domingo, 27 de setembro de 2015

Por que o eclipse da superlua neste domingo preocupa a NASA

[A reportagem traduzida abaixo foi publicada pelo site em espanhol BBC Mundo.]


O Satélite de Reconhecimento Lunar foi lançado em 2009 - (Foto: NASA)

Neste domingo à noite e na madrugada de amanhã os habitantes de grande parte do mundo, incluindo o continente americano, terão a oportunidade de desfrutar de um espetáculo pouco usual.

Trata-se de um eclipse total da Lua (no qual a Lua fica completamente às escuras porque a Terra se interpõe entre ela e o Sol) que, além disso, coincide com uma superlua. Esta ocorre quando uma Lua cheia ou nova se encontra em seu ponto mais próximo à Terra.

A última vez que esse estranho posicionamento dos três corpos celestes ocorreu foi em em 1982, e o próximo só ocorrerá em 2033.

Mas, enquanto para os amantes da astronomia esse espetáculo, no qual a Lua adquire uma cor avermelhada, pode ser simplesmente formoso ou emocionante, para os especialistas da NASA é uma pequena dor de cabeça.

Sem luz por três horas

Por que isso? Porque eles receiam que a falta de luz solar possa deixar sem energia uma de suas naves espaciais mais importantes: o Lunar Reconaissance Orbiter (Satélite de Reconhecimento Lunar) (LRO na sigla em inglês), cuja missão é explorar nosso satélite natural.

A Lua ficará avermelhada porque sua superfície estará iluminada por raios que "quicam" na atmosfera terrestre - (Foto: Reuters)

"Há duas coisas que ocorrem durante um eclipse: começa a fazer frio e não há sol para carregar as baterias", explica à BBC Noah Petro, cientista da agência espacial americana. 

Diagrama do eclipse total da Lua - (Fone: Google)

O eclipse total durará mais de uma hora, "e a nave ficará sem luz direta do Sol por cerca de três horas". Tecnologias similares anteriores apresentaram dificuldades durante eclipses, mas o LRO foi projetado especificamente levando isso em conta. 

Como um celular

Como a sonda espacial recarrega suas baterias, durante o eclipse a NASA deverá tomar uma série de precauções. "Preaquecemos a nave e logo desligamos os instrumentos para mantê-la segura. É como um celular, quando me chega um alerta de que me restam uns 2o% de bateria: posso desligar o wifi ou cetas aplicações que ficam abertas no fundo", explica Noah. 

"Antecipamos que tudo acontecerá sem problemas durante o eclipse, e nos recuperaremos dele sem inconvenientes. Estamos preparados para isso e prontos para resolver o que ocorrer. Ficaremos dependentes dos níveis de carga das baterias e preparados para reagir se algo não sair de acordo com o planejado. Vamos fazer todo o possível para que a nave atravesse o momento do eclipse e saia em boa forma", acrescentou o especialista. 

Por sua parte, Dawn Myers, do centro de voos espaciais Goddard da NASA, disse em um comunicado: "Sempre é estressante quando o eclipse está chegando, mas seguimos os mesmos procedimentos e não temos tido nenhum problema". 

É preciso também ter em mente que essa sonda da NASA já lidou com êxito com três eclipses lunares nos últimos 17 meses. 

Quem estiver acordado durante a noite de domingo e a madrugada da segunda-feira poderá ver uma Lua maior do que o normal, por causa de sua proximidade. De fato, ela estará cerca de 14% maior e cerca de 30% mais brilhante do que a Lua cheia normal.  



Um comentário:

  1. Pena que não vimos, choveu. Será em 2033 ou daqui a 33 anos?
    Gerude.

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