O uso de VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) de vigilância pela CIA sobre o Irã reflete uma crença crescente na administração Obama de que ações secretas e pressão econômica cuidadosamente coreografada podem ser os únicos meios de coagir o Irã a abandonar suas ambições nucleares, na opinião de autoridades atuais e passadas dos EUA.
A mudança do governo para uma abordagem de maior confrontação -- que inclui também um aumento de vendas de armas para inimigos potenciais do Irã no Oriente Médio, assim como comunicados belicosos de autoridades americanas e de aliados importantes -- sugere um pessimismo cada vez maior sobre as perspectivas de diálogo com líderes iranianos, dizem as autoridades [americanas].
Autoridades americanas dizem ainda que os VANTs [como o abatido no leste do Irã na semana passada] são parte de uma frota de aeronaves secretas que a CIA tem usado por vários anos, na escalada de uma campanha de espionagem visando as instalações nucleares do Irã.
Com o aumento dos esforços contra o programa nuclear iraniano, os EUA ampliaram também a venda de munição de destruição de bunkers, caças a jato, e outros armamentos para países do Golfo Pérsico, assim como para Israel, estruturando esforços de longo prazo para aumentar o poderio militar de aliados-chaves dos EUA na região, dizem as mesmas autoridades. [Este é o repeteco de um filme já visto antes no Iraque, no Afeganistão, na Líbia, etc, etc. É o elefante americano movendo-se novamente com sua sutileza paquidérmica em mais uma loja de louças e porcelanas do Oriente Médio.]
Enfatizando a ameaça militar implícita, o secretário de Defesa Leon E. Panetta citou na semana passada planos de contingência para uma "ampla faixa de opções militares", para uso contra o Irã, se necessário. Ele expressou "a determinação do governo de impedir que o Irã desenvolva armas nucleares", uma frase que sugere uma intenção de impedir a república islâmica de obter a tecnologia para [construir] blocos de armas nucleares. Comunicados anteriores da Casa Branca manifestavam apenas a intenção de impedir o Irã de adquirir bombas nucleares.
Mas, enquanto endossam o uso crescente de sanções, autoridades americanas estão cada vez mais conscientes das limitações de tais medidas. Um estudo do Congresso, liberado na semana passada, insinuava que o Irã conseguiu limitar os danos de sanções internacionais contra sua economia -- em parte devido aos imensos ganhos que teve com preços de petróleo próximos de recordes em anos recentes. E o estudo alerta que sanções mais duras contra as indústrias de petróleo e financeiras do Irã podem pressionar os preços [do petróleo] para valores ainda mais elevados.
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