Petrobras (clique na imagem para ampliá-la) - (Fonte: G1 Economia Negócios)

Com a palavra os petistas e os eleitores do NPA e de Dilma NPS.

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