sexta-feira, 17 de maio de 2013

Prefeitura do Rio gasta R$ 3,8 milhões com apostilas que dizem que a capital de Pernambuco é Belém e a da Paraíba é Manaus

[O ilustre prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB-RJ), está dando sinais preocupantes de que começa a incorporar o espírito do caboclo NPA. Um dia desses cismou de economizar a merreca de R$ 8 milhões retirando o apoio financeiro nesse montante da sua (nem quem vive no Rio pode dizer "nossa", porque o homenzinho faz no cargo o que lhe dá na telha) prefeitura à OSB - Orquestra Sinfônica Brasileira -- a imprensa botou a boca no trombone e ele teve que voltar atrás. Agora, o Globo de hoje informa que Paes gastou praticamente R$ 3,8 milhões na impressão de apostilas escolares que, entre outros erros, transferem Belém (PA) para Pernambuco e Manaus para a Paraíba. Vai ver que o prefeito Paes queria "economizar" com a OSB para imprimir essa baboseira. Vixe Maria! O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Em apostilas distribuídas para alunos do 5º ano da rede municipal, mapas e gráficos indicam que a capital de Pernambuco é Belém, e que a da Paraíba é Manaus. Erros que seriam facilmente corrigidos por qualquer mapa do Brasil, onde fica claro que as respostas certas seriam Recife e João Pessoa, respectivamente.

Esses equívocos, apontados em reportagem do site G1, constam em apostilas de matemática impressas pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e distribuídas a 683.449 alunos desde a creche até o 9º ano do ensino fundamental. Elaborada por professores da própria rede, o material pedagógico veio para substituir os livros didáticos, que não são mais usados em salas de aula das escolas municipais.

A cada bimestre do período letivo, o estudante recebe uma nova apostila. Além disso, cada série contém uma relação de material pedagógico diferente. Em janeiro, a prefeitura empenhou R$ 3.798.609,68 à Ediouro Gráfica e Editora Ltda. para que as apostilas fossem impressas.

De acordo com a professora e diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (SEPE-RJ), Susana Gutierrez, os erros são constantes no material pedagógico da prefeitura. Segundo ela, se fizessem uma revisão minuciosa em todas as apostilas, "milhares de erros surgiriam". Susana também diz que o conteúdo elaborado pela SME é inadequado ao contexto de muitas comunidades onde ocorrem as aulas. "As crianças do Complexo da Maré lêem uma história em quadrinhos do Caderno de Leituras do 4º e 5º ano onde dois meninos conversam sobre a troca de celulares. Um deles fala que já tinha trocado três vezes de aparelho no ano, e que agora estaria com um iPhone. É totalmente fora da realidade deles", argumenta Susana.

Ainda segundo a educadora, não há critérios claros estabelecidos pela SME para convocar os professores que vão produzir o conteúdo das apostilas.  "Esse material acaba tirando toda nossa autonomia pedagógica. Nós preferiríamos usar livros didáticos que constam no Plano Nacional do Livro Didático (recomendados pelo Ministério da Educação)", disse Susana. [Mais uma vez, talvez a bilionésima vez, nos deparamos com mais um contingente de pessoas teoricamente responsáveis que silencia publicamente, de maneira irresponsável e criminosa, contra erros patentes e inequívocos que detetam em ações e atos de governos em qualquer dos níveis -- federal, estadual ou municipal. São os famosos omissos de plantão, os pulhas do silêncio conivente que preferem que os erros se repitam, se multipliquem e se perpetuem, em vez de agir imediata e publicamente tão logo identificam um malfeito. Por que essa professora Dona Susana e seu sindicato (SEPE-RJ) não escancararam há mais tempo os erros que só agora apontam, ora bolas?!]

Em nota, a SME comunica que identificou os erros das capitais estaduais do Nordeste, referentes ao caderno utilizado no 2º bimestre do 5º ano. A SME informou ainda que, quando erros são identificados, a determinação dada aos professores é para que eles façam as correções tão logo o material começar a ser utilizado".

"Eles já me orientaram a rasgar ou arrancar as páginas que contivessem erros", atacou Susana.


[Faltou mencionar o nome e o minicurrículo da Secretária Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro, responsável por essa barbaridade das apostilas absurdamente erradas: Claudia Costin - Graduada em Administração Pública pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV), também tem mestrado em Economia e doutorado em Gestão. Ocupa também o cargo de professora extracarreira da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas - EBAPE/FGV. - Com toda essa bagagem, essa senhora é incapaz de gerir competentemente sua pasta de modo a impedir que se imprimam apostilas grosseiramente erradas, ao custo de R$ 3,8 milhões.]



 Na apostila, Belém é a capital de Pernambuco e Manaus, capital da Paraíba (Foto: Isabela Marinho/ G1 -- clique na imagem para ampliá-la.)

Capa da apostila, que é do 5˚ano. - (Foto: Isabela Marinho/ G1 -- clique na imagem para ampliá-la.)

 Numerais com erros de padronização na apostila de Matemática -- tais erros dificultam o aprendizado da disciplina. Em uma mesma página, o número "75.468" é dividido por ponto e o número "8400", não. "Para um aluno que está aprendendo, faz diferença um número ter ponto e o outro não. Como ele vai entender a diferença entre as casas decimais?", questiona a mãe de uma criança.-  (Foto: Isabela Marinho/ G1 -- clique na imagem para ampliá-la.)

A reportagem citada do site G1 menciona que um aluno com déficit de atenção do quinto ano da Escola Municipal Professor Augusto Cony, na Taquara, Zona Oeste do Rio, fazia seus exercícios de matemática em casa quando erros na apostila chamaram a atenção do seu primo mais velho, Rodrigo de Alencar, de 26 anos, que o ajudava nas tarefas. Na página 11, da MP5 do 2º bimestre — como o material didático é nomeado — uma tabela com estados da Região Nordeste ensina que Belém é a capital de Pernambuco, que Manaus é a capital da Paraíba e que este estado é representado pela sigla PA, em vez de PB.

Rodrigo de Alencar ressalta a queda na qualidade do material escolar do período em que estudou em uma escola municipal — de 1995 a 2000 — para os dias atuais. "Eu estudei com livros que tinham impressão colorida. Agora o governo oferece uma apostila impressa em preto e branco, em um papel de baixa qualidade e com erros absurdos de informação".

Mais de 50 mil receberam apostila

Procurada pelo G1, a secretaria municipal de Educação disse que os erros no Caderno Pedagógico de Matemática do 5° ano do 2° Bimestre foram identificados e a errata foi encaminhada para todas as escolas da rede na sexta-feira (10). No entanto, até a publicação desta matéria, o aluno da Escola Municipal Professor Augusto Cony ainda não tinha recebido o novo material. A secretaria informou ainda que, quando erros são identificados, a determinação dada aos professores é para que os mesmos orientem os seus alunos para que façam as alterações necessárias. No total, 56.420 crianças receberam o material.

A Secretaria Municipal de Educação esclareceu que os Cadernos Pedagógicos são elaborados pelos próprios professores da rede municipal e os cadernos de Matemática são supervisionados pela professora doutora Suely Druck. Suely Druck afirmou que é responsável somente pela revisão da parte de matemática dos Cadernos Pedagógicos e que textos e tabelas que tenham erros de geografia e português são revisados por outros profissionais posteriormente [sem falar na técnica padrão do jogo de empurra que utiliza, essa professora doutoura Suely se mostra pouquíssimo atenta ao que vê e lê -- basta, por exemplo, olhar a tabela da primeira das fotos acima]. Quanto à pontuação numérica, a professora disse que não existem erros, já que a norma adotada no Brasil é só usar pontos quando o numeral é referente a dinheiro. Para Suely, as diferentes formas apresentadas na apostila são importantes para o conhecimento geral do aluno, que deve aprender as várias maneiras de se escrever o número [isto me soa muito estranho!].


 









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