A ganância irresponsável, criminosa e sem limites da indústria do fumo mostra mais uma faceta perversa na reportagem abaixo, publicada hoje no The Washington Post.
Eles vêm com sabores de sorvetes, como morango, melancia, baunilha e chocolate. São vendidos em embalagens coloridas. Os "charutos pequenos" estão encontrando um nicho entre os adolescentes, que gostam do preço -- cerca de um dólar -- e do gosto.
Os fumantes jovens dizem que esses pequenos charutos do tamanho de cigarros, e as cigarrilhas, têm aparência melhor, e podem ser comprados por unidade em vez de ser preciso gastar mais de 5 dólares por um maço de cigarros. Muitos desses jovens acham também que são menos viciadores, causam menos dependência [é esta santa ignorância que os fabricantes desses produtos exploram ao máximo!].
Isso é um problema. "Você tem os mesmos produtos químicos cancerígenos, mas embutidos em sabores que não o deixam sentir a áspera sensação do uso de charuto ou tabaco", disse Donald Shell, diretor interino do Centro para Promoção e Educação de Saúde, Prevenção e Fim do Uso de Tabaco de Maryland. Maryland é um dos vários estados onde o aumento do fumo do charuto "de adolescentes" tem sido grande o suficiente para igualalar-se e, às vezes, até ultrapassar o uso de cigarros nessa faixa etária, de acordo com dados estaduais e federais e de grupos anti-tabaco.
Para combater isso, o estado começará na semana que vem uma campanha de anúncios com cartazes, e em ônibus e trens. A home page da campanha na internet, thecigartrap.com, mostra adolescentes correndo para um caminhão de sorvetes com um gigantesco charuto no seu teto. "Não importa como os cobrem de açúcar ... charutos matam!", diz uma advertência.
A agência regulatoria de alimentos e drogas americana (Food and Drug Administration) proibiu os cigarros com sabores em 2009, mas essa proibição não se estende aos charutos. É ilegal vender produtos de tabaco para menores de 18 anos, mas nem todas os vendedores pedem identidade [lá como cá ...].
Alguns adolescentes e adultos jovens disseram que os charutos menores são atraentes em diversos níveis. Vários disseram que a marca mais popular é a Black & Mild, cujas cigarrilhas vêm com sabores de vinho e creme, além dos outros sabores normais.
Nick Beirne, de 20 anos, disse que começou a fumar quando completou 18 anos. "É uma coisa social", disse ele, informando que os fumava uma ou duas vezes por semana. Graduado na Yorktown High School, no condado de Arlington, ele disse que os adolescentes fumam esses charutos menores porque "acham que viciam menos, têm aparência melhor, e são mais baratos que os cigarros".
Um estudante de 21 anos, que falou sob condição de anonimato, disse que quando estava na Calvert High School, em Prince Frederick, ele e muitos de seus amigos achavam que "a coisa do charuto inteiro, maior, era um jeito de fumar um baseado", explicando como os [charutos] de marcas como Swisher Sweets e Black & Mild eram esvaziados de seus conteúdos para depois serem recheados com maconha.
Entre 2000 e 2010, o uso de cigarros diminuiu quase 40% entre os secundaristas de Maryland, mas o uso de charutos teve um salto de mais de 11%, de acordo com a Pesquisa de Tabaco entre Jovens de Maryland, feita a cada dois anos com alunos secundaristas.
Em âmbito nacional, fumar charuto é a segunda forma mais comum de fumar entre os adolescentes, depois dos cigarros, de acordo com os Centros para Prevenção e Controle de Doenças (CDC, em inglês). Cerca de 14% dos secundaristas fumam charutos (18,6% entre os rapazes, 8,8% entre as moças), de acordo com dados dos CDC de 2009.
A questão principal, segundo Matthew Myers, presidente da Campanha para Jovens Sem Tabaco, "é a preocupação real de que a indústria fumageira está usando os charutos pequenos para minar o impacto da proibição federal contra cigarros com sabores".
A Associação de Charutos da América, que representa os principais fabricantes de charutos, disse em um comunicado que seus membros vendem um produto legal para adultos, defendem a proibição de seu uso para jovens, e têm usados sabores há mais de 100 anos. A campanha estadual de saúde, disse, "difama injustamente uma indústria que gera empregos e impostos em Maryland".
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