segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Na Economist, Dilma apresenta modelo brasileiro como solução para a crise

A presidente Dilma Rousseff defendeu o controle da economia pelo Estado e os programas de transferência de renda no País - características de um modelo de combate à crise financeira mundial apresentados em um artigo publicado na revista britânica The Economist. Dilma afirma que os governos devem agir para evitar a instabilidade econômica e a desigualdade de renda provocadas por mercados sem regulação. - [O controle da economia pelo Estado no Brasil como solução para nossos problemas só pode resultar do delírio de uma ex-guerrilheira, deslumbrada com o poder que ora tem nas mãos. Os exemplos do Estado como gestor estão aí, escancarados: basta ver como andam nossos aeroportos, nossas estradas, a saúde pública, a educação, o índice de casas com água e esgoto, e por aí vai. Sem falar nas aberrações como o trem-bala, do qual o governo não consegue nem sequer chegar a uma conclusão  quanto ao edital de concorrência. As estradas privatizadas são infinitamente melhores que as federais -- quem disser que têm pedágios altos ou escorchantes, deve primeiro lembrar-se de que quem fez a concessão foi o Estado, quem as regula e fiscaliza é o Estado, portanto também como poder concedente o Estado é ruim, e é ruim porque ninguém o fiscaliza, seu eleitor é omisso. Este raciocínio vale para todas as privatizações já feitas no país.  A Petrobras é um caso à parte, atua num setor muitíssimo menos regulado que o elétrico (onde a Eletrobrás come o pão que o diabo amassou, por ser permanente instrumento de acomodação de apadrinhados políticos em todos os seus escalões), mas tem mazelas perniciosas ao país como o monopólio criminoso que faz com o gas natural. Mas, até com ela o Estado consegue ser um péssimo administrador, obrigando-a a engolir a estatal venezuelana PDVSA como parceira em uma refinaria em Pernambuco sem que esta até tenha até agora colocado ali um centavo sequer. Em Caracas, na semana passada, Dª Dilma disse que vai manter a "parceria" por razões "político-estratégicas" - logo com Hugo Chávez ...]

O artigo integra a revista "The world in 2012", a mais recente edição de um projeto anual da "Economist" com previsões e comentários sobre a economia e a política mundiais.

No texto, a presidente afirma que os países desenvolvidos podem tomar como lição o "modelo brasileiro" de crescimento, apoiado em políticas salariais sólidas e o combate às desiguladades sociais. "O acúmulo de dívidas não substitui o aumento de salários, e a autorregulação do mercado não substitui a regulação governamental", escreveu. "O mundo rico agora busca um modelo econômico mais equilibrado e existem algumas políticas comuns que todos deveríamos perseguir em 2012 para construir democracias sustentáveis e inclusivas".

Sem citar especificamente o nome de programas como o Bolsa Família, Dilma avalia que a transferência de renda para os mais pobres ajudou a expandir o consumo no Brasil e criou novas oportunidades de investimento. "Hoje, o mercado consumidor crescente do Brasil sustenta o desenvolvimento econômico não só do Brasil, mas de toda a sua região", afirma. Para a presidente brasileira, o mundo precisa elevar salários ao aumentar a produção para beneficiar a classe média. "O mercado, por si só, não melhora a distribuição de renda. É necessária a ação dos governos". [No Brasil, a atuação do Estado através de suas agências reguladoras -- Anatel, ANTT, Aneel, ANP, Infraero, etc -- é simplesmente péssima, elevando sobremaneira o "custo Brasil". As duas recentes crises econômicas mundiais, a de 2008 e a atual, são resultados pura e simples da omissão irresponsável dos Estados como reguladores de seus sistemas financeiros.]

No artigo da "Economist", Dilma critica a guerra cambial e o protecionismo nas disputas comerciais entre os países. Após destacar uma transformação na balança de distribuição de riquezas no mundo e a emergência de países como o Brasil, Dilma defende também a reforma de instituições internacionais - como a ONU, o FMI e o Banco Mundial. "Os países em desenvolvimento precisam ser ouvidos, e suas preocupações e contribuições devem ser levadas em consideração", afirma.

Ler ainda:

Dilma deveria ser 'mais radical em faxina política', diz 'Economist'
link 'New Yorker' destaca corrupção e crescimento econômico no Brasil 



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