O arqueólogo Angel Góngora Salas explicou que outras ossadas encontradas anteriormente em Mérida pertencem ao período colonial e etapas posteriores, "daí a relevância dos dois enterros humanos encontrados recentemente no Parque Hidalgo", provavelmente dos períodos pré-clássico médio e tardio (600 a.C. a 250 d.C.). Ele também detalhou que em um deles foi encontrado um esqueleto inteiro junto com cerâmica, no segundo foram encontrado restos de ossos calcinados e cinzas que estavam dentro de uma urna. Os especialistas especulam que se tratou de uma cremação.
Com a descoberta, os pesquisadores têm os primeiros elementos para estudar "costumes funerários maias nessa área", disse Salas. Ele ressalta que os túmulos foram encontrados a pouco mais de dois metros de profundidade em uma escavação para instalar cabeamento subterrâneo.
Salas, responsável pelos trabalhos arqueológicos no centro histórico de Mérida, detalhou que o esqueleto inteiro estava em bom estado de conservação e, aparentemente, pertence a um homem que foi sepultado de cócoras e com as mãos na cabeça. O segundo enterro estava dentro de uma urna quase completa e os restos depositados no interior parecem ter sido incinerados. "A hipótese é que se trata de um enterro secundário, isto é, um indivíduo que foi enterrado em outro local de onde mais tarde foi retirado para cremá-lo e guardá-lo em uma vasilha, conforme a tradição maia", diz Salas.
No entanto, ele esclareceu que é preciso esperar a perícia dos antropólogos para estabelecer com precisão se de fato é um enterro secundário e qual a etapa cronológica correspondente. O especialistas lembrou que Mérida foi construída na época colonial sobre um assentamento pré-hispânico da região maia de Joo, o que sugere que os vestígios devem pertencer a esse assentamento indígena.
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