O artigo integra a revista "The world in 2012", a mais recente edição de um projeto anual da "Economist" com previsões e comentários sobre a economia e a política mundiais.
No texto, a presidente afirma que os países desenvolvidos podem tomar como lição o "modelo brasileiro" de crescimento, apoiado em políticas salariais sólidas e o combate às desiguladades sociais. "O acúmulo de dívidas não substitui o aumento de salários, e a autorregulação do mercado não substitui a regulação governamental", escreveu. "O mundo rico agora busca um modelo econômico mais equilibrado e existem algumas políticas comuns que todos deveríamos perseguir em 2012 para construir democracias sustentáveis e inclusivas".
Sem citar especificamente o nome de programas como o Bolsa Família, Dilma avalia que a transferência de renda para os mais pobres ajudou a expandir o consumo no Brasil e criou novas oportunidades de investimento. "Hoje, o mercado consumidor crescente do Brasil sustenta o desenvolvimento econômico não só do Brasil, mas de toda a sua região", afirma. Para a presidente brasileira, o mundo precisa elevar salários ao aumentar a produção para beneficiar a classe média. "O mercado, por si só, não melhora a distribuição de renda. É necessária a ação dos governos". [No Brasil, a atuação do Estado através de suas agências reguladoras -- Anatel, ANTT, Aneel, ANP, Infraero, etc -- é simplesmente péssima, elevando sobremaneira o "custo Brasil". As duas recentes crises econômicas mundiais, a de 2008 e a atual, são resultados pura e simples da omissão irresponsável dos Estados como reguladores de seus sistemas financeiros.]
No artigo da "Economist", Dilma critica a guerra cambial e o protecionismo nas disputas comerciais entre os países. Após destacar uma transformação na balança de distribuição de riquezas no mundo e a emergência de países como o Brasil, Dilma defende também a reforma de instituições internacionais - como a ONU, o FMI e o Banco Mundial. "Os países em desenvolvimento precisam ser ouvidos, e suas preocupações e contribuições devem ser levadas em consideração", afirma.
Ler ainda:
Dilma deveria ser 'mais radical em faxina política', diz 'Economist'

Nenhum comentário:
Postar um comentário