Após uma complicada negociação com o governo, o relator do Plano 
Nacional da Educação (PNE) na Câmara dos Deputados, Angelo Vanhoni 
(PT-PR), definiu em 8% do Produto Interno Bruto (PIB) a meta de investimento público na área que deverá ser cumprida no prazo de dez anos. O texto foi protocolado nesta segunda-feira, 5, por Vanhoni. Com 
isso, aumenta a previsão do investimento em educação em relação à 
proposta inicial apresentada pelo governo, que era de aplicar 7% do PIB 
no setor. Atualmente o Brasil investe 5% do PIB em educação.
A apresentação do relatório do PNE foi adiada várias vezes nas últimas 
semanas porque não havia acordo sobre a meta de investimento. Boa parte 
das 3 mil emendas apresentadas ao projeto de lei pedia a alteração do 
patamar para 10% do PIB. O índice também é defendido por diversas 
entidades da área como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Campanha
 Nacional pelo Direito à Educação e a União Nacional dos Dirigentes 
Municipais de Educação (Undime). 
Vanhoni e outros deputados da base participaram de reuniões no Palácio 
do Planalto na tentativa de aumentar os recursos previstos, mas, segundo
 o deputado, não houve consenso. “Agora vamos aguardar a negociação”, 
disse Vanhoni à Agência Brasil.  [Eis aí uma clara demonstração do jogo duplo do governo também com relação à educação: vive dizendo que ela é uma prioridade, mas na hora agá lhe nega mais recursos.]
A partir da conclusão do relatório, abre-se o prazo de cinco sessões 
para apresentação de novas emendas ao texto. Desde a semana passada, 
vários parlamentares que são membros da comissão especial criada para 
avaliar o plano previam que caso a meta definida pelo relator fosse 
inferior a 10% do PIB seriam apresentadas mais emendas para tentar 
aumentar o patamar de investimento. Caso seja feito algum pedido de 
vista ao relatório, a aprovação do projeto pode ficar para 2012 já que o
 recesso parlamentar começa em 22 de dezembro.
O PNE estabelece 20 metas educacionais que devem ser alcançadas pelo 
país no prazo de 20 anos. Entre elas o aumento de vagas em creches, a 
ampliação de escolas em tempo integral e a expansão das matrículas em 
cursos técnicos. O antigo PNE terminou em dezembro de 2010 e no momento 
não há nenhum plano em vigor.
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